Era a calmaria antes da tempestade, sem duvida. Eu só não sabia disso ainda
A propriedade estava bem conservada, pois a vizinha, Cheri, que também era uma das melhores amigas da minha avó, havia cuidado dela. Duas semanas depois da minha chegada à casa de minha avó, agora minha casa de veraneio, eu batia na madeira para a paz e a tranquilidade continuarem. Nenhum sinal da Charlotte. Nenhum sinal de ninguém. Só eu, eu mesma e meus livros, embalados pela tranquilidade do começo de verão, em meio à brisa salgada do oceano que envolvia a ilha
Nunca em toda minha vida eu havia apreciado tanto esse tipo de paz. Fazia pouco mais de um mês que meu mundo desmoronara. Além da morte de minha avó, descobri que Caleby, com quem namorei durante dois anos, estava me traindo. Na noite em que descobri, havíamos acabado de transar e ele tinha ido ao banheiro jogar fora o preservativo e tomar uma ducha. Seu celular ficou em cima do criado-mudo, e então vi todas aquelas mensagens da vadia chamada Karol. Normalmente, Caleby levava o telefone a todos os lugares, até ao banheiro, mas naquela noite ele vacilou.
Mais tarde, dei uma olhada no perfil dela no Instagram e vi que metade das fotos postadas era dos dois juntos. Eu realmente tinha notado que nos últimos seis meses algo estava estranho. Aquelas mensagens confirmaram minha percepção. Pouco antes de viajar para a casa na ilha, descobri que Caleby tinha ido morar com Karol.
Portanto, esse era um importante período de transição para mim. Aos vinte e poucos anos, está solteira de novo e começando uma nova vida onde passaria o verão e o novo emprego de professora em Bangkok me possibilitou tirar férias. Minha esperança era encontrar um trabalho temporário para a estação, mas, por enquanto, só queria algumas semanas para relaxar.
Meu dia começa com o café da manhã no deque superior da casa, de onde era possível ver o mar. Ouvindo as gaivotas, eu dava uma olhada no Facebook, lia minha revista In Style ou simplesmente meditava. Depois, passava todo o tempo queme vestir e de fato começar o dia, o que invariavelmente significava me acomodar no sofá com um livro.
No meio da tarde, fazia o almoço e ia comer no deque. Antes do anoitecer, ia no centro e dava uma olhada nas lojas, procurando artesanato em vidro e bijuterias. Depois, tomava um sorvete ou um café.
O dia costumava terminar com uma visita no pier para comprar lagosta ou camarão. Eu os levava para casa em uma sacola e cozinhava em uma panela, do lado de fora, no quintal. Sentava para jantar com uma garrafa de vinho branco gelado enquanto apreciava o pôr do sol sobre o Atlántico.
Isso, sim, era vida.
Minha rotina se manteve inalterada por duas semanas, até o golpe que violentamente me despertou.
Uma noite, quando voltava do centro com minha sacola de crustáceos, percebi que a porta da frente da casa estava aberta. Será que tinha me esquecido de trancá-la? Teria sido o vento?
Meu coração disparou quando entrei na cozinha e vi uma mulher alta, de pernas longas e cabelo loiro. Ela parecia uma modelo, jovem e guardava comida nos armários
// A Zara Larsson//
-Oi?-falei, pigarreando.
Ela se virou antes de lançar as mãos sobre o peito.
- Aí, meu Deus! Você me assustou. - e se aproximou de mim sorrindo, com a mão
estendida.- Meu nome é Zara.Com traços delicados, as maças do rosto salientes e cabelo curto, Zara poderia ser modelo. Fisicamente, eu era o oposto dela tinha cabelo escuro e comprido e corpo curvilíneo.
- Engfa. -apresentei-me.- Você é?
- Sou a namorada da Charlotte.
Meu estômago se contraiu.
- Ah.... certo. Onde ela está? - Foi ao mercado e à loja de bebidas.
- Há quanto tempo vocês chegaram?
- Há uma hora, mais ou menos.
- E vão ficar por quanto tempo?
- Não sei. Estamos aproveitando o verão. Vamos ver.. Não esperávamos nada disso. A casa, quero dizer....numa sandália de salto alto. - Você trabalha?
- Sou atriz, na verdade. Na Broadway. Bom, off-Broadway, por enquanto. Não estou trabalhando agora, mas terei que ir a Nova York algumas vezes para testes de admissão.
- Você faz o quê?
- Sou professora. Tenho férias no verão.
-Ah, isso é bem legal.
- É divertido, sim. Onde a Charlotte trabalha?
- Ela agora trabalha em casa. Vende software. Pode trabalhar em qualquer lugar. Ela também se apresenta. Você sabe que ela é cantora né?
- Na verdade, não sei mais nada sobre ela.
- O que aconteceu entre vocês? Se não se importa em me contar..
- Ela nunca falou nada sobre mim?
- Só que vocês cresceram juntas e que é neta da senhora H, ela nunca havia mencionado seu nome até recebermos a carta do advogado.
Isso não era inesperado, mas mesmo assim me deixou triste.
- Não me surpreende.
-Por quê?
- É uma longa história.
- Vocês namoraram?
- Não. Não era nada disso. Éramos só boas amigas, mas nos afastamos depois que eu mudei de casa.
- Entendo. Isso tudo é um pouco estranho, não é? Herdar uma casa assim, do nada.
- Bom, minha avó era muito generosa e amava a Charlotte. Minha mãe era filha única, então minha avó gostava da Charlotte como se fosse uma filha...
- Sua avó deixou a casa para você? E a sua mãe?
- Minha mãe e ela tiveram uns conflitos há alguns anos. Felizmente, elas se entenderam antes da morte da minha avó, mas as coisas nunca mais voltaram a ser como antes.
- Que pena. Sinto muito.
- Tudo bem.
Zara abriu os braços para me envolver em um abraço casual.
- Bom, espero que possamos ser amigas. Vai ser legal ter outra companhia feminina por perto que não seja a minha namorada para fazer compras, conhecer a ilha.
- É, seria legal
- Quer jantar com a gente hoje?
Não estava preparada para vê-la. Precisava inventar uma história e dar o fora dali.
-Na verdade, hoje não. Tenho que ir.
- É essa sua especialidade, não é?
Não reconheci a voz profunda que me interrompeu.
- Como é? - Engoli em seco e me recusei a virar para trás e olhar para ela.
- Partir - ela falou mais alto. - É essa a sua especialidade.
Eu respirava mais depressa, mas foi quando me virei que quase desmoronei.
Puta merda.
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Sempre Foi Amor
FanfictionJá pensou em reencontrar seu primeiro amor depois de anos? Nessa trama, vocês irão conhecer a história de Charlotte e Engfa. ENREDO ADAPTADO