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Eu poderia dizer que a cena parecia um filme de comédia, ou melhor, que eu estava num reality show e que diversas câmeras estavam por aparecer atrás dele. 

Mas a situação não era nada engraçada.

— Não vai me responder? — ele começou a se aproximar.

— Não chegue perto de mim — apontei a panela na sua direção — Eu quem deveria te perguntar isso. Como entrou aqui?

Ele soltou uma risada irônica, como se a pessoa errada fosse eu.

— A casa é minha — ele afirmou com convicção. enquanto procurava algo em seu bolso — Aqui, veja só o documento.

Ainda desconfiada, agarrei a folha de suas mãos e lhe observei. Ele estava completamente sério.

Comecei a ler o papel e a medida que a informação se filtrou na minha mente, derrubei a panela no chão e levei minha mãe até a boca. 

Olhei para ele, que arqueou as sobrancelhas.

Enganação é a artimanha de iludir e mediante ao que estou vendo é o que está acontecendo comigo. A folha, os dados, os nomes, tudo é o mesmo. Ele realmente está com o documento da casa, mas o problema é que eu também estou.

— Isso só pode ser brincadeira. Como conseguiu isso — reli o documento, procurando seu nome — Baekhyun?

Ele riu e arrancou o papel de minhas mãos.

— Comprei o apartamento.

— Mas eu também comprei — respondi e corri até minha bolsa — Veja, temos o mesmo documento. Com todas as assinaturas. A única diferença são nossos nomes.

De um jeito bruto, ele tomou o documento de minhas mãos e começou a lê-lo. Seus olhos estavam cerrados e eu podia ver a raiva começando a crescer dentro dele. 

Quando seus dedos começarem a se fechar no papel, quase pulei em cima dele.

— Está maluco, idiota? Não pode estragar isso. É a prova que temos — puxei de sua mão e o encarei — Eai? O que vamos fazer?

Baekhyun, por outro lado, permaneceu a encarando com a mesma expressão de antes. Ele respirou fundo, olhou em volta e depois passou a mão pelo cabelo.

— Você não vai dizer nada? Precisamos resolver isso. Vamos na polícia e talvez — deixei de falar quando o vi dar-me as costas e sair pela porta.

— Era só o que faltava — olhei para as caixas que ele havia deixado e encostei meu corpo na parede. Isso não poderia ser real. Não mesmo.

Olhei para o relógio e vi que já era tarde, mas eu não podia deixar as coisas assim. Fui até uma de minhas caixas e peguei a roupa mais prática que encontrei. Neste momento, percebi que alguns pertences de Baekhyun estavam aparecendo. Haviam fotos dele com alguns rapazes e alguns cadernos.

A fome que eu estava havia desaparecido.

Peguei minha bolsa e comecei a procurar na internet onde ficava a delegacia mais próxima.


...


— Como assim não há nada que você pode fazer? — eu estava indignada — Eu vou ter que dormir com um estranho na minha casa?

O policial bufou. Ele encostou suas costas na cadeira e a fitou com um olhar cansado.

— Veja, Hari. Somos uma simples delegacia local. O problema que você relatou para mim envolve o que poderia ser um escândalo na prefeitura pois pelo o que você disse, as assinaturas são verdadeiras e Soo apenas conseguiria isso com a ajuda de alguém de lá. Estou sendo sincero com você quando digo que não há nada para fazermos, eu posso deixar a sua queixa aqui mas o caso pode durar anos até encontramos todos os culpados e no final..

Playboy || Byun BaekhyunOnde histórias criam vida. Descubra agora