MALU - 2o.Coligado aos Agentes do BSS

Parte 18

Naquele mesmo dia à noite, o casal conversou com Henry e Ana. Os pais do rapaz ficaram muito tristes com a decisão deles, mas aceitaram pois era um fato consumado. Benício, como toda criança, encarou tudo com mais naturalidade.

-Eu posso ir de vez em quando na sua casa nova Má?

-Claro Benício, quando eu tiver uma e vamos jogar até sentirmos nossos dedos doerem.

Ele riu e logo estavam discutindo os novos jogos do Xbox que ele havia adquirido.

Durante a semana, Bernardo e Malu saíram em busca de um apartamento pra ela, mas ele não gostava de nenhum e colocava defeito em todos.

-Bê, eu não posso alugar nada além disso. Vou ficar com esse.

-De jeito nenhum. É pequeno demais e longe da empresa. Vai ficar todo dia presa no trânsito infernal de São Paulo.

-Os que estão localizados aos arredores são muito grandes e caros. Este está ótimo.

-Não. Vamos embora.

Malu pensou que ia ter que procurar sozinha. A realidade da vida de Bernardo não condizia com a dela e ele nunca aprovaria nenhum dos apartamentos que ela podia pagar.

Desde que tinham esclarecido a situação deles, o ex-casal havia ficado ainda mais próximo um do outro. Continuavam a dormir juntos e abraçados mas não tinham mais transado. Ele compareceu por duas vezes na reunião de grupos e tratou Isabela como uma amiga, porque não ficaria de novo com ela enquanto a Malu ainda estivesse em sua casa.

No final de quase um mês ela já estava desanimada, porque nunca achou que seria tão difícil alugar um lugar pra morar.

Henry a chamou em sua sala no final do expediente na sexta-feira.

-Sente-se menina.

Ela sentou e ele empurrou um envelope em direção à ela. A menina abriu e tirou um monte de papéis que pareciam ser documentos importantes.

-O que é isso?

-A documentação do seu apartamento.

-Como?

Ele se inclinou pra frente e sorriu amigavelmente.

-Olha Malu, por mim, você e o meu filho ficariam juntos a vida toda. Eu te tenho como uma filha, você sabe. Mas não posso mandar no coração de vocês, então, tive que me conformar. Não quero que pense que eu estou te mandando embora lá de casa, de jeito nenhum, mas quero que aceite esse presente.

-Está me dando um apartamento de presente?

-Sim. Eu e a Ana conversamos sobre isso. Nós nunca vamos poder pagar tudo que fez pelo Bernardo nesse período em que ele esteve doente. Dispensou a enfermeira para cuidar dele e o fez com grande amor e carinho. Suportou o desgaste emocional dele e abriu mão da sua vida pra fazer companhia à ele. Você poderia tê-lo deixado nas mãos de um profissional qualquer e continuado sua vida normal, mas não.

-Eu jamais faria isso. Eu amo o Bernardo.

Henry pegou na mão dela.

-Eu sei. E é por isso que eu gostaria de te dar esse apartamento, porque é uma forma singela de te agradecer, já que decidiram romper.

-Mas Henry, um apartamento é algo muito caro...

-Você precisa de um lugar pra morar e eu tenho condições de te dar, então ele já é seu. Fica no Alto da Lapa, eu sei que você e o Gu tentaram comprar algo lá uma vez e não deu certo. Eu imaginei que gosta do lugar e não é tão longe da empresa.