Capítulo 4

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Dia 18: Revelações intensas

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Dia 18: Revelações intensas

Levei Vincent de volta para as escadas, ele não estava bem. Sentei ao seu lado, afagando suas costas.

- Vince, o que está acontecendo? - Pegava na sua mão, que estava gelada.

- Eu não te contei a história toda. - Me olhou. - Antes de conhecer Kath, eu fui mandado embora da escola militar. - Contou. - Não é nada sério, mas também tenho alguns problemas de ansiedade assim como minha irmã. - Seu olhar percorria o salão. - Ele fez isso com a gente, o meu pai, e eu nem consigo o encarar mais.

Me recordo do que Cairo me falou que aconteceu quando quase me afoguei de novo, sobre Vincent...

- Você me salvou no lago, mesmo sabendo que poderia sentir isso dentro da água? - Questionei, o encarando seriamente.

- Foi difícil te ver desacordada naquela ponte e não conseguir fazer nada. - Era sincero. - E se Jason tivesse ido embora? Eu provavelmente só iria ficar ali vendo você se afogar. - Ele fechou os olhos com tanta força, como se as palavras fossem uma tortura. - Foi a pior sensação que já senti.

- Mas me tirou do lago! - O Alertei. - Você foi um herói do mesmo jeito. - Encostei meu ombro no dele, querendo que se animasse.

- Estou longe de ser um herói. - Fazia pouco caso, com um olhar de desdém sob si mesmo. - Mas não importa, estou melhor. - Disse ele. - O importante agora é achar um jeito de Laura não contar nada pra Jason.

- Como?

- Não se preocupa, eu vou pensar em alguma coisa. - Assegurou. - Só não deixa Jason vir aqui por enquanto.

- Vou tentar. - Esfregava minhas mãos nas pernas, por estar ansiosa. - Depois você me conta, né?

- Sim. - Sussurrou, dando um sorriso. - E que tal fazermos um grupo sobre sua festa? Assim todo mundo ajuda.

- Seria uma boa ideia se eu pudesse dar essa festa. - Ironizei. - Laura nunca vai aprovar.

- E quem disse que a enfermeira chatonilda precisa aprovar? - Perguntou, levantando o queixo. - Os únicos que tem que aprovar são os velhinhos daqui. - Dizia, pegando o celular do bolso. - Olha aqui, vou adicionar quem a gente conhece por enquanto e você tem que ir agora conversar com aquela velhinha que tem o pano no pescoço e o cabelo enroladinho.

Sua descrição, tão discreta, me fez dar um risada.

- Maryah. - Corrigi. - Você é uma graça.

- Mas não é verdade? As pontas do cabelo dela tem formato de vários tsunamis. - Enrolava o meu para mostrar. - É engraçado, piolhos se afogariam ali.

Nós dois rimos juntos, Vince conseguia me fazer bem. Acho que se não fosse ele, eu já teria jogado tudo para o alto.

- Tá legal, vou falar com ela antes que minha barriga doa de tanto rir e eu precise ir no banheiro. - Avisava, subindo as escadas para ir procurar Maryah. - Qualquer coisa me chama.

A Garota Má Caiu - Livro IIOnde histórias criam vida. Descubra agora