𝐁𝐫𝐢𝐥𝐡𝐚 𝐦𝐚𝐢𝐬 𝐪𝐮𝐞 𝐮𝐦 𝐜𝐞𝐧𝐭𝐚𝐯𝐨 𝐧𝐨𝐯𝐨

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Quando abro os olhos, a primeira coisa que faço é pegar o celular.

Não é um hábito muito saudável, eu sei, mas não é como se eu conseguisse me controlar.

Quando confirmo que o domingo já chegou — o visor do meu celular não me deixa mentir — sinto um friozinho no estômago, e, consequentemente, me lembro da noite passada.

Vegas e eu conversamos até tarde e acabamos com os picolés. O calor era intenso, então fomos para a varanda para terminarmos de conversar sobre o plano do século.

Quando acabamos, ele estendeu a mão para mim com uma animação perceptível e eu a apertei com firmeza para selarmos o compromisso. Deixei claro que estamos juntos nessa. Ele sacou o celular do bolso e notou que já passava das onze da noite. Suas sobrancelhas se juntaram. Também fiquei espantado; o tempo passou voando.

Aconteceu algo raro: não me incomodei por ele ficar tempo demais no meu apartamento. Como já mencionei anteriormente, não sou um grande fã de visitas. Quando as pessoas demoram para ir embora, eu começo a bater o pé no chão repetidas vezes, cruzo os braços e tendo a ficar monossilábico — tudo isso acaba acontecendo sem eu ter o controle. Não faço por mal, é mais forte do que eu. Porque sinto a necessidade de ter um tempo só para mim, e quando começam a tirar a minha liberdade, tendo a ficar recluso.

Vegas calçou os tênis e, com um sorriso, disse que passaria em meu apartamento no dia seguinte, às quatro da tarde. Quando ele chamou o elevador, fiquei com a porta do apartamento entreaberta, meus olhos estudaram sua figura até que ele sumisse no elevador.

O grupo no WhatsApp está agitado agora, me assusto com a quantidade de mensagens acumuladas. O reencontro da icônica turma do terceiro ano é, aparentemente, mais aguardado do que as férias de fim de ano.

Tudo o que quero é que o meu plano dê certo. Também sei que Vegas causará uma ótima impressão. Ele é simpático, gosta de conversar, é provavelmente uma das pessoas mais conhecidas do condomínio, e, claro, é muito bonito. Os meus amigos vão se surpreender. E, então, começo a pensar em como Dara se sentirá quando vir que não estou mais sozinho.

Será que ele vai se sentir pelo menos metade do jeito como me senti quando, há 7 anos, ele atualizou o feed com uma foto ao lado de Kamon para anunciar o namoro? Encarei a foto durante vários minutos e fiquei me perguntando como a minha vida estaria se o nosso relacionamento não tivesse acabado. Acabei me martirizando mais do que o necessário, porque pensar nas possibilidades é inútil e machuca. O problema é que, muitas vezes, o meu cérebro parece gostar de me sabotar.

De repente, eu me sinto um pouco cruel por desejar que ele lamente o fato de termos terminado assim que colocar os olhos em Vegas, o que não faz sentido algum porque eu realmente não voltaria mais com Dara.

Já foi a minha vontade. Hoje em dia, eu penso diferente.

Acho que é uma questão de orgulho me sentir assim.

Algo me diz que, no fundo, Dara nunca acreditou que eu conseguiria encontrar alguém que me fizesse feliz novamente. Então, será, no mínimo, satisfatório provar que ele estava enganado durante todo esse tempo todo.

 Então, será, no mínimo, satisfatório provar que ele estava enganado durante todo esse tempo todo

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𝐍𝐚𝐦𝐨𝐫𝐚𝐝𝐨 𝐝𝐞 𝐀𝐥𝐮𝐠𝐮𝐞𝐥 - 𝐕𝐞𝐠𝐚𝐬𝐩𝐞𝐭𝐞Onde histórias criam vida. Descubra agora