A Bruxa

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*Narrado pelo General*

Estou começando a ficar preocupado, conforme ando em círculos em meu escritório penso em cada detalhe da caça a bruxa que já deveria ter terminado há horas, afinal era uma caça de apenas uma noite à uma pequena diaba escondida na floresta. A ideia de que meus soldados estão em uma enrascada me atinge e logo o incessante alerta de que Adam está em perigo e nosso segredo também, o que me faz ter arrepios na espinha.

Não devo me precipitar é claro, a bruxa é uma mulher ardilosa e inteligente e conhece a floresta mais que todos os nossos mapas juntos, ela pode muito bem ter se escondido e dificultado a situação. Algo deve ter se complicado durante a caça, mas sei que Adam não deixaria de cumprir seu dever, algo que foi treinado a vida toda, por mim, a fazer. Disso possuo muito orgulho de seu filho adotivo, o rapaz era tão obediente quanto meus cavalos com antolhos do estábulo, e claro, era mérito meu. Adam não teria se tornado o homem que é se não fosse por ele, o tinha educado muitíssimo bem.

O general olha em volta de seu escritório olhando calmamente para todos os seus troféus pendurados na parede, com um elevado grau de satisfação estampado em seu rosto. Esses troféus eram objetos comuns, mas que para ele havia grande significado, afinal cada um daqueles pequenos objetos tinha sido tirado antes da morte de um desertor da igreja, que ele corajosamente havia capturado, entre eles um dos objetos lhe chamara a atenção, um pequeno relógio de bolso prata, aquele objeto tinha sido a mais importante lição que o general tinha dado a Adam e ele não se arrependia em nada.

Para esse homem não existia nada melhor do que a caçada, para ele era como um grande espetáculo onde poderia ser o personagem principal, com grande destaque ao seu heroísmo. Naquela vila Francisco de Vaz Coutinho, o general, era como o próprio rei Dom José I, tinha seu próprio grupo de apoiadores e seu exército lutando ao seu lado por seus ideais, até a igreja estava ao seu lado naquela pequena vila.

Por enquanto Francisco decidiu que não interferiria na primeira caça liderada por seu único filho, mas se passarem mais de três noites e seus homens não retornassem com a bruxa em cárcere, ele teria que começar a se preparar para fazer o trabalho ele mesmo.