Continuei a dar chapadas na sua face, mas não resultou. Ele só pode ter apanhado o maior desgosto da sua vida.
Ter uma criança não é assim uma coisa tão má. Segundo a minha avó, é um presente de Deus.
Quer dizer, pensado melhor, talvez não com a minha idade.O Harry tinha desmaiado mesmo. Bem, não acorda a bem, vai acordar a mal!
Fui até à cozinha onde estava uma empregada e uma cozinheira a fazer o jantar.-Alô! - cumprimentei enquanto enchia um copo de água.
Voltei para o quarto à velocidade da luz. Até mesmo desmaiado é lindo demais!
3,2,1 contei para mim mesma e despejei toda a água que estava dentro do copo na sua cara.
Remédio Santo, acordou!!
-Mas tu estás louca?! - Levantou-se desnorteado e sentouse na beira da cama.
-Desculpa, mas teve que ser assim. Não acordavas nem com chapadas.
-Aposto que te vingaste de mim. Tenho a cara doer. - Passou a mão pelo rosto.
-Digamos que sim, e que merecestes também. - Pisquei-lhe o olho.
-Tive um sonho terrível. - Coçou a nuca da cabeça e eu engoli a seco o que ele acabara de dizer. permaneci muito calada e senteime ao seu lado.
- Parecia tudo tão real... - Continuou.
-Harry o teu sonho foi real! - Olhou-me com uns olhos raivosos e aquilo fez o meu corpo estremecer. Voltou a ficar pálido novamente.
-Tem calma. Não é nada demais, é apenas uma criança. Um mini-Harry, talvez...
- Tu tens a certeza do que estás a dizer?
- Sim, tenho. Já fiz o teste. - olhei nos seus olhos profundamente. Gostava tanto que ele aceitasse isto. Já passamos por tanto...
Não pode ser tão mau ter uma criança e além do mais o Harry tem possibilidades para educar esta criança. Nada iria faltar-lhe.
-Como é que isso aconteceu? - Eu nem acredito... Quem anda à chuva molhasse! Tão simples quanto isso.
-Porque talvez sou a tua refém, eu era virgem, não tomava nenhum tipo de contraceptivo, tivemos relações sexuais e aconteceu. Nunca ouviste que quem anda à chuva molha-se?
-Como é que eu pude ser tão irresponsável e descuidado? Eu sempre fui muito cuidadoso! - Eu via a raiva a transbordar pelos os seus olhos. Ele estava possuído novamente.
Não sei se isto é razão para ter medo dele.
-Temos que desfazermos dessa criança o mais rápido possível! - Aquilo atingiu-me como um balde de água gelada.
Merda, isto é o próprio filho dele. Como é que ele pode ser assim tão frio?! Eu deveria mas era ter o deixado na prisão.
- Não suporto ouvir crianças a gritar o dia todo. E além disso, não tenho perfil para ser pai! Vamos agora à clínica! - Levantou-se da cama.
-Eu não vou a lado nenhum! -Desta vez vou manter-me firme, ele não me pode obrigar a tirar esta criança.
-Acho que ouvi mal!-Não, Harry! Ouviste muito bem! Eu não vou tirar criança nenhuma. Este bebé é meu! Eu tiro se eu quiser.
-Não comeces a ser irritante! Ainda não percebestes que não estás em posição de decidir nada? - Aproximou-se de mim. Aguenta Lola, não dês o braço a torcer.
-Desta vez posso decidir sim! Se este bebé morrer eu também morro! E se tu próprio não me matares, eu mato-me! Simples. - olhou para mim surpreendido.
- Mas tu estás louca?! Isto é uma loucura!
- Não é loucura nenhuma! É o meu filho que está aqui. - passei a minha mão na barriga e levantei-me. - O que está aqui dentro é nosso. É algo que será sempre nosso e que nunca ninguém o poderá tirar, Harry. Eu não posso deixar-te simplesmente matares o nosso filho. Já sente, é um inocente. Não fez nada de mal, o seu coração já bate. E lamento, mas eu sou a mãe e não vou deixar que me tires a única coisa que tenho. Já me tiraste tudo, não me tires mais isto. - pedi.
O que é óbvio comecei a chorar. Ando com as emoções muito sensíveis.
O Harry permaneceu calado e andar de um lado para o outro no quarto feito um louco. Não me dizia nada, apenas andava.
Fui até ele, e tentei pará-lo. Coloquei-me à sua frente e peguei na sua gigante mão e coloquei-a na minha barriga-Sente. Isto é nosso e de mais ninguém.
De repente os seus olhos ficaram muito escuros e senti que ele estava a perder controlo.
-NÃO QUERO!!! - Saqueou a minha barriga com toda a sua força.
Uma dor enorme atingiu-me. Não tinha tempo para respirar com a intensidade da minha dor, muito menos para dizer "Deus ajudai-me". Tudo começou a ficar muito escuro, a minha cabeça a andar à roda. As últimas palavras que ouvi saiam de uma voz rouca. "Perdoa-me pequena Lorraine".
Tudo ficou escuro, caí redonda no chão e não me lembro de mais nada.
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Pérola Negra - H.S
Fiksi PenggemarComo pode o Diabo puxar-me para alguém que parece um anjo quando sorri? É como se ele fosse um hímen perigoso que empurra-me a todo o instante para o abismo. E isto, é só um pouco de Harry.