VIII - Desafio Em Dose Dupla

14 2 0
                                    

A tensão estava no ar enquanto começávamos a traçar o plano para resgatar Ben e Abigaill. O clima era pesado, e a urgência nos deixava agitados. Mas então, o telefone tocou, trazendo uma surpresa nada agradável.

— Olá, Tyler — a voz de Cris soou do outro lado da linha, fria e provocativa.

— Quem é? — Tyler perguntou, já com o corpo tenso, como se soubesse que não vinha coisa boa.

— Digamos que seu pior inimigo... como deve saber, Abigaill foi sequestrada. E adivinha só quem está com ela?

Tyler praticamente saltou do sofá, como se tivesse levado um choque.

— O que você quer, seu filho da puta? — ele rosnou, a raiva evidente em cada palavra.

Cris, do outro lado, parecia se divertir. — Vingança.

— Vingança do quê, exatamente?

— Você me tirou tudo, Tyler. Minha forma de ganhar dinheiro... e meu cúmplice.

Tyler riu, um riso amargo e incrédulo. — Se seu cúmplice for seu irmão, pode esquecer. Ele não dava a mínima pra você. Sabia que foi ele mesmo quem me disse onde você morava? Aposto que você não sabia disso. Ele me contou quem você é, Um filho da puta, estuprador de menores.

— Ah, meu irmão... Ele está pagando caro por tudo que fez comigo — a voz de Cris reverberava pelo telefone, fria, calculada. — Quanto à sua filha... ela vai implorar para que a encontre logo. Porque o que estamos preparando para ela... vai assombrá-la até o fim dos seus dias. — Um silêncio mortal se instaurou por um momento, a tensão no ar parecia sufocante.

Antes que Tyler pudesse reagir, o som seco da linha cortada deixou um eco angustiante no meu ouvido.

Quando Cris finalmente desligou, o silêncio que ficou no ar era denso, quase sufocante. A raiva de Tyler estava estampada em seu rosto, e eu, honestamente, senti um calafrio ao ver o olhar assassino em seus olhos. Era como se ele estivesse à beira de um colapso, pronto para explodir a qualquer segundo. E, sinceramente, eu não queria estar por perto quando isso acontecesse.

Enquanto tentávamos acalmar Tyler, ouvimos batidas desesperadas na porta. Corri até lá e, ao abrir, encontrei Ben, completamente exausto, caindo de joelhos. Consegui segurá-lo antes que ele desabasse no chão por completo, e com a ajuda do meu pai, levamos Ben para dentro. Ele estava sujo, machucado, e claramente abalado. Quando viu Tyler, seus olhos se arregalaram de pavor, e ele começou a entrar em pânico.

— Ele está com medo de mim — Tyler disse, quase como se isso o irritasse ainda mais.

Colocamos Ben no sofá e fizemos o possível para tratá-lo. Enquanto enrolava o braço dele com uma bandagem improvisada, me abaixei, olhando-o nos olhos.

— Ben, o que aconteceu? — perguntei, minha voz firme, mas calma.

Ele olhou para Tyler novamente, como se o próprio homem fosse o responsável por seus pesadelos, e eu soube que algo terrível havia ocorrido entre eles. Tentei tranquilizá-lo.

— Fica tranquilo, ele não vai te machucar. — E então lancei um olhar de aviso para Tyler, esperando que ele entendesse o recado. — Conta pra gente o que houve.

Ben respirou fundo, lutando contra as memórias que o assombravam.

— Eles... pegaram nosso DNA. Eu não sei o que eles querem com isso. Abigaill e eu quase conseguimos fugir, mas... no meio do caminho, demos de cara com um tal de Cris. Ele disse que tinha comprado a Abigaill.

Tyler cerrou os punhos, e a raiva dele quase transbordava.

— É o desgraçado que ligou — murmurou entre dentes.

Agatha - Capítulo UmOnde histórias criam vida. Descubra agora