Point Of View Carla Maraisa
Entrei em meu quarto com Marília em meu encalço e lhe dei alguns minutos para que olhasse tudo ao redor. Não havia nada demais, meu quarto tinha uma decoração clássica, muito feminina... Paredes em tons creme, uma cama de casal com uma colcha rosa bebê, minha mesa de cabeceira com algumas fotos e meu despertador.
Meu closet não era grande demais, a porta dele ficava ao lado da porta do banheiro. A frente da minha cama tinha um rack com minha TV e DVD e ao lado dela, tinha o que eu mais gostava: minha estante de livros, que era o que Marília estava olhando naquele momento.
Literatura é a minha mais completa paixão. Confesso que sou uma romântica assumida, e por mais que alguns títulos de Sidney Sheldon – um ótimo autor de suspense – estivessem em evidência em minha estante, o romance era o gênero que dominava ali.
— Uma romântica incurável, Maraisa. — Marília disse, pegando um dos meus livros de Nicholas Sparks. — Juro que nunca me passou pela cabeça que você fosse do tipo de livros, chuva e chocolate quente.
— Por que não? — perguntei, interessada em sua resposta. — O que passou pela sua cabeça sobre mim, Marília?
— Sinceramente? Que você fosse daquele tipo de mulher que não gosta de nada muito meloso, nada muito dramático... Você se mostrou tão dura em relação ao filme, que... Sei lá, eu só achava que você era uma mulher mais severa. — ela deu de ombros, colocando meu livro de volta na prateleira. — Mas pelo visto, eu estava redondamente enganada. Bem que falam que só conhecemos uma mulher de verdade, quando visitamos seu quarto. Sabemos muito bem com que estamos lidando.
Fiquei em silencio, refletindo um pouco sobre tudo aquilo. Ela estava certa. Eu era mesmo uma romântica, mas em nenhum momento demonstrei isso a ela e eu sabia muito bem o porquê de não ter lhe mostrado isso. Em parte porque, depois de tudo o que aconteceu entre Hugo e eu, percebi que não adiantava ser romântica com os homens; eles nunca nos corresponderiam à altura. Então eu decidi que não seria romântica com mais ninguém.
E em parte por que... Bem, Marília é uma mulher, mas para que eu iria mostrar esse meu lado a ela? O que tínhamos era apenas... Sexo? Isso, sexo. Nem amigas éramos. Então... Ela não precisava conhecer tanto sobre mim.
— Ora, ora... Maraisa! — ela olhou para mim com um sorriso safado de orelha a orelha, me fazendo descer o olhar até o meu exemplar de "Cinquenta Tons de Cinza", que estava em sua mão. — Então você também sucumbiu a esse livro?
Sua sobrancelha arqueada e sorriso de fez com que um rubor leve subisse pelo meu rosto. Que merda, que mal havia naquilo? Eu me sentia como se tivessem me pego no flagra, enquanto fazia algo muito vergonhoso.
— Não precisa ficar assim, Isa.
— Isa? — repeti o nome que acabara de sair de sua boca atraente e ela me sorriu lindamente.
— Sim, algum problema com apelidos carinhosos?
Eu apenas balancei a cabeça um pouco corada.
— Esse tal de Christian Grey deve ter pego mais mulheres do que eu, e olha que eu já estou nesse ramo desde os meus 18 anos de idade. — Ela balançou a cabeça e riu. — Mas confesso que, desde o lançamento desse livro, já devo ter feito mais de 30 cenas em estilo BDSM*.
*BDSM: Bondade. Disciplina. Sadismo. Masoquismo.
— Sério?
— Sim. — ela virou o livro, dando uma olhada rápida na sinopse.
— E você... Gosta desse tipo de coisa? Dominação e submissão? — perguntei, subitamente interessada.
A imagem de Marília com um chicote nas mãos fez a minha calcinha molhar tão rápido, que eu pensei que estava entrando em combustão.
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Pornstar - Malila g!p
Fiksi PenggemarMaraisa Pereira é uma mulher de vinte e dois anos. Cursa faculdade de odontologia, ama ler e é apaixonada por seu noivo, Hugo. Tudo em sua vida sempre foi perfeito e em ordem, até que seu noivo a trai de forma descarada. Seu mundo magnífico é destru...