Chegadas e partidas

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Dedico este capítulo ao meu amor, mulher da minha vida, que mora Além da Fronteira. Nossas despedidas são sempre difíceis. Eu vivo de saudade e e anseio pelo nosso reencontro. Te amo. Sou tua.

Cada dia mais tua.

Ninguém prepara o ser humano para a partida.
Querer permanecer é próprio de quem ama — e os amantes sobrevivem de esperas — umas mais longas, outras mais curtas — umas demoradas, outras imediatas —, sempre na expectativa do reencontro.

Aquelas duas mulheres que haviam experimentado de algo tão novo — e tão íntimo — como um beijo apaixonado, agora precisavam dizer um até breve, ainda que não quisessem.

Simone acelerava o passo no saguão do aeroporto em busca do local de check in e, sem perceber, segurava a mão de Soraya, que tentava acompanhar seu ritmo com certa dificuldade. Os centímetros a menos da loira lhe davam certa desvantagem.

Ao localizar o balcão da companhia aérea, Simone despachou a sua bagagem e pediu que Soraya a acompanhasse até a parte de fora do aeroporto, ao lado direito, aonde havia um hotel moderno, de uma rede mundial da qual a mais velha era sócia antiga.

— Vamos entrar aqui?

Sem entender muito bem, Soraya consentiu que sim e a acompanhou. Ao chegar no lugar, se deparou com um pequeno complexo de suítes feitas para passageiros com longas conexões. O check in era computadorizado.

— O que você vai fazer aqui, Simone? Não está quase na hora do seu embarque? — perguntou a mais nova.

— Se você permitir e quiser, vou passar algumas horas a mais aqui contigo. Reprogramei o voo para a metade da tarde e aluguei um quarto para nós. Me perdoe pela ousadia. Não sei quando volto e não quis partir logo. É precipitado sim, eu sei. Mas não quero me despedir de você agora. Não depois do nosso beijo.

— Simone, isso não vai prejudicar sua program...

— Hoje é domingo, Soraya. Estou livre. Quero um pouco mais da sua companhia, se você também quiser a minha. Perdão por ter sido ousada ao ponto de...

— Ao ponto de reservar uma suíte confortável e moderna para nós? Como você acha que ainda teria que me pedir permissão? É claro que eu quero passar mais tempo com você, Simone. Só não esperava.

Soraya estava surpresa e sentia seu coração palpitar ainda mais forte, porque sabia que a mais velha estava fazendo ajustes na sua agenda apertada, concessões essas que não eram feitas à quase ninguém.

Simone era conhecida por ser metódica, extremamente pouco maleável com horários e firme em seus compromissos de viagem, fossem eles a trabalho ou não. Aquela concessão não significava pouca coisa, portanto.

Após fazerem o check in no painel da recepção, as duas seguiram de mãos dadas para a suíte reservada pelo aplicativo, o quarto 23, no sexto andar do edifício.

Ao entrarem no local que possuía iluminação reduzida, as mulheres relaxaram e se beijaram lentamente, com suavidade, permitindo que o misto de sensações e os corações acelerados ditassem o ritmo daquilo que parecia uma valsa entre dois corpos enamorados — elegante e sensual na mesma proporção. E o que antes parecia precipitado, tornou-se natural e leve, nada como havia sido planejado para aquele domingo, mas tudo conforme dita a urgência da vida dos amantes.

Sem resistir aos beijos e às carícias da mais nova no seu queixo, Simone desabotoou a blusa de Soraya e ficou surpresa com o que viu: um sutiã de renda que não conseguia esconder os seus mamilos durinhos, fartos, que se movimentavam lentamente, no compasso da respiração ofegante da loira, que já não conseguia mais esconder o quanto ardia de desejo.

Soraya deitou-se na cama com a blusa entreaberta e desabotoou a sua saia, revelando uma calcinha fina e sensual. Cheia de água na boca e sem pena, Simone começou a sugar os mamilos da loira enquanto ouvia os gemidos da mais nova que ressoavam naquele quarto de hotel. Aquela mulher iria levá-la ao delírio.

