Capítulo 1

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Antes de começar, um pequeno aviso:

Para quem não sabe, o wattpad é um saco com diagramação, coloco os travessões, mas tudo vira hífen, então sinto muito se isso dificultar sua leitura. p.s: Se alguém souber como resolver, eu agradeço,

Este livro foi especialmente escrito para aqueles que acreditam que o amor existe, mesmo já tendo passado por coisas que o fizeram desacreditar. E para os corações congelados que são corajosos ao  se incendiarem pelo amor.

É só isso mesmo kkkk, boa leitura ✨🤍

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Pov: Ayanna Conway

"2 anos atrás"

Era um dia escuro e chuvoso, o céu amanhecia cinza e o mundo sem cor, exatamente como eu me sentia naquele momento. Estava sendo difícil, ou melhor, impossível superar a derrota. Quem diria que logo eu, a garota prodígio, astro da patinação acabaria numa situação como essa...

Tudo começou no início do mês, havia um grande concurso pela frente e tudo que eu não podia fazer era fracassar. Estávamos na pista de patinação da nossa cidade, Jordan se empanturrava de fritas enquanto Ryan se afogava em refrigerante. Imaturos... Os convidei para prestar apoio moral enquanto treinava, mas aparentemente ninguém se importava com aquela competição boba além de mim, a não ser uma pessoa: Hillary Donovan, minha arqui-inimiga das pistas.

Ao ver Hillary, ou melhor, Hilldone assim chamada pelo nome artístico, adentrando meu território e patinando em minha direção com seu coque perfeitinho e sua roupa cintilante, senti meus punhos serrarem ao mesmo tempo que juntava as sobrancelhas.

- Olha só, se não é a garota prodígio perdida por aqui - ironizou ela aproximando-se

- Me erra garota, não vou perder meu tempo com você - saí em direção ao centro da pista e comecei a treinar minhas manobras, ignorando completamente a presença da adolescente hostil. Hilldone me seguiu e começou a importunar com provocações sem graça, tentando tirar meu foco.

- ficou nervosinha, Ayanna? Aposto que você não ganha de mim nessa competição - disse com um sorriso sarcástico.

- vai se achando e veremos quem vai ganhar! - falei determinada.

- eu proponho uma aposta... Amigável. - sorriu de canto - Se você ganhar, te darei o que pedir, se eu ganhar... Você termina com Ryan e deixa o caminho livre.

Eu estava confiante e sabia exatamente o que pedir caso ganhasse, então cometi a grande loucura de aceitar a maldita aposta.

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No dia da competição, comecei a me preparar no camarim um pouco mais cedo do que de costume, queria que tudo saísse conforme havia planejado e para isso eu precisava cumprir todo meu ritual pré-competição como meu pai havia me ensinado antes de partir, assim eu conseguiria ser a melhor e alcançar meus limites.

Estava tudo perfeito, gel no cabelo preso para não fugir nenhum fio, figurino intacto na arara a minha esquerda e eu estava acabando de fixar purpurina azul nas maçãs do rosto quando olhei para meu lado direito e me dei conta que meu talismã não estava preso no cabideiro. Como eu consegui esquecer meus patins da sorte pendurados pelo cadarço naquele cabide surrado justo hoje? Talvez ainda houvesse esperança deles estarem no carro!

Abandonei tudo que estava fazendo e corri depressa em direção ao estacionamento com uma fagulha de esperança de encontrá-los ali jogados no banco de trás. Perdi todo foco ao, sem querer, escutar uma conversa de uma voz familiar no telefone, era minha mãe e parecia nervosa com toda situação. Decidi me manter escondida, abaixada próximo ao ponto cego do carro e escutei a maior parte da conversa, talvez eu não tivesse ouvido a história toda, mas era o suficiente para tirar minhas conclusões e entrar em choque.

- Filha!? O que você faz aqui? - perguntou levantando as sobrancelhas.

- Vim buscar meus patins, já estou voltando - respondi inexpressiva, caminhando em direção ao camarim.

- Ayanna, a gente precisa conversar... - ela chamou minha atenção. Hesitei e prestei atenção no que ela tinha a dizer.

- Eu não queria te contar antes da competição, você poderia se sentir magoada e acabar se prejudicando, mas infelizmente você ouviu tudo e só me resta dizer a verdade.

"Todos os participantes fiquem a postos, nossa competição começaram em três minutos" Ouvi de longe o apresentador anunciar.

- Eu preciso ir para competição, mas não pense que isso acabou - franzi a testa.

- Tudo bem... Conto os detalhes depois. Agora vai lá e se concentra.

Ela se retirou, guardando o celular na bolsa e caminhando em direção às arquibancadas, seus saltos colidiram contra o chão com passos pesados e ficando cada vez mais distantes. Naquele segundo eu vi tudo que eu havia construído, desmoronando bem na minha frente. A curiosidade e incerteza me consumia.

Os gritos eufóricos e abafados vindo da pista me fizeram voltar para realidade e relembrar o motivo de ir para aquela competição, olhei para a lua, desnorteada e implorando que ela me guiasse para a direção certa, eu precisava vencer, eu sentia que era minha última competição e eu não poderia dar o gostinho de vitória para aquela garotinha fútil.

"Ayanna Reys"

Ouvi meu nome ser chamado pelo apresentador e adentrei a pista com um sorriso de orelha a orelha, mesmo sem gostar muito da minha arcada dentária. Me dirigi ao centro e posicionei-me esperando a música começar. As luzes apagaram e naquele milésimo de segundo, eu cometi a loucura de fechar os olhos. Um filme passou pela minha cabeça, eu precisava urgentemente me concentrar e voltar para realidade, "vamos lá Aya, você consegue..." Repeti para mim mesmo. Respirei fundo na intenção de expulsar tudo que me desconectava com a pista e senti o holofote sobre mim, a música começou a tocar e tudo que eu precisava fazer era dançar a coreografia do jeito que havia ensaiado.

Deslizei pelo gelo e em meio a saltos e rodopios, meus pensamentos insistiam em atrapalhar tudo. Me senti sob pressão, era minha última competição, a aposta... Muita gente contava com minha vitória, eu precisava ganhar a qualquer custo!

Ao tentar uma manobra nova, meu corpo se desequilibrou e eu acabei por ir ao chão, a lâmina debaixo de meu patins esquerdo acabou por tocar a pele de minha perna direita e causou um ferimento que até o momento parecia superficial, acabou por sujar a pista com aquele líquido avermelhado. infelizmente eu falhei e os decepcionei...

Eu estava lá deitada sob a pista gelada, não fiquei assustada, também não sentia dor, talvez o gelo houvesse adormecido minha perna. Eu apenas observava sem mover um músculo o sangue pelo gelo. Levantei o olhar para a plateia à procura de minha mãe. Eu não sabia se a culpava por isso ou simplesmente não reagia.

Ela correu em minha direção, o desespero era nítido em seu olhar. Outras pessoas também correram assustadas por avistar o ferimento. Todos esperavam que eu me levantasse e continuasse, ou mesmo estivesse pior do que eu estava, mas preferi ficar ali sem pensar na opinião dos outros, meu mundo havia desabado e não via mais sentido em continuar algo que não valeria a pena.

Patinando nas EntrelinhasOnde histórias criam vida. Descubra agora