Skaterboy | Minsung

05

Depois que Minho deu a Jeongin os detalhes, Jisung saiu com o seu futuro não-namorado, os ombros quase sempre a roçarem devido ao espaço que ambos ocupavam na calçada.

Andar ao lado dele parecia ainda mais inspirador do que ficar diante dele... de uma maneira única. Ele apenas tinha aquela presença inexplicável sobre ele que Jisung sabia que não poderia rivalizar, não importa quanta bravata ele colocasse nos seus passos, engolfado pela energia ao seu lado que ele nunca conseguiu se ajustar, não importa a distância que eles tivessem. Ele estava sempre na periferia, treinado em mais do que os arredores, um denso enxame de silêncio e fascínio.

Esse silêncio só quebra num zumbido aveludado, a única nota disso rasgando o devaneio até que os sentidos de Jisung voltem ao presente. Virando a cabeça, ele nota como Minho deu-lhe um olhar de soslaio antes de olhar para trás.

"A criança com quem estavas a andar de skate" diz Minho. "Nome?"

"Oh, aquele era Jeongin" Jisung responde. "Ele provavelmente odiaria que o chamasses de criança. Já é mau por ser o mais novo de nós – e é mimado por Hyunjin sem parar."

"Posso ver o porquê" Minho funga, dando a Jisung um breve olhar antes de olhar à frente deles novamente. "Ele parece..."

"Fofo?" Jisung prevê.

Minho parece não conseguir controlar o sorriso malicioso que surge na sua boca, algo brilha nos seus olhos. "...Corruptível."

Jisung tem que humorar o que ele disse com uma risada levemente dolorida pelo nariz, mas isso é mais uma reação instintiva nervosa do que qualquer coisa genuína porque... merda. Como alguém responde a algo assim? Cada vez que ele pensa que vai aprender algo sobre Minho, como a sua mente pode funcionar, parece que uma infinidade de novas curiosidades florescem no seu rastro.

O facto de a mente de Minho ter seguido esse caminho dificilmente era algo que o coração de Jisung - ou qualquer coisa inferior - pudesse lidar. Não apenas o que ele disse, mas como ele disse com aquele tipo fácil de confiança no seu sorriso malicioso. Tudo para desmoronar aqui, reduzido a olhares tímidos para os seus pés e risadas desajeitadas quando as palavras se emaranharam demais na sua boca e vedaram o sabor sangrento.

Oh, porra. Falando nisso "Ei, hum, tudo bem se pararmos numa loja de esquina antes de chegarmos lá? Só preciso jogar um pouco de água no meu rosto para tirar tudo isto"

"Mh" Minho acena com a cabeça simplesmente, olhando para o outro lado da rua. "Há uma após este quarteirão. Preciso de comprar alguns cigarros e uma bebida de qualquer maneira."

Sem avisar, Minho sai da calçada e atravessa a estrada, já que não havia carros a aproximarem-se.

Os pedestres comuns passaram longe dos dois quando eles aproximaram-se da loja de conveniência, mas Jisung não tem a certeza se é porque eles pareciam os skatistas maus que os pais alertaram os seus filhos para não se tornarem ou porque ele literalmente tem sangue por todo o rosto e colarinho ou, ei, talvez Jisung não seja o único ciente de quão assertivo é o andar de Minho.

Jisung recebe olhares preocupados o suficiente dos transeuntes de meia-idade para bater com o punho no braço de Minho. "Posso ser expulso da loja se eu entrar" ele brinca com uma voz abafada não tão discreta. "Parece que acabei de ter uma briga."

Minho bufa, e Jisung pergunta-se se ele usa o tempo como desculpa para lançar-lhe um óbvio olhar de cima para baixo, olhos frios varrendo toda a sua forma antes de se demorarem na sua camisa ensanguentada com um meio encolher de ombros irónico. "Pareces-me bem para mim."

Jisung não pode nem perder tempo para perguntar se ele está a falar a sério, porque então o meio encolher de ombros de Minho acabou sendo para que ele pudesse tirar a jaqueta do ombro, depois o outro, deslizando as mangas dos braços para entregá-lo a Jisung pelo o capuz. Ele paira entre eles, balançando ao sabor do vento, porque a atenção de Jisung foi roubada por algo completamente diferente.