Nuvens de nácar

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Um querubim de feições triste
serviu lhe numa taça
o tempo futuro...
que escorreu na janela junto com as gotas da chuva
num bosque onde Dionísio,as bacantes e os faunos festejavam
todos sem relógios e de máscaras
Ele procurava um diálogo de almas
mesmo que essas almas sejam desbotadas..
o que importa é o quanto fazem valer.
E no final desse festim
o rei mendigo apareceu
trajado de vitupérios...
em lugar do cetro na mão,
uma garrafa...e sua barba era de nuvens de nácar.
quase sem nenhum dente na boca escancarada
todo majestoso sentou se na mesa
seus olhos faiscavam
parecia desnudar todas as hipocrisias ali...
Então Dionísio o coroou
e nessa diáfana visão as bacantes os serviam
os faunos pararam de tocar harpa
e foi pedido ao rei mendigo
que contasse sua história.


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