Capítulo 2

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"Já tive um amor tão cruel quanto a cidade em que vivi, tudo parecia pior à luz do dia

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"Já tive um amor tão cruel quanto a cidade em que vivi, tudo parecia pior à luz do dia. Há tantas linhas que eu cruzei sem perdão, eu vou te dizer a verdade, mas nunca será um adeus. Eu queria não olhar para mais nada agora que te vi, eu queria não pensar em mais nada agora que pensei em você. Eu tenho dormido há tanto tempo numa noite escura de vinte anos, mas com você, vejo a luz do dia."

••••••



Na segunda vez que se encontraram foi ainda mais aleatório, e até se não fossem os acontecimentos passados na vida de Ana e Christian eles poderiam enfim determinarem o encontro como coisa do destino.

Mas o passado aconteceu, traumas foram adquiridos, e os olhos não conseguiam brilhar daquele jeito que só um amor premeditado e destinado faria.

Por enquanto.

_ Eu não julgo ele, também não acho que estou pronta para um relacionamento... nem sei se sei ter um relacionamento. Normal, com certeza não sei - Ana falava.

Era sexta a noite duas semanas depois do sábado da exposição, duas semanas de literalmente a melhor noite da vida de Ana. E duas semanas que Christian foi um perfeito cavalheiro ao lhe levar para casa na manhã seguinte - e até que gentil enquanto lhe falava diretamente sobre como não queria compromisso e estava focado em sua carreira e último ano da faculdade.

Num primeiro instante Ana sentiu o coração apertando, ele sequer havia pedido o número de seu celular, mas logo depois, em seu próprio quarto, ela percebeu: nem ela estava pronta para algo.

_ Mas voce disse que se deram tão bem, e Christian é um cara bem legal, voces seriam ótimos juntos, totalmente combinam - Kate respondeu.

Estavam no meio de uma festa aleatória de faculdade, em uma república que cheira a cerveja e perfume feminino, as duas num canto da parede enquanto os outros se divertiam dançando ou jogando beer pong quase ao lado delas.

Ana deu de ombros, tomando um gole da própria cerveja em mãos.

_ Foi incrível, e eu me sinto um pouco derrotada para outros caras no momento, mas é isso que me preocupa, sabe? Eu não posso me sentir assim, é muito rápido e muito pouco para tanta coisa. E se eu só estiver carente e de repente me jogo em cima de alguém que não é o que é de verdade? Que eu só esteja imaginando e inventando uma situação perfeita porque estive em uma que era uma merda? - ela disparou, confessando o medo mais sombrio que tinha dentro de si. - E se de repente eu só começar a aceitar pouca coisa porque já tive o pior?

Kate encarou a morena, pressionando os lábios um no outro e os olhos melancólicos. A situação com Ana foi pesada, e a loira já esteve perto o bastante de perder a amiga de verdade. Era algo sombrio o passado de um relacionamento dela, e muitas pessoas poderiam alegar que já se passaram dois anos, mas a verdade era que dois anos não havia sequer feito Kate parar de atender o celular em sobressaltos quando o aparelho tocava, imagina para Ana.

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