Capítulo 9

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"Nós todos estamos na beira de um penhasco. A escolha é se queremos ir a força e gritando. Ou se queremos abrir nossos olhos e corações para ver o que acontece enquanto caímos."

- Desconhecido

[•••]

Houve um momento parado no ar ou no tempo e Soraya sabe que houve porque as horas estavam passando e ela continuava não sentindo o espaço do mundo.

Simone era a culpada, com certeza, tudo o que englobava ela a tornava perdida.

Elas ainda estavam na clareia, e o sol estava sinais de que iria se esconder nas nuvens logo logo, as próprias nuvens se tornando pesadas e escuras, mas nenhuma das duas conseguia se mexer ainda. Simone continuava com a blusa aberta, e Soraya tinha a cabeça repousada em seu peito, a mão dela acariciava e penteava seus cabelos, enquanto a outra segurava a sua em cima da barriga dela.

Simone ainda se sentia letárgica com tudo, e também não conseguia se acostumar com aquilo, aquela necessidade de querer ficar perto de Soraya a cada segundo, mesmo que ela tivesse feito aquilo a tarde toda.

Talvez as palavras dela também tenham lhe causada aquele efeito sufocante e intenso.

Apaixonada.

Ela não disse gostar, encantada, admirada... ela estava apaixonada. E ela conseguia sentir o coração dela batendo contra seu peito naquele momento, o coração que  estava apaixonado por ela.

Você é toda a minha existência... desde que eu me lembro. Foi só o que ela conseguiu respondê-la, era a verdade mais absoluta nela.

— Me diz o que está pensando - Pediu e ela finalmente tirou os olhos de seus peitos enquanto aproveitava os últimos resquícios do sol sobre ela, se apoiando no cotovelo para poder olhar em seus olhos. - Ainda não saber é estranho.

Ela deu um sorriso sarcástico.

— Sabe de uma coisa, todos se sentem assim o tempo todo - Falou.

— Isso é uma vida difícil. Mas você ainda não me respondeu.

— Eu queria saber o que você estava pensando...

— E?

— Não sei, quando você me respondesse eu iria pensar mais - Ela disse naturalmente, voltando a se deitar em seu peito, e ela riu. - Eu achei que... Você fosse como pedra - Falou hesitante.

— E eu sou.

— Não, você é macia - Contrariou, apertando gentilmente sua mão que segurava a dela.

— Sou, é?

— Muito.

De repente Soraya se apoiou nela, se ajeitando, o que deixou seu pescoço completamente colado a boca de Simone, que a fez virar a cabeça no mesmo segundo, trincando os dentes.

— Porra - Ela xingou baixo ao sentir a garganta doer.

Seu organismo tinha tanto sangue que ela se sentia "cheia", mas ela sabia que o sangue de Soraya sempre seria atrativo para ela, fazendo seu corpo reagir a ela não importava o quanto tivesse se alimentado.

— Desculpa, desculpa - Ela pediu urgente, se afastando, mas Simone segurou sua cintura, a mantendo perto.

— Calma, está tudo bem - Falou devagar, a garganta em brasa, como se tivesse sido cortada.

— Eu esqueci - Ela sussurrou lamentável.

Simone a encarou, e então se sentou, deixando Soraya ao seu lado, ainda a tocando, mas se mantendo mais afastada, tentando se livrar da sensação.

50 Tons De Um Crepúsculo ( Versão Simoraya ) PAUSADAOnde histórias criam vida. Descubra agora