Pornstar - Malila g!p

15 - Amizade

...Uma semana depois... 

Point Of View Carla Maraisa 

Hoje estava se completando dois dias desde que o meu vídeo transando com Marília, havia caído na internet. Não "caído", mas lançado no site da Porn Hot, onde só quem era assinante, conseguia ter acesso a todos os vídeos. 

Graças a Deus, até agora, ninguém havia me ligado, nem apontado na rua, dizendo: "olhe, aquela é a garota que está contracenando com a Marília Mendonça". Isso realmente era um alívio, mas eu sabia que poderia mudar a qualquer momento. Até agora, o vídeo já tem mais de duzentas mil visualizações. Quando Marília me ligou hoje pela manhã para me contar, eu simplesmente não pude acreditar. Ela disse que isso nunca havia acontecido até então e eu me perguntava se deveria me sentir orgulhosa. 

Orgulho não é muito o que me define no momento, eu estou um pouco... Assustada e ao mesmo tempo admirada. Mas mesmo assim, eu tinha certeza que essa sensação iria mudar assim que a primeira pessoa me ligasse.  Ou a segunda, porque quem estava pendurada comigo no telefone há meia hora, era uma louca e ensandecida, Maiara Henrique. 

— Sério, Maraisa! Ela fode como ninguém, sua... Safada! Você estava adorando, aquilo era tudo, menos encenação! Como você pôde me esconder essa sua reação? 

— O que eu iria falar, Maiara? Que eu havia gozado intensamente? 

— Era o mínimo! Mas o pior, é que você agora é duplamente safada! 

— Como assim? — perguntei, sem entender nada do que ela estava falando. 

— Você está aproveitando muito do corpo da Mendonça. Quantas vezes você transou com ela depois da gravação? Umas cem mil vezes, no mínimo? — ela riu. — A mulher tá louca por você. Louca! 

Revirei os olhos. Maiara sempre foi exagerada e isso era um fato, por isso, não estava tão alarmada com tudo o que ela estava falando. Marília e eu nos damos muito bem – tanto na cama, como na amizade – e tudo se resume apenas nisso: amizade. 

Ela é uma pessoa legal, muito legal, tenho que admitir. 

— Ela é apenas uma boa amiga, Maiara. É tudo amizade. 

— Queria ter uma amizade assim, viu? Não que eu esteja querendo catar a sua... Sua girl magia, mas eu queria... Para ver se tiro aquela mulher da minha cabeça! — ela rosnou baixinho no final. 

— Mulher? Maiara... Do que está falando?

Alguns segundos se passaram e eu recebi apenas o silêncio como resposta. 

— Mai? Maiara Henrique, pode falar comigo agora! 

Ela suspirou e eu estava prestes a lhe dar outro esporro, quando ela começou a falar. 

— Não tem a chefe da sua "boa amiga fodedora"? — ela perguntou e, sem esperar pela minha resposta, prosseguiu. — Ela está dando em cima de mim há quase duas semanas! Ela conseguiu o número do meu celular, não me pergunte como porque eu não sei, e vem me ligando desde então. Ela insistiu em conversar pessoalmente comigo e nós saímos ontem... Fomos jantar e bem... Ah, Maraisa, eu não sei! Ela mexe comigo, sabe? Ela é engraçada, persuasiva, bonita pra caralho e tem uma boca suja... Ela me deixa... Argh, me deixa molhada e eu não sei o que fazer! Eu nunca me senti sequer atraída por uma mulher e agora acontece isso. É uma merda, sabe? 

Oh. Meu. Deus! 

Eu estava sem palavras, quer dizer... O que eu poderia falar sobre isso? Minha amiga – uma heterossexual completamente obcecada por pau – está se interessando por uma mulher. Uma mulher que, no caso, deve estar dando em cima dela e de várias outras ao mesmo tempo. 

— Nossa, Maiara... Eu não sei o que dizer. 

Saber eu até saberia dizer algo, como dar um conselho. Mas para mulheres que são como eu, bi ou lésbica e não para uma heterossexual como minha melhor amiga. Era um tanto engraçado e assustador ao mesmo tempo. Mas ela não precisava saber da parte do engraçado. 

— E eu não sei o que fazer! Ela disse para passarmos uma noite juntas, para eu... Experimentar. Mas tenho de gostar. Não, eu tenho medo de gostar demais, não só do sexo, como dela também. 

— Caramba, Maiara. Eu acho que você deve pensar muito bem sobre tudo isso e só fazer algo se tiver certeza de onde está se metendo. Afinal, você estaria pisando em um novo território e uma mulher como Bruna, é fogo e você pode se queimar feio. Na verdade, qualquer mulher é fogo, porém, elas também podem ser um doce que no primeiro momento que você provar, pode viciar e não querer largar mais. 

Ainda bem que eu sou bi, não tenho que me preocupar se irei gostar mais de um do que o outro, o que vier é lucro. 

— Ai meu deus... Eu... Eu vou pensar muito bem sobre isso. Assim como você, até porque, escute bem o que estou lhe dizendo, Maraisa: uma pessoa não fica atrás de uma mulher com tanto ímpeto quanto Marília, se ela não quiser algo além da amizade. 

Assim que desligamos, fiquei encarando o telefone em minhas mãos, pensando seriamente sobre o que Maiara havia dito. Marília não poderia estar... Se apaixonando por mim, não é mesmo? 

Ela é uma pessoa extrovertida, nunca demonstrou nada além da amizade e do desejo pelo meu corpo. E por mais que citasse frases de Clarice para mim, isso não era paixão, não é mesmo? 

Ou era? 

A única coisa que eu sabia, era que eu jamais me relacionaria dessa forma com Marília. Temos muita coisa em comum, mas também somos muito diferentes. Algo além da amizade não era o que eu procurava no momento e isso jamais iria acontecer. 

Mas, no momento, eu me daria ao luxo de aproveitar ainda mais a sua companhia, seja na cama, ou no passeio que iríamos fazer dali a algumas horas.