Boa leitura, e não sejam leitoras fantasmas, please!!! 💋
POV. Aria
A festa acontece como o planejado, e apesar do clima gelado e mórbido, as risadas de Nick preenchiam a sala decorada por balões vermelhos e pretos. A garotinha vestida de Minnie corria pela sala junto a seus colegas, tanto que sequer conseguia tirar os olhos dela, com medo de que se machucasse.
- Nick! devagar meu amor. - exclamo, dividindo minha atenção entre ela e a decoração da mesa.
Não era como se eu pudesse deixa-los brincar lá fora. Com o inverno chegando mais cedo, o frio estava violento, e o chão escorregadio demais pelos sinais da neve, então não era nada apropriado para crianças. Eu estava atenta a tudo, a última coisa que eu precisava era de alguma criança machucada para aumentar os olhares de julgamento e comentários de que por eu ser jovem não tinha responsabilidade alguma.
Um tanto quanto contraditório, como uma cidade podia ser tão arcaica? Com minha idade provavelmente já tinham um time de futebol. Por isso que a cada ano a quantidade de jovens diminuía e a de velhos aumentava, a verdade era que ninguém suportavam a pequena cidade de dois mil habitantes. Arcaicos, fofoqueiros e cruéis.
Depois que minha mãe cometeu suicídio e meu pai nos abandonou as pessoas não foram tão atenciosas quanto achei que seriam, e num passe de mágica eu e minha irmã já não éramos mais bem quistos. Pelo contrário, os boatos do que poderia ter acontecido vieram fortes.
Diziam que minha mãe era uma drogada, que se matou por causa disso; falavam que Nick era fruto de uma traição e até sugeriam, que meu pai havia matado minha mãe e desaparecido. Ninguém parecia entender como uma família que um dia foi tão feliz poderia se desmoronar tão rapidamente, mas também ninguém questionava.
Fora os pêsames, somente Lilly e sua avó me estenderam a mão e confortaram a jovem eu de vinte anos com uma criança. Os outros, não queriam se envolver por medo de carregar o fardo. Cruéis. Quando tudo aconteceu, eu era uma criança com outra criança, lutando contra um luto insuportável e o abandono, enquanto tentava trabalhar e estudar para manter a nós duas de pé. Tentando não sentir medo.
As vezes, mesmo com vinte e dois anos, eu ainda me sentia como uma adolescente. O medo do que o futuro me reservava era mais forte do que qualquer outra coisa. Mas eu me forçava a ser forte, por ela. Me forcei a amadurecer, por ela. E por minha irmã, eu faria qualquer coisa.
Termino de arrumar a mesa, colocando o bolo com glacê rosa no centro da mesa, já que era quase hora de cantar os parabéns. Olho para o relógio e em seguida para a porta, na esperança de que ele entrasse. Drew já deveria ter chegado há pelo menos duas horas, mas levando em consideração que ele não era nada pontual, não havia nada de estranho.
— Tem certeza que de que ele vai vir? — Lilly encara a porta comigo.
Aliso o tecido rosa da mesa e dou de ombros. Não tinha certeza nem se queria vê-lo, mas levando em consideração que meu estômago parecia que iria sair pra fora...
— Provavelmente está a caminho. Ele sempre se atrasa, e se houvesse imprevistos, ele me ligaria. — passo a mão pelo tecido novamente, tentando me convencer de que não havia problema algum.
Os possíveis motivos para adiantar o casamento estavam tirando minha sanidade. Não era como se eu pudesse simplesmente desfazer todo o planejamento e apressar tudo, mesmo que fosse uma pequena comemoração, ainda era meu casamento.
Eu estava nervosa, era um fato. Não estava disposta a aceitar sua nova condição, mas não sabia qual seria sua reação ao saber minha decisão. Ele me deixaria? Ficaria bravo? Me entenderia?

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A CHAMA QUE NOS ATRAI
ChickLit🥇Em Adult - 15/04/24 🥇Em Plottwist - 02/02/24 Após perder seus pais, Aria resolve dar uma chance a vida e se casar. Mas tudo muda quando descobre que seu noivo finge ser alguém que não é. Envolvida numa mentira, ela se vê sem saida e jogada aos b...