Epílogo

736 114 57
                                    

-- Epílogo --


O dia de sábado amanheceu como uma bela manhã de verão, céu bastante azul, o calor em cada canto, e a cidade agitada com a melhor época do ano. No apartamento de Christian, Ana acordou tarde, se revirando na cama, a sentindo vazia, logo se sentando ao perceber aquilo. Verificando o celular ao seu lado.

10h49min.

Ana se levantou, usou o banheiro, lavou o rosto e escovou os dentes, voltando ao quarto e deixando a cama arrumada antes de sair atrás de Christian pela casa. Não precisou ir longe, assim que saindo, vendo a porta da frente entreaberta, uma música baixa soava de lá e ela se aproximou com cautela, hesitante, não querendo atrapalhá-lo.

Mas como se a sentisse, Christian sorriu para si mesmo, não parando de pintar a tela em sua frente nem se virando, mas falando.

_ Bom dia, amor. Entra aí.

Ana ficou meio corada por ter sido pega, nem sabe por que, e acabou entrando devagar no ateliê.

_ Bom dia – ela respondeu, se aproximando dele, que estava sentado num banco em frente a um cavalete alto. – Nossa, que bonito – elogiou.

Era quadro muito bonito mesmo o que ele estava pintando, um céu noite bem estrelado, mas havia uma estrela entre elas que brilhava mais, e abaixo, numa espécie de janela, havia um gatinho negro, com olhões amarelados, que mirava diretamente a estrela brilhante.

_ É para alguém específico? – Ana questionou, achando um pouco particular o quadro.

_ É... – Christian respondeu. – Eu, no caso.

Ela acabou rindo.

_ Eu tinha uma gatinha, desde os quatro anos, ela morreu um pouco antes de eu vir – ele contou.

_ Oh, eu sinto muito – murmurou, levando as mãos aos ombros dele, lamentando.

_ Ela estava bem velhinha.

_ E essa é ela? – ela apontou para o quadro.

_ É. Ela gostava muito de ficar no parapeito da janela do meu quarto, só para olhar para o céu, sempre a noite, um dia eu percebi que eram as estrelas que ela gostava de olhar, chamava sua atenção. E é engraçado porque o nome dela era Sirius – ele contou.

Ana franziu o cenho.

_ O que o padrinho de Harry Potter tem a ver com as estrelas? – perguntou.

Christian bufou.

_ Harry Potter? Ai meu Deus, nao. Não é Harry Potter, é a estrela Sirius.

_ Tem uma estrela que se chama Sirius, então? – ela perguntou, achando graça com ofensa que o outro sentiu com sua comparação.

_ Sim. E ela também é conhecida como Alfa de Cão Maior, talvez seja um motivo do nome do personagem. Mas de qualquer forma, Sirius é uma estrela, é a mais brilhante do céu. Foi uma das primeiras coisas que eu aprendi, meu pai quem me contou, isso ficou na minha cabeça e eu coloquei o nome da minha gatinha de Sirius.

Ana sorriu, logo beijando sua bochecha.

_ Isso é tão fofo. Eu queria ter conhecido ela, eu amo Harry Potter – brincou, só para provoca-lo.

_ Para de dizer que era por causa de Harry Potter, não é – ele resmungou, a puxando pela cintura, tomando cuidado para a garota não esbarrar no quadro ainda muito recente, a mantendo entre suas pernas.

_ Mas para mim é – ela rebateu.

Ele revirou os olhos, apertando seu quadril.

_ Nao, é por causa da estrela. Você sabe como uma estrela nasce?

A Arte de AmarOnde histórias criam vida. Descubra agora