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Mαríliα's point of view

Conhecendo Luiza Martins já era de se imaginar que uma hora ou outra íamos cair na noitada juntas. Ela nem ao menos esperou meu sangue de professora esfriar, e agora aqui estou, me arrumando para sair.

— Anda Luiza! Me diz onde nós vamos, como você acha que vou escolher minha roupa sem saber? — Todo esse suspense com o local onde iríamos já estava me irritando.

— Relaxa Loirão, deixa que eu escolho seu look — Luiza passou por mim, deu uma piscadinha e foi em direção as minhas malas que estavam no chão.

Depois de uma hora e meia estávamos as duas prontas. Luiza usava um vestido tubinho preto, no pé um salto scarpin também preto e para compor o look, joias douradas. Para mim, ela escolheu uma saia de couro e um cropped de renda, ambos na cor preta, um coturno com salto e joias pratas.

Por estarmos atrasadas, fiz uma maquiagem simples, passando o corretivo nas olheiras, o rímel nos olhos e um batom vermelho nos lábios, todos os produtos são da Océane, adoro essa marca.

— Vamos Lu, desse jeito não vamos chegar nunca, você já é gostosa naturalmente meu amor — dou um tapa em sua bunda, sem maldade alguma. Luiza e eu somos melhores amigas a anos, nos conhecemos no curso de inglês que fiz durante a adolescência.

Partimos para o carro e ao entrar minhas mãos foram diretamente para o rádio. Sou completamente apaixonada por música, se vou tomar banho coloco minha playlist, arrumando casa a mesma situação se repete, e no carro não poderia ser diferente.

— Não acredito que esqueci meu pen drive no Brasil, gosto de escutar meus sertanejos também, poxa. Nas rádios daqui não vou encontrar — disse cruzando os braços.

Felizmente consegui sintonizar em uma boa rádio e finalizamos o trajeto ao som de "Oh My God" da Adele, que eu particularmente adoro.

Assim que chegamos ao local, fiquei desacreditada. A filha da puta que eu chamo de melhor amiga me trouxe para uma balada gay.

Minha sexualidade sempre foi algo muito claro para mim, nunca me interessei por garotos. E apesar de ter vivido uma adolescência apocalíptica e frequentado por muitas vezes locais como esse, essa fase ficou no passado.

— Eu não acredito nisso, Luiza Martins Passos Firpe Santos! Você já pode começar a se despedir da sua vida, só não te mato aqui e agora porque estamos em frente a diversas pessoas! — Disse trincando a mandíbula.

— Uai Marília, não entendi, não era você que gostava de frequentar locais como esse? Pelo que eu me lembro, você era a primeira a me convidar — Luiza disse dando um sorriso sarcástico.

— Eu amadureci, Lu! Tenho 27 anos e não mais 17. Agora trabalho, não posso ficar frequentando locais assim. Você sabe da minha realidade na Instituição, eu não posso perder a oportunidade de me manter empregada, tenho que passar uma boa imagem — Abaixei o tom de voz

— Lila, para com isso, você vai deixar de viver porque agora trabalha em uma federal? Nenhum aluno seu vai te ver por aqui, você está em Vegas bebê, não se preocupe com isso. E outra, tem quanto tempo que você não beija na boca? Está na hora de ativar o modo Loirão — Luiza disse segurando minha mão e me puxando para dentro da balada.

Inicie 𝘖𝘯𝘭𝘺 𝘎𝘪𝘳𝘭 (𝘐𝘯 𝘵𝘩𝘦 𝘞𝘰𝘳𝘭𝘥) - 𝘙𝘪𝘩𝘢𝘯𝘯𝘢

Estava lotada, fazia tempo que eu não frequentava um local tão cheio assim. Atualmente os únicos lugares que vou são faculdades ao longo do globo, além da minha formação faço pesquisas em Linguística Aplicada Crítica, concentrando-me no ensino crítico de inglês e de português como línguas adicionais, me interesso também por interculturalidade crítica e por esse motivo ministro palestras.

Little Angel - MalilaOnde histórias criam vida. Descubra agora