Prólogo.

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Charlotte sempre teve tudo no controle. Sua vida foi uma bagunça quando criança, onde tudo saia do lugar, mesmo ela arrumando constantemente.

Sujou, limpou. Sujou, limpou. Sujou, limpou.

Charlotte Ross decidiu que sua vida seria regrada, controlada e ajustada nos eixos do caminho da vitória. Ela estava cansada de andar nos círculos dos desastres.

Acontece que a vida é imprevisível grande parte do tempo. Às vezes, algumas coisas fogem do nosso controle.

Mas ela sentia. Senti o constante cheiro do perigo se aproximando, fervendo seu sangue e estourando suas veias como um furacão sem controle, mesmo fazendo tudo certo. O perigo sempre a acompanhava, ambos estavam ligados na trajetória da desgraça.

O nome desse furacão era Nico, Nico.

Não tinha nada de nele, ele era tudo, e ao mesmo tempo, não era nada.

Ele era tudo que ela temia, mas tudo que ela sempre quis. Ela anseiava por sentir algo fora da rotina, mas quando algo turbulento chegou, ela só conseguiu sentir medo.

Não medo dele, mas medo do que ela faria por ele.

– Sou sua nova psiquiatra, Nicholas, prazer em te conhecer.

Ela estendeu sua mão em sua direção, mesmo com seu coração batendo apertado no peito quando ela encarou aqueles olhos verdes e sombrios. O homem em sua frente, amarrado por uma camisa de força, sorriu dela.

Não para ela, mas sim dela.

Ela logo se tocou do seu erro e abaixou sua mão, mas não estava envergonhada. Aquela sensação era nova. Era de poder. O homem coberto de tatuagens, cabelo bagunçado e sorriso malicioso atingiu algo em seu peito que há tempos não era atingido.

Chamavam isso de atração. Algo dentro dela brilhou com isso.

– É Nico, Nico. – Ele corrigiu, se aproximando cada vez mais dela. Ela soltou um suspiro, mas concordou enquanto olhava para ele. A postura dele era de desdém, e seus olhos, brilhavam com diversão.

Ele não parecia ligar em estar preso.

– Tá legal, então... – Foi que tudo que ela murmurou, olhando para o redor. Polícias estavam nas portas, armados até os dentes. Câmeras em cada canto da sala, grades nas janelas e portas.

Nico era perigoso. Ela leu sua ficha, e pensou duas vezes antes de aceitar ele. Homicídio, incêndios, assassinatos nojentos e grotescos com qualquer um que ficassem em seu caminho. Matou seus pais com oito anos, incendiou sua irmã com doze e com treze, ele já matava com maestria. Ele era conhecido como psicopata por todos, mesmo que ela duvidasse disso. Psicopatas não agem assim, em tanto desdém.

– O que houve com a antiga psiquiatra? – Sua voz baixo havia sarcasmo, assim como seus olhos que brilhavam com animação.

Ela forçou um sorriso em sua direção. Seus olhos davam medo, assim como cada palavra sussurra que saia de seus lábios. A postura dele a cativava.

– Você a matou, Nico. Se esqueceu? - Ela perguntou. Ele olhou para os lados, antes de negar com um sorriso cruel e temido no rosto. Malicioso.

CHARLOTTE ROSS | 🔞Onde histórias criam vida. Descubra agora