Meia noite eu te conto

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Quando acordei eu já estava sozinha no quarto, a segunda-feira sempre sendo minha inimiga semanal.

Na cozinha encontrei Roberta Se arrumando as pressas para o trabalho, Samuel faz flexões enquanto a Eveline esta de pé em cima dos pés dele.

— Sai da frente! – Pedro diz me empurrando para o lado.

Ele abre a porta e sai junto com a Roberta, ambos devem ter aproveitado muito a noite passada e acordaram atrasados para o trabalho.

— Bom dia Sn! - Eve disse ao me vê entrando na cozinha.

— Bom dia. Não vão trabalhar hoje?

— Vou para o trampo só meio dia, e a Evie esta de folga hoje. – O Samuel disse ofegante.

— Podemos sair Sn. – Eve diz sorrindo.

Tenho que trabalhar de babá até as duas da tarde e a noite seria ótimo sair para relaxar.

Durante o jantar Pedro me disse algo que esta me deixando louca, " fiquei sabendo que sua irmã Janete esta grávida ". Não posso acreditar que eu fui expulsa de casa por ter perdido a virgindade enquanto minha irmã de 18 anos esta grávida.

Fazer sexo é um pecado mas engravidar é uma bença?

— Esquece o que eu falei prima. – o Pedro deita a cabeça no meu colo.

— Não consigo acreditar que meus pais fizeram isso. – fungo com os olhos marejados.

— Tolinha, sua mãe é uma tremenda duas caras. Já esqueceu do fato dela ter engravidado de você na adolescência! – o Samuel faz massagem no meu ombro.

— Não tem para onde correr Sn. – Roberta se senta ao lado da Eve. — Esta bem óbvio quem é a filha preferida.

Se isso era para me deixar menos mal não deu certo, estou ainda mais triste e com o coração apertado como um elástico ao redor do dedo.

— Você não está ajudando ela Roberta, Sn você deveria tentar telefonar para seus pais. Já fazem alguns anos que você saiu da casa deles, as coisas podem ter mudado. – Eve me reconforta.

— Eu vou fazer isso.

Bagunço o cabelo do Pedro que reclama. A porta se abre, olhamos o Junior passar pela porta parecendo irritado, em silêncio ele segue para o nosso quarto e bate a porta.

— Acho que alguém esta irritado. – Roberta diz rindo.

— Mais do que o normal. – o Samuel que estava fazendo massagem no meu ombro para e se senta ao meu lado.

Meu celular vibra, pego ele e desbloqueio.

" vem aqui "

A mensagem que o Junior me mandou me deixa ansiosa para saber o que ele quer, me levanto.

— Já tá indo cutucar a cobra com vara curta Sn? – Pedro joga a almofada em mim.

Aponto o dedo do meio para ele sumindo no corredor dos quartos, bato na porta antes de entrar. Não encontro ninguém no quarto.

A porta do banheiro esta fechada, me sento na minha cama esperando o rapaz sair do banheiro. Um tempo depois o Junior sai do banheiro vestido e com o cabelo molhado.

— O que foi? Porque você queria que eu vinhesse aqui? – cruzo minhas pernas observando ele se abaixar onde está sua mochila no chão próxima a porta.

O Junior tira de dentro da bolsa uma arma.

— Puta merda de onde você tirou isso. – engatinhando eu me aproximo da borda da cama.

— Eu peguei da casa da minha mãe, o meu padrasto estava ameaçando minha mãe com isso. – Junior se aproxima de mim e me deixa pegar a arma.

— Esta carregada? – olho a arma com cuidado.

— Eu tirei as balas dela, preciso que você mantenha isso em segredo e não conte para ninguém. Meu padrasto não sabe que peguei. – ele disse me olhando profundamente.

— Seu padrasto estava ameaçando sua mãe porque? – entrego a ele a arma.

— Ele está devendo para um agiota e obrigou a minha mãe a ajudá-lo a arrumar o dinheiro para pagar a cagada que ele fez. – Junior se senta na cama suspirando fundo. — Meu trabalho na boate não seria suficiente para ajudar a minha mãe, e mesmo assim ela não quer se afastar daquele resto de bosta.

Apoio minha mão no ombro dele.

— Coloca dramin na água dela e tira ela da casa, sua mãe não tem mais sanidade para decidir se deve ou não continuar com seu padrasto. – falo.

— Queria que fosse fácil assim, eu não consigo mais ligar para minha mãe. Tudo esta desmoronando na minha cabeça Sn, o que devo fazer!? – ele me olha tão triste e amargurado.

Por impulso eu abraço ele, eu e o Junior somos os mais fodidos dessa casa, ele demonstra sentimento de forma superficial e por isso fica tão difícil entender ele ou o que ele sente.

Deixo um beijo na bochecha dele antes de me afastar.

— Tenho certeza que você vai conseguir tirar sua mãe dessa situação. – o Junior me observa surpresa pelo beijo na bochecha.

— Isso não importa. – estranho a mudança de humor do Junior.

Ele se levanta da cama e coloca a arma de volta na mochila.

— Posso guardá-la. – falo sentando de volta na cama.

— Não, eu sou um cuzão envolvendo você nas minhas paradas. Você não tem nada haver com meus problemas! – fico boquiaberta observando ele sair do quarto.

— Idiota.

Deito me observando o teto branco, fecho os olhos tentando entender o que devo fazer da minha vida. Não sei se ligo para minha irmã, minha mãe ou devo manter a distância que eles decidiram.

Sinto duas mãos deslizando pela minha perna e sobem até minha cintura, em seguida o peso do corpo de alguém sobre o meu. Abro meus olhos notando que estou sozinha, louca e solitária.

[...]

O Junior esta se mexendo sem parar ao meu lado, meu espanto foi quando um gemido muito baixo chegou aos meus ouvidos.

Meu olhar esta perdido na escuridão do quarto, estou tentando entender se ele está mesmo fazendo o que eu estou pensando.

Viro meu corpo ficando de frente para ele, Junior parou de se mover totalmente.

— Junior...

— Esta acordada? – sua voz esta ofegante e baixa.

— Eu estou, você esta se mexendo muito. – suspiro. — Você está se masturbando?

— Não. – ele reponde rápido demais. — Desculpa

Não tem porque se desculpa. – deslizo minha mão pelo braço dele até  a parte quente e dura que ele esta segurando.

O corpo paralisado dele me faz sorrir silenciosamente, deve esta tão surpreso quando eu por esta fazendo isso.

Deslizo devagar minha mão até a base, Junior posiciona a mão por cima da minha e guia a velocidade que o agrada. Ouvir ele sentindo prazer e estranhamente bom, sinto a necessidade de ir além do que estamos fazendo.

Isso é culpa da situação e minha libido alta atualmente, faz tanto tempo que não tenho um momento íntimo com ninguém. Ele goza silenciosamente enquanto o líquido quente escorre por nossa mão.

— Obrigada e me desculpa novamente. – ele disse soltando minha mão e se levanta da cama.

Me levanto da cama e ambos de nos entramos no banheiro, lavo minha mão na pia enquanto o rapaz tira a bermuda tactel ficando em uma cueca boxe.

Saiu do banheiro antes que ele fique sem roupa. Um tempo depois o Junior sai do banheiro e se deita ao meu lado em silêncio, isso é bom, acho que não teremos problemas por causa de um possível clima estranho.

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⏰ Última atualização: Apr 19 ⏰

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