Tequila

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Chegaaay, e vamos de: ladeira abaixo?  Ou de arrasta pra cima? Aqui no Ceará é de "bater as botas." Oh morte horrorosa. Kkkkk

Zara chegaria no dia seguinte, e isso me deixava muito perturbada.

Eu precisava conversar com alguém, por isso procurei Sun, meu amigo e colega de trabalho, e pedi pra ele me visitar na ilha. Sun me encontrou no Brick para o almoço. Não nos vemos desde o fim do ano letivo. Com a agitada agenda, ele não havia conseguido uma folga até agora.

A primeira metade do almoço foi preenchida por nachos, pela história que eu tinha com Charlotte e por tudo o que havia acontecido na casa de praia até agora.

- Meu Deus, eu não q⁶ueria estar no seu lugar - disse ele. - oque você vai fazer?

- O que eu posso fazer?

- Falar com ela sobre o que sente?
- Ela está com a Zara, e ela é muito legal. Não posso dar em cima da Charlotte bem na cara dela, se é isso que você está sugerindo. Não vou fazer isso.

Mas ela quer você, é evidente.

- Eu não acho..

- Para.

- E a música que dedicou a você? Tudo bem, ela não sabia que você estava ouvindo, mas é evidente que ela ainda sente alguma coisa.

- Sentir alguma coisa é diferente de fazer alguma coisa com esses sentimentos. Ela não vai desistir da namorada linda, talentosa, estrela da Broadway, que estava ao lado dela quando eu não estava, só porque velhos sentimentos foram revividos. Zara é uma garota incrível.

- Mas você ela sempre quis, foi você quem foi embora..

- Fui eu quem fugiu. Ela não vai se esquecer disso. Pode perdoar, mas não sei se voltar a confiar totalmente em mim. Não tenho nem o direito de esperar que confie.

- Está se julgando de um jeito muito duro. Você era uma criança P'Fa. - mordeu um nacho e falou com a boca cheia - Você disse que não vai vender a casa, certo?

- É, decidimos ficar com ela. Era o que minha vó ia querer.

- Então, ela estando com Zara ou não, essa casa liga vocês duas para sempre? Quer mesmo passar o resto da vida vendo a mulher que você ama curtir o verão com outra pessoa?

Era como se meu coração se partisse em dois. Flashes de muitos verões se transformando
em invernos desfilaram por minha mente em alta velocidade. Essa ideia era assustadora. Ano após anos de amor não correspondido por alguém intangível não era algo que eu queria suportar.

- Você não está ajudando. Minha esperança era que você me convencesse a ter um pouco de juízo, me ajudasse a entender que preciso aceitar as coisas como são e seguir em frente.

- Mas não é isso que você quer é?

- Não. Não é.

Era minha noite de folga. Eu não sabia se estava aliviada ou desapontada por perder a apresentação da Charlotte. Mantivemos certa distância desde aquela noite em claro. Melhor assim, já que as coisas beiraram o impróprio naquela noite, pelo menos na minha cabeça. Sun decidiu ficar e dormir na casa de praia. Com Charlotte fora, ele teve a brilhante idéia de comprarmos algumas bebidas para animar a noite. Chegamos em casa com uma sacola em que havia tequila, limões e sal grosso. Eu quase desanimei quando vi o carro de Charlotte na entrada da garagem Era para ela estar trabalhando. O que fazia em casa?

-- Merda Charlotte esta em casa.

- Pensei que ele estivesse trabalhando.. - sun comentou.

– É, eu também.

Sempre Foi AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora