Hoje a noite não tem luar.

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Era tarde da noite e Vegas se via sozinho, sentado na areia próximo ao mar.
O vento frio do lugar lhe trazia à tona a realidade não tão agradável que vivia. E lembou-se de Pete. E de tudo o que vivera com ele até pouco tempo. Se perguntou por onde o garoto andava, sentindo uma onda de tristeza e angústia apossar-se de seu ser. Ele não ia chorar, tinha certeza que não. E mesmo assim, lágrimas rolaram por sua face pálida.
Foi ali que o conheceu, numa tarde junto ao mar. Foi tudo muito poético, seu peito encheu-se de admiração e amor (a primeira vista, por que não?) pelo outro jovem à sua frente, enquanto o sol brilhava de emoção. Lembrava de cada palavra, cada toque, cada beijo e cada momento compartilhado com o outro. Lembrava com fervor quando se aproximou do garoto e perguntou se esse queria companhia, por estar tão só.
Lembrou-se do sorriso gigante e cheio de ternura que recebeu dele, e começaram a conversar. Falavam da vida, de seus problemas, de experiências similares e logo se tornaram quase confidentes. Não entendia o motivo que o levou a compartilhar partes tão dolorosas de sua vida a um estranho que acabara de conhecer, mas sentiu que assim é que deveria ser.
Então, ao ver o homem à sua frente lançar um olhar – Ah, aquele olhar! – com um brilho gostoso, não pensou muito e o puxou para um beijo quente. O frio da noite que chegara a pouco já não tinha importância alguma, aqueles corpos estavam completamente em chamas, um doce fervor que irradiava de ambos aos toques singelos e voracidade com que beijavam um ao outro.
E, então, lembrou-se também de vê-lo partir, depois de alguns dias, junto com seu coração que se encontrava em pedaços. E de como nunca mais sorriu como fez naquele dia, desde que seu garoto se foi. E tudo o que restava em sua mente era uma pergunta ecoando em sofrimento:
Onde está meu amor?

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