001- Quando todos os sonhos fracassam

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"Quando todos os seus sonhos fracassam e aqueles que aclamamos são os piores de todos..."(Demons; Imagine Dragons.)

 O que fazer?

Quando se tem poder, tende-se a acreditar ser capaz de conquistar o mundo sozinho, desafiando o conceito de ser humano como parte de uma sociedade.

Sendo assim, o que seria isso se não o mais próximo da bestialização humana?

Em uma sociedade capitalista aqueles que possuem poder, também entendido como dinheiro, são os que comandam a mesma. Em Arbor não é diferente. Confúcio disse uma vez: "se queres prever o futuro, estude o passado", a historia sempre se repete , como se as pessoas não cansassem de cometer os mesmos erros.

Arbor nasceu do caos e destruição, para alguns é a fênix renascida das cinzas. Depois que a ganância humana fez com que os recursos naturais da terra se esgotassem, dando inicio primeiramente as guerras por água e comida e depois tornando o ar toxico e o oxigênio um item de luxo, a terra se revoltou, a vida se tornou inviável ali.

Aqueles que tinham o poder do capital, há muito se adiantaram e buscaram no espaço aquilo que arruinaram na terra: Um lugar para viver. Assim foram construídas as arcas espaciais, naves gigantes que abrigavam qualquer um que pudesse pagar bagatela de alguns milhões para não morrer no inferno quente de lava e radioatividade que a terra havia de tornado. Após muitos anos, as arcas espaciais se uniram em um projeto de reabitar a terra usando suas tecnologias para que a vida no planeta fosse outra vez possível. Desse modo, a Arbor que logo viria a nascer formou seu embrião, partindo desse ideal. Mas quando as arcas deram inicio ao seu plano brilhante descobriram que ela já estava habitada.

Milagrosamente, após milhões de mortes e mutações genéticas por radiação — como se já não bastasse a sina de nascer miserável em um mundo corrompido pelo dinheiro —, aqueles que, desde que nasceram, não tiveram outra escolha a não ser a sobrevivência, haviam sobrevivido. Comendo e bebendo dos restos e do lixo tóxico que a elite e seus governantes deixaram para eles, os miseráveis.

Mas, assim como tudo relacionado aos miseráveis, isso pouco importou; as arcas seguiram com seu plano, instauraram suas cidades e o palácio central, atribuíram cargos aos seus líderes e, oficialmente, estabeleceram sua união. Como suas cidades foram construídas em cima de terrenos com diversas escavações — que mais faziam elas parecerem pontes titânicas do que cidades —, foi dado a essa nova sociedade o nome de Arbor, pois suas pontes — digo, suas interconexões — mais pareciam galhos de árvores ligando umas às outras.

E quanto aos miseráveis? É simples: o que mais dar aos porcos além de lavagem? Para eles, em teoria, foram garantidos alguns direitos que, na prática, nunca chegavam realmente até eles. 

Enquanto, no palácio central, os governantes banhavam suas bundas gordas em uma hidromassagem com água doce. Lá, na parte pobre, onde os miseráveis estavam — a parte que faz o inferno mais se parecer com um playground infantil — o único jeito de conseguir beber dessa mesma água doce era esperar ela descer pelo ralo e chegar ate o esgoto a céu aberto que ali havia. Era isso ou beber agua radioativa; a decisão era de cada um. Enfim, o livre arbítrio.

Arbor, a fênix que renasceu das cinzas, mas que mais parecia um abutre sujo que surgiu das fétidas e decompostas entranhas de uma sociedade adoentada.


E ASSIM COMEÇA NOSSA HISTÓRIA

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