Capítulo 17

309 29 4
                                    

Tinha feito amor com o Harry pela segunda vez, e por alguma razão esta vez tinha corrido muito melhor do que a primeira. Não sei explicar, era diferente, já não havia tanta pressão sob mim mesma.

Estávamos a viver a dois este momento. Um momento completamente normal, como se fossemos sempre assim. Num movimento brusco e inesperado a porta branca do quarto foi aberta.

-Eu nem queria acreditar quando a empregada nos disse que tu estavas no quarto com a nossa refem! . Ahaha – Entrou no quarto de forma a provocar o Harry, e até mesmo a mim. O Louis era o que gostava de provocar a instabilidade cá em casa.

-Louis, não me chateies!  Saí! – Depois de falar ameaçou-lhe com um olhar duro, retirando o sorriso a todos os amigos do Harry, menos a Louis.

-Calma, calma. Estava numa onda de brincadeira, não precisas de ficar assim todo nervosinho. Tenho assuntos mais importantes que me trouxeram até aqui. – Mudou logo a sua postura. – Será que é por causa dos assassinatos?

 - O quê que se passa? – Levantou-se da cama apenas de bóxeres.

- É melhor irmos para o teu escritorio.

- Eu já volto. Encarou-me com um olhar duro, mas ao mesmo tempo com um olhar preocupado. Como é possível uma pessoa conseguir mudar assim de um momento para o outro?

Saíram os cinco do quarto, e lá fiquei outra vez sozinha só para não variar. Acabei por arrumar todo o quarto. Estou num autentico stress só para saber o que estava a acontecer. Dava tudo, mas mesmo tudo para ser uma mosca neste momento.

Já tinha tomado banho. Ainda não havia nem um sinal deles. Eu sou tudo, mas mesmo tudo, menos paciente. É mais forte do que eu.

A mesa para o jantar já estava pronta, com os lugares certos colocados, mas ainda ninguém tinha se sentado, por isso tomei eu a iniciativa. Estava esfomeada.

- Pode servir. – Olhei para a empregada que fazia o turno da noite, que permanecia  de pé como uma autêntica estátua.

Xxx: Com certeza, menina. É para já.

Já tinha acabado o meu primeiro prato, e nada, eles nada. Já me estava a passar da cabeça, com tanto esperar, isto é, até eles aparecerem.

-Finalmente! – Bufei soltando a colher no prato da sopa e ganhando um olhar severo de todos.

Vinham todos com uma cara muito séria, por isso achei por bem ficar caladinha, e quando acabasse o jantar pôr-me a andar dali. O ambiente estava demasiado sério.

O único barulho que havia naquela sala de jantar era o barulho dos talhares quando tocavam nos pratos. Mas o quê que será que se passa?

Liguei a televisão, para ver se dava algum programa enquanto esperava por ele, mas nada de jeito.

Olhei para o relógio do quarto e já eram duas da manhã. Não era muito difícil adivinhar o que ele estava a fazer agora. A matar alguém para não variar.

Eram quatro e um quarto da manhã, quando a porta abriu-se e uma claridade foi imediatamente projetada pelo quarto a dentro. Levantei-me assustada e era apenas o Harry a entrar.

-Onde estiveste? – Encarei-o. Estava podre de bêbado.

- Onde achas que estive? – A sua voz bêbada e mais lenta soou. Não era necessário eu responder acho eu.

-Responde-me! – Eu posso confessar que estava um pouco assustada.

- Deixa estar, não é necessário. – Deitei a minha cabeça na almofada  e tentei a todo o custo engolir as minhas lágrimas.

- Interessa sim! – Senti os seus passos mais próximos do lado da cama onde eu dormia. As suas mãos agarraram o meu pescoço na tentativa de afogar-me. Estava completamente aterrorizada.

- Para por favor! – Os meus olhos encaravam os seus, cobertos  por clemência. Podia jurar que este estava drogado. – Por favor. – Senti as minhas lágrimas a molharem o meu rosto. Hary continuava a olhar-me, mas não avançava mais com o seu ato. Ele    queria matar-me. O seu olhar começou a abrandar e eu senti um grande alívio no meu coração. Ele apercebeu-se do que estava a fazer e logo soltou-me.

-Desculpa, eu não estava em mim. É melhor eu ir dormir para outro quarto. – Por alguma razão quando este estava pronto para abrir a porta eu dei um salto da cama e fui a correr até ele abraçando-lhe com toda a minha força.

-Por favor, não vás. Fica aqui, está tudo bem! – Eu podia jurar que este estava surpreendido com a minha atitude. Até eu estou na verdade.

-De certeza? – Olhou-me confuso.

- Sim de certeza. Eu quero muito ajudar-te. Eu preciso que fiques aqui comigo.

-E eu preciso que fiques aqui comigo, Lola. – Beijou o alto da minha cabeça.

- Eu gosto de ti!




Pérola Negra - H.SOnde histórias criam vida. Descubra agora