Sussurros entusiasmados misturavam-se entre os sons opacos que a garrafa de San Marzano fazia - sempre com a entrada apontada para cada um ao redor do círculo - girando, agora em movimentos ainda mais lentos, insinuando que pararia daqui alguns segundos. Os olhares vidrados nos últimos giros eram quase agonizantes, até os murmúrios pararam. Um silêncio repentino causou a mesma reação de ansiedade em todos ao mesmo tempo, eles pensavam: "Em quem vai parar?". E por um segundo parecia até que Patience - a música que tocava no fundo - tinha se tornado uma espécie de trilha sonora àquela ocasião.
Que coisa mais besta.
Pensou Marinette, se perguntando como uma tal garrafa de um vinho caro poderia fazer seu peito palpitar imediatamente. Era besta, incrivelmente besta. Tão besta que tentava se convencer disso e não ficar nervosa porque, a boca da garrafa estava parando e indo na sua direção. Sem perceber, dos seus lábios saia a respiração meio desregulada... A intuição lhe fez erguer as íris e encarar Chloé que olhava fixamente para o centro da roda. A mesma estava simplesmente acomodada no chão, bem em sua frente no lado oposto, sentada ali, como todo mundo, parecia só mais uma adolescente normal hipnotizada com o sorteio que a garrafa faria. E se parasse em Marinette. E se ela girasse a garrafa. Se parasse em Chloé. Como a beijaria? Qual gosto sentiria do seu batom? Qual o sabor... da sua língua? Balançou a cabeça, repreendendo a si mesma por ainda pensar na boca dela. Lembrou que estava com raiva e seu objetivo ali era acabar de uma vez por todas qualquer mal entendido sobre a relação delas, deixar claro que não se importava nem um pouco com as ações de Chloé era um ótimo começo.
A garrafa parou e todos reagiram com um grito ao darem toda atenção para Alya, que apenas esboçou surpresa. Mari soltou o ar preso nos pulmões, fitou a melhor amiga ao seu lado, ela que não faz suspense algum em virar a garrafa forte. Marinette podia jurar que percebeu um garoto moreno que usava óculos e boné morder levemente o lábio. A espera não durou muito, a garrafa parou em uma menina loira de fios soltos, ela tinha uma mecha rosa na franja e sorriu confortavelmente para Alya.
ㅡ A pequena Zoé Lee vai encarar? ㅡ Provocou um garoto de cabelo longo preto, pareciam ser amigos pelo tom de voz.
ㅡ Eu não tenho medinho de beijar. ㅡ Revidou ao olhar Alya de cima a baixo enquanto descruzava as pernas e levantava.
ㅡ Que bom porque eu também não. ㅡ Marinette arregalou os olhos com a resposta da Césaire, indo com passos confiantes até o meio da rodinha.
ㅡ Bom saber disso.
Ambas se encararam frente a frente, os gritos iam de "Beija! Beija! Beija!" a assobios e risadas altas. Zoé segurou delicadamente o queixo da negra que lhe correspondeu posicionando os dedos na maçã do rosto da loira, puxando-a devagar e assim selando ambos os lábios. Com os movimentos suaves das cabeças deixou explícito que se tratava de um beijo de língua, fazendo os jovens gritarem cada vez mais alto. Mari olhou novamente para o garoto de boné, ele tinha um olhar decepcionado.
Depois de uns dez segundos as duas se separaram mostrando um sorriso satisfeito, dando de ombros, cada uma andou para seu lugar.
ㅡ Vou contar pra sua mãe. ㅡ O mesmo menino a provocou de novo.
ㅡ Cala a boca, Victor!
A garota gritou com vergonha enquanto alguns soltaram gargalhadas. Era a vez dele e antes de tocar no vidro ele mirou Luka descaradamente, Todo mundo percebeu, inclusive Adrien. Era tão nítida a cara de paisagem do rockeiro ao focar em alguma decoração aleatória que fez Mari rir. Para sua sorte a garrafa não bateu nele mas sim na própria Marinette. Alya, Luka e Adrien se entre-olharam um tanto receosos.
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DRUNKEN BY APHRODITE | 𝘊𝘩𝘭𝘰𝘦𝘯𝘦𝘵𝘵𝘦.
Fanfictionㅡ 𝐃𝐫𝐮𝐧𝐤𝐞𝐧 𝐛𝐲 𝐀𝐩𝐡𝐫𝐨𝐝𝐢𝐭𝐞. ❜ 𝒷𝓎 𝓉𝓈𝓊𝓀𝒾𝒶𝒶 𝙨𝙞𝙣𝙤𝙥𝙨𝙚: Amor & Ódio são totais opostos, não há o que discordar. Para Marinette e Chloé o ódio sempre prevaleceu reciprocamente desde a época do fundame...