De Preto e Branco à Azul e Verde

O Lago

Ele foi colocando toda sua força nos braços porque ele não desejava se acidentar na frente de Lucian, então Benjamin se pendurou na planta que parecia fixa na parede e foi descendo cuidadosamente, porém, a planta cedeu-se em pedaços mas felizmente antes que Ben se machucasse, ele sentiu dois braços fortes o segurando.

— Está bem? Se machucou? — Lucian passou os dedos no rosto de Benjamin com cuidado, afastando os fios loiros bagunçados.

— E-eu tô sim — Ele estava tremendo e suas pernas estavam bambas, mas sim, realmente ele estava bem. — Já pode me soltar, obrigado.

Num movimento brusco, Lucian perde o equilíbrio e acaba caindo e assim os dois caem juntos no chão sincronizadamente, risos e gargalhadas escapam e eles acabam na grama um do lado do outro.

— Eu quase morri. — Diz Ben respirando fundo com a mão no coração.

— Não seja dramático, Ben, já atuou cenas piores, certeza.

— Ó meu Romeu, porque me deixaste cair?

— Minha Julieta, você quem caiu sozinha! E ainda me derrubou junto.

Os dois novamente sorriam um pro outro e ficaram deitados por um tempo olhando pro céu.

— As estrelas, olha como elas são lindas.

— É... é uma beleza encantadora, não? — Diz Lucian ainda olhando pro Ben, que encarava todas aquelas luzinhas brilhantes. A verdade é que, mesmo apaixonado pela natureza, se fosse para ele escolher, ele escolheria mil vezes Benjamin, e cairia por ele mais um milhão de vezes.

— Sabe... eu queria ser como você as vezes... — Ben voltou seus olhos à Lucian, que o encarava agora com um semblante confuso.

— Pobre?

— Não...tô falando de poder aproveitar assim a vida, sair quando quiser e ter uma vida normal... é horrível ser perseguido na rua, não poder ter amigos, homens mais velhos dando encima de mim, toda essa fama que tenho parece uma maldição as vezes... — E pela primeira vez, Lucian sentiu que estava conversando com o verdadeiro Ben, e sentiu toda a doçura nas palavras, a sinceridade e pureza que ele tinha. E também ódio, por todos os nojentos que o olhavam com segundas intenções, já que havia boatos em que o diretor do filme já tinha o assediado. As vezes Lucian só queria proteger Ben de todo o mal do mundo.

Como uma resposta silenciosa, Lucian deu um abraço nele, Ben retribuiu o abraço e posicionou sua bochecha no ombro dele e ambos continuaram naquela posição.

— Promete nunca ir embora?

— Eu prometo, te dou minha palavra e também prometo te fazer aproveitar sua vida, como sempre quis. — Por fim deu um beijinho na bochecha do loiro, que sorriu em resposta. Aquela fôra realmente uma promessa verdadeira, ele tinha respondido aquilo com seu coração.

E então, os dois caminharam juntos até o lago, Ben seguiu Lucian, que sabia o caminho até lá e pegaram um atalho, pra que ninguém os visse escondidos. Quando chegaram perto da beirada do lago, tinham árvores enormes, com troncos e folhas de diferentes tamanhos e formas, após o anoitecer era um pouco assustador e gelado, mas o calor humano estava os ajudando.

Os dois se sentaram encima de uma coberta que Lucian havia deixado lá mais cedo, e ficaram juntos olhando o lago e conversando, ventava muito naquela noite, o tempo passou tão rápido que nem ficaram atentos ao horário, quando o sono veio, Ben se sentou no colo do moreno, que o abraçou em resposta.

— Eu... nunca pensei que faria isso algum dia.

— Isso o que? Tá se referindo à sair escondido ou sobre sentar em mim?