MALU - 2o.Coligado aos Agentes do BSS

Parte 12

Bernardo olhou para ela e a beijou rápida e suavemente. Ele entendeu que a atitude de Tiago foi uma despedida e embora o agente tenha feito uma declaração pública à sua namorada, não estava bravo. Apenas perguntou à ela.

-Está tudo bem?

-Sim. Vamos pra casa?

Ela não poderia ter feito uma pergunta que lhe agradasse mais. Bernardo sorriu. Sim, estavam indo pra casa, a casa que agora também seria dela.

Jana olhava para o namorado ao seu lado na poltrona de primeira classe. Ele estava fingindo que estava dormindo. Não queria falar com ela. Não tinha dito uma única palavra durante as oito longas horas de voo.

Ela estava tão arrasada, tão malditamente chateada que não ousava tentar falar com ele. Vê-lo fazer uma declaração de amor para a ex-namorada na frente de todo mundo tinha sido pra acabar. Mas isso a tinha enfurecido de um tanto que agora estava mais que decidida a ir até o fim. Ele teria que tolerar sua presença, teria que dar a ela uma vida confortável e essa seria sua vingança pela humilhação que a tinha feito passar.

Ele podia não ficar com ela por boa vontade, mas nunca mais teria a imbecil da Malu em sua vida.

O avião pousou e eles pegaram seus carros que tinham ficado estacionados todos esses dias no aeroporto. Murilo e Babi se despediram e a irmã dele foi bastante clara quando falou.

-Por favor, tentem se acertar porque agora, não são apenas vocês dois. Há uma criança a caminho que não tem culpa de nada.

Tiago beijou a irmã e os sobrinhos, deu a mão para o cunhado e entrou em seu carro. Jana se acomodou no banco dos passageiros e eles partiram silenciosos.

Jana percebeu que Tiago tinha pego o caminho do apartamento dela e o interrogou.

-Não vamos para sua casa?

-Eu vou para minha casa e você pra sua.

-Porque isso?

-Porque eu quero ficar sozinho.

Merda, seria mais difícil do que estava prevendo. Inicialmente pensou que poderia tentar fazer as pazes depois de deixá-lo exausto com um pouco de sexo da maneira que ele gostava. Tiago era insaciável e muitas vezes ela conseguiu dobrar a fúria dele transando loucamente até ele estar cansado demais para continuar discutindo com ela. E agora, mais do que nunca precisava transar com ele, porque tinha que engravidar em tempo recorde.

-Não faz assim Tiago. Precisamos conversar, lembre-se do que sua irmã nos disse.

Ela colocou a mão na barriga e acariciou seu abdômen.

-Há um bebezinho aqui. Temos que acertar nossas vidas pelo bem dele.

Tiago não disse nada, continuou em seu caminho e parou de frente com o apartamento dela. Desceu, pegou a mala e subiu os degraus até a porta da frente onde esperou até que ela chegasse.

-Te procuro essa semana pra gente conversar.

Ela não insistiu. Pegou sua mala e não esperou que ele partisse. Bateu a porta na cara dele e murmurou um palavrão.

Tiago chegou em casa e parecia uma eternidade desde que esteve ali. Tomou um banho longo e encheu seu copo de uísque. Se sentou no sofá e fechou os olhos pensativo.

Droga, como iria resolver essa situação? Não tinha como esse filho ser dele. Não se descuidou, nenhuma camisinha estourou e no dia em que bebeu demais, dormiu como uma pedra. Tinha certeza disso. Jana tinha saído com alguém e queria jogar a responsabilidade dessa criança em cima dele, mas como iria conseguir provar? Apenas um DNA podia dar um resultado preciso e ele ia ter que esperar nove malditos meses.