VI - Dois Lados

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O clima na sala era tenso, quase palpável, enquanto continuávamos a planejar como derrotar Tyler de uma vez por todas. O medo de que ele pudesse voltar para acabar com Ben era uma sombra constante em nossas mentes. A luz fraca do abajur iluminava nossos rostos cansados, enquanto o som de uma chuva torrencial lá fora batia contra as janelas, ecoando nossa ansiedade.

- Precisamos de um plano infalível. Se for realmente Tyler que assumiu a forma de Jack, ele vai voltar e pode tentar matar o Ben novamente - eu disse, olhando nos olhos de cada um, tentando encontrar a determinação que sabia que ainda existia entre nós.

- Precisamos saber onde ele está - insistiu Diana, seus dedos nervosamente batucando na mesa. - Não podemos ficar aqui sentados esperando que ele faça o próximo movimento.

- Isso é verdade - concordou Jason, com um olhar preocupado. - Precisamos agir antes que seja tarde demais.

- E se ele nos pegar desprevenidos? - perguntei, sentindo um frio na espinha.

- Nós não vamos deixar isso acontecer! - afirmou Karin, seu olhar firme. - Não podemos mostrar fraqueza. Ele se alimenta disso.

***

Do outro lado da cidade, Cris estava em sua sala de estar luxuosa, cercado por homens rudes que observavam com atenção enquanto escutavam as últimas novidades. O ambiente era opressivo, o cheiro de cigarro e álcool pairando no ar.

- Esse filho da puta pode matar ele, ele não vale nada. Um simples serviço que eu peço, e ele é pego por um homem aleatório! - Cris esbravejou, batendo a mão na mesa com raiva. O som ecoou, fazendo os homens à sua volta se encolherem.

- O homem fugiu da prisão, senhor - disse um dos homens, com um tom de medo na voz. Seus olhos estavam fixos no chão, claramente temendo a reação de Cris.

- Quem é o homem? - Cris perguntou, com a frieza de um predador.

Um dos homens apresentou uma foto de Tyler. A imagem mostrava um homem com uma expressão de desafio, os olhos cheios de uma malícia quase palpável.

- Tyler Hunter. Esse nome me soa familiar - comentou Cris, enquanto tomava um gole de whisky, o olhar afiado como uma faca. Ele estudou a foto, como se buscasse encontrar uma fraqueza no rosto de Tyler.

- Segundo nossas pesquisas, senhor, ele foi condenado a 150 anos de prisão, sem liberdade condicional. E o pai dele é um dos nossos clientes, Ryan Hunter - explicou o homem, nervoso, enquanto Cris absorvia cada palavra.

- Chame o Ryan aqui, diz que é urgente - ordenou Cris, batendo o copo na mesa com força, o vidro quase se partindo. O impacto fez a equipe ao redor dele se afastar levemente.

Enquanto isso, Tyler mantinha Jonathan em cativeiro em um porão escuro e úmido, a tensão no ar era quase insuportável. A luz fraca de uma lâmpada pendurada balançava, criando sombras dançantes nas paredes.

- Vai me dizer onde ele está? - Tyler perguntou, segurando um machado na mão, o brilho do metal refletindo a luz, como se estivesse ansioso para se banhar em sangue.

- Eu já disse, cara, eu não sei! - Jonathan respondeu, a voz tremendo, quase em pânico. Ele estava amarrado a uma cadeira velha, a pele pálida e os olhos arregalados.

- Está bem - Tyler respondeu, jogando o machado no chão com um barulho ensurdecedor que fez Jonathan levar um susto, o som reverberando no pequeno espaço como um trovão.

- Já que não vai me dizer, vou ter que tirar essa informação à força de você - Tyler disse, segurando um alicate, o olhar fixo no piercing no canto da boca de Jonathan, como um lobo mirando a presa, suas intenções claramente malignas.

Agatha - Capítulo UmOnde histórias criam vida. Descubra agora