Capítulo 5

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Uma nova semana se iniciou e Sasuke se sentia renovado para voltar ao trabalho. Quem não ficou nem um pouco animado com a ideia foi Naruto. Estava preocupado com a própria fome já que concordou em não ver outros humanos.

Os últimos dias foram tranquilos, nada muito atípico ocorreu. O humano os passou, basicamente, na cama, contando com a ajuda do outro para buscar os seus alimentos ou ajuda-lo a se locomover pela casa. Felizmente, após um dia de refeições e sono reparadores, ele recuperou minimamente as forças necessárias para ao menos andar sem ajuda e com isso, alguma dignidade.

De toda forma, evitou sair da cama e poupou as energias aproveitando o seu colchão como nunca antes. Ele não tinha boas noites de sono como aquelas há muitos anos, e se ele se dispôs a alimentar o íncubo, precisava preparar o seu corpo. Naruto era um diabinho guloso insaciável.

Inicialmente, a ideia de estocar sêmen em preservativos pareceu repugnante para o Uchiha, mas inevitavelmente aceitou que havia sido, de fato, genial. Foi a salvação que o proporcionou o tão necessário descanso, e que garantiria que o loiro esperasse por ele em casa, calma e pacientemente... na medida do possível.

— Ei, ei, ei. O que é isso? — O moreno mal havia chegado do trabalho e aquele que o aguardou ansiosamente só esperou que atravessasse a porta para voar para o seu colo, com as mãos ágeis a tentar despi-lo — Não, espere, me deixe tomar um banho e comer algo primeiro! — afastou-o.

— Você já passou o dia todo fora! — Acusou, sentido.

— Você sabe que eu preciso trabalhar e eu não o deixei aqui desamparado! Você tinha o seu estoque — rebateu. — Já que não gosta de banhos, vai ter que esperar até a minha hora de ir para a cama para me ver nu.

Naruto bufou e cruzou os braços, vendo-o desaparecer pela porta do banheiro. Ele não estava exatamente com fome, mas uma necessidade desconhecida o fazia querer estar perto de Sasuke. Muito perto.

Ter passado tanto tempo com ele pelos últimos dias parecia tê-lo deixado confuso. Felizmente, o banho não foi muito demorado e ter ficado na porta o observando acalmou os seus nervos um pouco.

Na cozinha, o humano pegou na geladeira uma marmita congelada para jantar.

— Naruto... uma vez você me disse que não morreria se não se alimentasse, não foi?

— É claro que eu não posso viver sem o seu sêmen! — Replicou, desesperado e irritado.

— Acalme-se, eu não vou negá-lo. Só estou curioso — colocou o pote dentro do micro-ondas e programou o tempo.

O loiro, que estava sentado sobre a pedra fria do balcão, disse, com um bico desgostoso nos lábios:

— Bem, antes de morrer eu definharia por muitos anos e enfraqueceria pouco a pouco. Demônios não são frágeis como humanos. Mas sem alimento por muito tempo até um ser como eu não sobrevive.

O Uchiha acenou com a cabeça.

— Entendo — ele se sentou à mesa, aguardando por sua refeição. — Se só o meu sêmen te mantém vivo, por que quer a minha alma também?

— Por que eu diria a você?

— Se você tiver uma boa razão pode acabar me convencendo. Achei que tínhamos concordado em sermos honestos um com o outro.

O demônio cruzou os braços.

— Eu não minto! Dos 118 aos 666 eu preciso coletar 66 almas para voltar para o meu mundo. E a sua será a primeira.

— O que acontece depois disso?

— Eu conquisto uma posição de prestígio se for bem-sucedido, ou viverei em desgraça pelo resto dos meus dias se falhar.

Night Devil | SasuNaruOnde histórias criam vida. Descubra agora