CAPÍTULO IV

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ESPINHOS DA REALEZA - 04

Acordo novamente em um som de marchas novamente. Que barulho insuportável. Todos os dias, os guardas, bom, boa parte deles, andavam pelo castelo fazendo uma pequena ronda matinal, para ter a certeza que não entrou nenhum invasor

Me viro pro lado vendo um vestido amarelo. Meus olhos dilatam ao ver, amarelo, amarelo é minha cor favorita, me passa confiança e conforto. Logo ao lado do vestido, estava Anastasia, o segurando com um sorriso no rosto

Um sorriso se abriu no meu

– que lindo! – 

– você queria um amarelo, mais eu não deixei, só que pensando bem, amarelo ficaria lindo em você – ela olha pro vestido – esperimenta! –

O vestido era delicado, seu decote era perceptível e nem um pouco indecente, uma laço fazia a divisória da cintura e a saia era incrível, tecido macio, algodão puro

– muito obrigada! – digo abraçando a moça – você arrasou! –

– na verdade não foi eu quem fiz –

– Lili? –

– não, Sina! –

Sina….

– ah… diga a ela que estou muito grata…–

– claro! – seu sorriso se fecha – sua mãe está a sua espera –

– minha mãe? –

– ela quer tomar o café da manhã ao seu lado –

Ao meu lado? Logo ela?
Será que aconteceu algo?

– ajude-me com o vestido por favor? –

– claro! –


Entro no grande salão vendo meus pais sentados a mesa

De acordo com os jornais de televisão, meus pais eram muito unidos, eram um casal de verdade. Mais, as responsabilidades da realeza, os puxaram do conto de fadas que imaginaram que iriam ter

– bom dia – digo me sentando a mesa –

Eu quase nunca tomo café , ou faço qualquer tipo de refeição com meus pais, sempre tomei café com Anastasia na cozinha

– por quê me chamaram até aqui –

– estamos com saudades de nossa filhinha –

– sou uma mulher de vinte e um anos, não sou tão tola –

– o príncipe da França está vindo nos visitar –

– casamento novamente? –

– tem que se casar logo Margareth! –

– deixe-me guiar meu próprio caminho, escolher quem realmente me merece! –

– VOCÊ NÃO LEVANTE A VOZ PRA SUA MÃE – bate fortemente na mesa –

– acabei de chegar e já sou tratada dessa forma? – me levanto – já estou farta de tudo a minha volta, a coroação, a morte de Jasper e o fato de eu ter que me casar com alguém que não amo –

– que amas então? –

– não tenho ninguém ainda para amar o suficiente –

– com quem estava ontem a noite? –

– ontem a noite? –

– fui até seu quarto e não te vi lá, perguntei a um dos guardas da ronda, ele disserame que estava acompanhada no jardim –

– eu não estava com ninguém –

Minto

– não minta para –

– não estou mentindo, agora se me dão licença, tenho que ir – falo em cima de suas palavras –

Me dirijo até a porta

– MARGARETH! – me viro a voz da minha mãe – depois de amanhã o príncipe da França virá nos visitar, seja prestativa pelo menos –

Afirmo com a cabeça e saio

Pior que minha mãe era meu pai, eu sabia que iria ter consequências depois de levantar minha voz para minha mãe. Será que me exaltei tanto assim?

Sinto meus olhos se encherem d'água. Limpo

Não vejo meu pai a dois meses por conta de deveres da realeza, e por eu evitar ver ele toda vez que descubro que está livre

Ele era um ser cruel, amargo, peçonhoso, frio… se eu pudesse descrevê lo, descreveria tudo o'que há de ruim no mundo

Abro a porta da cozinha dando de cara com Anastasia

Não me contive. As lágrimas caíram

– meu amor, o'que ouve? – Ana me abraça. Escondo meu rosto em seu ombro retribuindo o gesto de carinho – TRAGAM UM COPO D'ÁGUA! –

Era disso que eu precisava, carinho e atenção…

– aqui a água mãe! – a doce voz me fez olhar para quem estava fazendo a bondade de entregar a água –

Sina me olha com pena. Não quero que me olhem com pena

Me afasto de Anastasia limpando as lágrimas
Fico séria

Sina foi totalmente desrespeitosa ao me chamar de"majestosa rainha", fiquei bem desconfortável com seu jeito de se dirigir a mim

Eu não faria nada a respeito por consideração a Anastasia, só que eu não admito ser assediada verbalmente novamente por Sirena

– aqui Margareth – Ana me entrega o copo d'água –

Bebo

Sina se aproxima de sua mãe sussurrando alho em seu ouvido e a outra mulher, ao escutar as palavras da morena, assente

Sirena se afasta sumindo em meio as criadas

Entrego o copo pra Ana

– descanse um pouco princesa – Lili diz ao me ver —

– faça isso mesmo senhorita – Ana reforça o argumento – aguarde em seu quarto, Sina estará levando um suco pra senhora se acalmar –

– claro…–

Caminho lentamente em direção ao meu quarto

~ESPINHOS DA REALEZA~Onde histórias criam vida. Descubra agora