Capítulo 9

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Gabriela sentiu seu coração acelerar quando chegou perto da árvore e percebeu que a conversa entre seu pai, José Antônio, e seu amado, Jonatan, estava acontecendo ali. Com receio de ser vista por seu pai, ela se escondeu cuidadosamente atrás das folhagens, tentando controlar a respiração nervosa.

José Antônio: Boa tarde.

Jonatan: Boa tarde.

José Antônio: Muito calor por essa região.

Jonatan: Ainda bem que esta árvore tem uma sombra fresca.

José Antônio: Eu lhe conheço, é filho do meu patrão Fernando Félix.

Jonatan: Sim, eu me chamo Jonatan.

José Antônio: Bem que achei parecido com ele.

Jonatan: Todo mundo diz isso, não é primeira vez que ouço essas palavras.

José Antônio: O que isso na sua mão?

Jonatan: É uma composição minha, tem minha autoria.

José Antônio: É um compositor então.

Jonatan: Bem, ainda não. Mas serei em breve.

José Antônio: Por acaso viu a Gabriela?

Enquanto escutava atentamente as vozes dos dois homens, Gabriela sentia uma mistura de ansiedade e medo. Ela sabia que seu pai tinha certas ideias preconceituosas e conservadoras, principalmente quando se tratava de relacionamentos amorosos. A ideia de ser descoberta deixava Gabriela apavorada, pois sabia que enfrentaria a desaprovação de seu pai e talvez até mesmo a rejeição.

Jonatan: Quem?

José Antônio: Gabriela, minha filha. Ela saiu por aí e não encontrei.

Jonatan: Tem uma filha?

José Antônio: Claro, é a mais velha. Meu outro filho acabou morrendo anos atrás.

As palavras de José Antônio e Jonatan pareciam flutuar até Gabriela, que tentava decifrar o tom das vozes e captar as entrelinhas daquela conversa. Cada palavra trocada entre os homens aumentavam a tensão em seu peito, enquanto ela lutava para controlar suas próprias emoções.

Jonatan: Sinto muito pelo seu filho.

José Antônio: Isso já passou.

Jonatan: Pra ser sincero, eu não vi sua filha passar por aqui.

José Antônio: Tem certeza?

Jonatan: Sim, absoluta.

Apesar do nervosismo, Gabriela sabia que precisava ouvir aquela conversa proibida. Ela ansiava por entender o que se passava na mente de seu pai e como Jonatan lidava com a situação. A curiosidade era tal que superava qualquer receio, e suas orelhas atentas captavam até mesmo o mais sutil sussurro.

Enquanto o tempo passava, Gabriela sentia a pressão aumentar em seu peito. Seu desejo de sair de seu esconderijo e confrontar seu pai e Jonatan crescia a cada momento, mas ela sabia que não era o momento certo. Ainda precisava manter-se oculta, esperar por um momento mais adequado.

José Antônio: Estou indo, dê lembranças ao seu pai por mim. Até mais!

Jonatan: Eu mando sim. Até!

Finalmente, a conversa chegou ao fim, e Gabriela ouviu os passos se afastando. Ela permaneceu imóvel por mais alguns instantes, deixando a tensão se dissipar gradualmente. Agora, mais do que nunca, restava-lhe a incerteza do que seu pai realmente pensava e como aquilo afetaria seu relacionamento com Jonatan.

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