O bote dos bêbados

4 0 0
                                    

Morte! te invoquei num poema sórdido
Nas rimas do afogado e do louco
Que empalidece com você uma só noite
E não diz seu nome por nenhum ouro
Para saber quem tem um imã que gruda nos lábios
Porque a dor sem um fim me é insuportável!
No meu navio não tem um piloto
E sem meu espírito jovem meu corpo arde
Dessa vida me foi o passar só saudade
A verdade imersa no mel, caleidoscópio puro
E eu a me inspirar no que está atrás do muro..
Se foi cansado o conhecer profundo
A ti irei deita-lo e dormiremos juntos.
Até que no letes minha fronte deita
Um batizado irei conseguir e descansar a cabeça
O esquecimento é veste para as almas desbotadas
E no desembarque dos bêbados essa é a rota privada
Essas manchas não valem seu amor infiel!
Só pôr os olhos e não desejar é mais que crer
Deve ser por não saber a música que todos aspiram
Enquanto na luz da aparição seus olhos brilham
Eu vou sem brindar por não conter um copo
É meu defeito se os versos não inovo
Mas acho que obtive por doer
Então deve ser recebido por ser só o valor.

IncidentesOnde histórias criam vida. Descubra agora