Prelúdio de Um Futuro Oculto

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A pequena cidade de Safira foi fundada pela família do Gran Duque, que descobriram terras férteis e minas inexploradas. Aos poucos tomaram conta do território, pessoas foram levadas para trabalhar nas terras e minas e logo construíram suas casas ali. Em alguns anos outras pessoas foram se instalando, abrindo comércio e a cidade ganhou forma, se expandindo. Passou a ser reconhecida e respeitada por reinos, pois com tantas riquezas, uma aliança econômica era vantajosa. Tudo foi passado de geração em geração.

O atual Duque da cidade era um senhor rigoroso, rígido, além de muito rico e poderoso. Casou-se com sua esposa por negócios. Quando jovem, seus pais decidiram aliar-se à família da moça, que possuíam grandes dotes e uma enorme fortuna. A forma mais tradicional de unir, aumentar e dividir os bens sempre foi através do matrimônio. Nenhum acordo ou contrato conseguia ser mais sério e valioso, uma vez que duas pessoas se casam, suas famílias passam a ser uma só tal como os bens.

Em uma noite de primavera, como muitas outras, o Duque frequentava a taberna principalmente para descarregar o estresse do dia. O lugar quase sempre estava cheio de clientes. Uma casa construída em madeira e pedra, com mesas e bancos rústicos, um grande balcão e atrás dele havia barris de bebida. Mais ao fundo em um espaço mais reservado ficavam as mesas de quem fazia parte de nobreza. Uma delas já estava ocupada por dois senhores muito bem conhecidos.

— Senhor Duque! Boa noite!

— Hang, me traga o de sempre. — O velho passou pelo homem quase o ignorando. Foi até a mesa onde seus parceiros estavam e sentou-se em uma das cadeiras vagas. — Se estão aqui hoje, então meu dia não foi o único a ser um fardo.

— Fazer parte da nobreza tem suas dificuldades. — O senhor Donovan falou. Um homem com seus cinquenta anos. — As pessoas pensam que ter riquezas é fácil, mas não é assim.

— Preciso aumentar meu patrimônio. As coisas não estão ruins, mas temos que pensar adiante. — Naquele momento Hang voltou carregando uma garrafa e um copo de prata. Serviu o Duque que apenas o observou. Por fim deixou a garrafa ali e saiu. — Até pessoas de classe baixa como o dono daqui foram abençoadas com filhos másculos e trabalhadores. Que droga!

Bufou tomando um bom gole do álcool em seu copo. Os outros não disseram nada, permaneceram calados por alguns minutos ouvindo o barulho das pessoas gargalhando e falando alto, alteradas pela bebida. O senhor Denver, segundo amigo do duque, o conhecia a muitos anos e era um dos raros que tinha liberdade de falar sobre tudo com ele, principalmente quando envolvia sua vida pessoal.

— Calma meu amigo! Pelo menos isso não é desfavorável, ainda pode casá-lo com um homem. Se os reis aprovam...

— Os reis só decidiram isso porque querem garantir que as próximas gerações também tenham sangue da nobreza. É estranho que a maioria tivera filhos homens, das poucas princesas dessa geração, algumas são inférteis. Acha que casariam seus filhos com uma mulher qualquer do reino? — Donovan gargalhou. — Imagine se o príncipe Namjoon se casasse com uma costureira ou feirante.

— Ao menos não teria problemas caso as roupas de baixo rasgassem, a esposa remendava. — Todos riram do que o Duque disse. — Mesmo assim, no fundo ninguém que ter um filho afeminado, em um casamento assim ele faria o papel da mulher. É vergonhoso.

— Se fosse para casá-lo com um príncipe e fazer parte da família real, com certeza não me importaria o fariam com ele.

— Concordo! Denver está certo. Fazer parte da família real estaria acima de qualquer coisa.

— E acham mesmo que algum dia Hoseok vai ter chance de se casar com um príncipe? — Riu debochando do próprio filho. — Devo agradecer pelas boas risadas. Em todo caso, tomei algumas medidas e obtive resposta hoje mesmo. Ele já tem 29 anos e já esperei demais por isso. Logo saberão do que se trata. Agora vou indo.

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