Capítulo 1

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"Lá estava eu novamente esta noite forçando a risada, fingindo sorrisos, mas as paredes de insinceridade, olhares perdidos e vagos sumiram quando vi o seu rosto

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"Lá estava eu novamente esta noite forçando a risada, fingindo sorrisos, mas as paredes de insinceridade, olhares perdidos e vagos sumiram quando vi o seu rosto. E no fim da noite, tudo que posso dizer é que estou encantada em te conhecer. Por favor, não esteja apaixonado por outra pessoa. Por favor, não tenha ninguém já esperando por você."

••••••

O primeiro encontro poderia ser visto como destino para os mais românticos - e fanfiqueiros - do mundo, mas para Ana e Christian mais foi algo ao acaso e determinado como "lugar certo e hora certa". Não tinha como eles não se esbarrarem naquele dia, e uma vez que os olhos se encontraram, não havia como fugir.

Admitir que estava no meio de um turbulento e violento relacionamento abusivo foi a parte mais fácil, Ana sempre foi pé no chão e inteligente demais para não ver essas coisas, mas sair dele foi como aceitar passar pelo inferno - enquanto já estava lá.

Mesmo após dois anos de tudo, depois de ter se mudado, recriado uma vida inteira apenas para deixar para trás aquela garota que nunca imaginou que seria, os traumas ainda estavam lá, à espreita. Enquanto ela dormia, quando andava sozinha, o pânico adentrava em seu ser e as vezes Ana chorava com o medo de que aquilo nunca fosse passar.

Mas também com a força de vontade de superar e enfrentar os traumas, foi o motivo de ela estar num sábado à noite em uma galeria de artes enquanto não fazia ideia de absolutamente nada sobre artes.

Kate - sua melhor amiga desde sempre - a arrastou com um convite extra para aquela exposição que aparentemente estava bombando naquele dia. A galeria estava cheia mesmo, pessoas elegantes de um lado para outro e Ana fingia interesse em olhar os quadros abstratos que ela não fazia ideia do que queriam dizer e ainda julgava em pensando que poderia fazer a mesma coisa porque era só rabiscar telas pelo visto.

_ É o Silêncio - alguém disse atrás de si, assustando Ana por um instante porque ela meio que estava concentrada em fingir concentração enquanto bebia a segunda (ou a quarta) taça de champanhe.

Ela olhou de soslaio para quem estava o seu lado, a voz firme e rouca do homem chamou sua atenção. Ele não tinha o tom de quem estava tentando dar em cima dela, mas assim que os olhares se encontraram ele pareceu decidir que iria sim flertar, porque até mesmo Ana pôde destingir o brilho desejo que o tomou mas íris cinzentas.

Os olhos dela provavelmente espelharam o mesmo desejo para ele sem que ela sequer conseguisse evitar. Ele era bonito - bonito demais até. Do tipo que não se vê de bobeira por aí - ou pelo menos sem uma aliança. O cabelo castanho meio acobreado estava penteado e arrumado, mas a forma com uma mecha estava para o lado diferente deu a entender que ele não resistia em bagunçar os fios, e ele era alto, a ponto de Ana ter que inclinar a cabeça para olhá-lo nos olhos.

Os olhos...

Cinzentos e claros, e tão brilhantes. Ele estava feliz e era possível sentir até fisicamente. E aquilo fez Ana sorrir em vez de simplesmente mandar o homem caçar outra mulher como ela fazia ultimamente.

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