— Si...mo...ne... — suspirou Soraya, sem fôlego.
— Você fica tão linda gemendo assim, sabia?

Impetuosa, a mais velha tirou a calcinha da loira com habilidade e descobriu, pela umidade do local, que aquele íntimo já rogava pelos seus dedos. Soraya encontrava-se em situação deplorável.

— Por favor, coloca sem pena. Demarca. Aprofunda. Eu quero te receber como nunca recebi ninguém, Simone. Me faz propriedade tua.

E foi assim que a mais velha iniciou, com fúria e com desejo, profundas e lentas estocadas no íntimo de Soraya, que gemia e se contorcia, se deixando demarcar pelos dedos firmes da mais velha, que naquela altura do campeonato já queria sentir o gosto do mel daquela loira bronzeada e cheia de desejo.

Soraya, totalmente entregue e contraída, sentia os dedos firmes daquela mulher que demarcava e demarcava sem pena, conforme o solicitado.

E na medida em que os dedos da mais velha iam cada vez mais fundo com uma lentidão torturante, a loira chegava cada vez mais perto ao seu ápice, deixando isso claro através dos seios cada vez mais rígidos, do corpo cada vez mais contraído e das pernas trêmulas.

Simone retirou os dedos aos poucos e massageou o clítoris da mais nova, que olhava firme para a outra mulher com feições selvagens e lascivas.

Depois de não resistir mais, Soraya reconheceu que aquele território já havia sido conquistado e chegou ao seu ápice com toda a sensualidade possível, deixando Simone com mais tesão e com mais desejo.

Gozou com a sua fúria que não era contraditória à sua delicadeza, que a deixou contorcida naquela cama de hotel. Simone admirava a cena, com mais desejo.

— Eu quero sentir o teu gosto, se... se você me permitir. — afirmou a mais velha, com muita água na boca.

Soraya assentiu que sim com a cabeça e sentiu Simone sugar o seu íntimo com vontade, ao ponto de deixá-la sem ar e com a respiração mais ofegante, gemendo baixinho. Após se deleitar com um íntimo encharcado, Simone puxou a loira para si e concluiu o momento com um beijo intenso, sensual e profundo.

E abraçadinhas naquele quarto de hotel, confidenciaram segredos, suspiraram de paixão e entrelaçaram os dedos, sem sentir a hora passar.

Depois de um período de silêncio, com o olhar preocupado, Soraya sussurrou:

— Simone... você volta?

— Você já sabe a resposta, linda. A verdade é que, pela primeira vez, encontrei ninho, aconchego, afeto e até adiei a minha partida. Não sei explicar o que está acontecendo — e nem preciso. Eu só quero estar com você. Então sim, eu volto.

Soraya repousou no ombro da mais velha e suspirou profundamente, com o coração tranquilo e saudoso.

Tem gente que chega, demarca e nos faz recordar sobre o quanto é bom dividir o nosso território com alguém. O que transborda e acrescenta faz o coração explodir em meio à calmaria — essa é a perfeita contradição dos enamorados. Vale a pena romper com os muros que nos separam do novo que a vida nos apresenta.

Chega de temer, chorar, sofrer, sorrir, se dar
E se perder e se achar e tudo aquilo que é viver
Eu quero mais é me abrir e que essa vida entre assim
Como se fosse o sol desvirginando a madrugada
Quero sentir a dor desta manhã...

Nascendo, rompendo, rasgando, tomando meu corpo — e então eu —
Chorando, sofrendo, gostando, adorando, gritando
Feito louca, alucinada e criança
Sentindo o meu amor se derramando,
Não dá mais pra segurar,
— explode coração —

Maria Bethânia | Explode coração

Com amor e com coragem, vamos além das fronteiras que nos separam do outro. Não desperdicem as oportunidades que a vida lhes apresenta, meus queridos leitores. Vale a pena entregar o coração.
Sim, a autora anda com o coração explodindo de amor. Até o próximo capítulo!

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⏰ Última atualização: Sep 02, 2023 ⏰

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