03 | revenge is sweet.

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—— CAPÍTULO TRÊS ——

A vingança é doce.

Se a vingança fosse uma cor, ela seria o vermelho. Um vermelho tão escuro e opaco como as emoções ofuscadas pela neblina da cegueira, ofuscadas pela raiva prepotente que sentimos em nossos olhos. Tudo se tornaria o vermelho, de repente. E o sabor da vingança, sem sombra de dúvidas, seria o sabor mais doce em meus lábios e amargos nos teus.

A vingança teria o gostinho da vitória para quem comete, mas para quem sente, teria o gostinho da morte.

E a vingança junto com o amor, claramente possuem o poder mais magnífico que o mundo iria presenciar algum dia.

Nada de faz do vazio. Tudo precisa de um pouquinho de amor.

A vingança é a cor mais bonita que alguém já foi capaz de ver. E a vingança, junto com o doce do amor, faria um estrago enorme nos corações.

E eu irei provar isso a todos.

– Dizem que recomeços são difíceis, mas eu nunca pensei que isso seria tão fácil para você. Você nem sequer finge sofrer. – Eu começo a dizer, colocando a faca posicionada ao chão. – Eu sempre imaginei que você fosse forte, e agora, percebo que eu nunca estive mais enganado. Você é tão fraca. Chega a ser patético a forma como se humilha.

Eu ajeito uma faca ao lado da outra, e elas me circulam no chão de mármore. Uma por uma e posta em volta de mim. As facas são apontadas para mim. Cada uma delas.

– Você sempre quer ser a escolhida, mas nunca a que escolhe.

Eu solto uma risada de escárnio.

– Quer ser a humilhada, mas nunca a aclamada. Você aceita tão pouco. Prefere morrer para que o outro viva. – Eu estralo minha língua. – Você é sem vida. É sem sal. É sem graça. Precisa de alguma reparos para conseguir ser menos fútil.

Eu solto as ofensas, distraidamente, e coloco a última faca em volta de mim. Mantenho meus olhos abaixados.

Eu sempre gostei de falar sozinho, e é exatamente isso que estou fazendo agora, enquanto finjo que a porra do espelho é a loira maldita.

Faz dias eu eu saí daquele hospício e não voltei mais. Minha única razão para estar lá era conseguir ver ela todos os dias. Mas, Charlotte sendo teimosa, não me ouviu e se demitiu.

Ela me abandonou.

Agora, passo horas do meu dia, sozinha com a minha companhia, fingindo que estou brigando com ela. Que estou matando ela. Que estou transformando ela.

Quando na verdade, eu só passo de um menino num quarto de hotel desejando poder ver ela de novo.

– Você é tão morta. Como se sente andando por aí sem um coração? – Eu balanço minha cabeça, agoniado. – Você não tem amor por nada, não tem uma única paixão.

Eu me olho no espelho.

– Preciso quebrar você para se tornar inteira. – Eu sussurro. – Preciso te matar para que você viva. Preciso... Te amar para que você se odeie.

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⏰ Última atualização: Nov 04 ⏰

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CHARLOTTE ROSS | 🔞Onde histórias criam vida. Descubra agora