Capítulo três.

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— Roier, se você continuar roendo suas unhas, daqui a pouco você vai roer seus dedos.

O mexicano nem tinha notado que estava roendo as unhas até Fit comentar, ele baixou as mãos e batucou seus dedos na grade, ele estava tão empolgado mas ao mesmo tempo tão nervoso e seus amigos notaram isso. Fit e Baghera se aproximaram mais de Roier de uma maneira que mostrasse que eles estavam ali com ele, isso fez os nervos do rapaz se acalmarem um pouco.

— Então, já que eu ajudei eles a se arrumarem e tudo mais, eu espero muitos comentários sobre a roupa e maquiagem deles viu! — Comentou Baghera, tentando distrair Roier. Fit sorriu, se virando para a amiga.

— Eu achei que você deveria estar no backstage com eles, por que você tá aqui Baghs?

— Ah, sabe como é? Vim apoiar os namoradinhos do pessoal da banda! Não podia deixar vocês sozinhos nesse mar de pessoas, principalmente com esse queridinho morrendo de nervoso — A loira respondeu, colocando as mãos nos ombros de Roier, que deu uma risada tensa.

— Baghs, se manca!

A interação dos dois fez os três darem risada. As luzes se apagaram, fazendo o grupo olhar pra frente. Algumas luzes coloridas se acenderam e a banda entrou no palco, acenando pro público que gritava altíssimo — os trio incluso, especialmente Roier, ele gritou de uma maneira tão alta que os outros dois do seu lado tiveram que tapar seus ouvidos por um momento — Os membros se introduziram e começaram a tocar. Cada música era uma ansiedade para Roier, ele estava se divertindo muito com seus amigos enquanto dançava com eles mas não conseguia parar de pensar na surpresa.

Depois de algumas horas incríveis de dançar, rir e gritar muito com seus amigos, a banda parou de tocar e Cellbit começou a falar.

— Boa noite pessoal! — Com essa frase, o público voltou a gritar, o que fez o vocalista rir baixinho antes de prosseguir — A gente tá chegando no fim do nosso show mas… Antes eu queria tocar uma música muito especial. Ela é nova e é pra alguém importante pra mim.

Os olhos castanhos de Roier se encontraram com os olhos azuis de Cellbit. Tudo ao redor do mexicano parecia que estava em câmera lenta enquanto seu namorado te encarava sorrindo, com um brilho no olhar, um brilho que combinava tanto com a personalidade do brasileiro.

— Essa música é pro amor da minha vida, meu guapito. — O vocalista terminou de falar, enquanto encarava seu namorado. Uma música para ele, Roier não esperava isso, seu coração parecia explodir e seu corpo inteiro derreter. A canção começou e Cellbit continuava olhando para Roier enquanto cantava.

É, às vezes a vida dá dessas
Mas qual é a pressa, meu amor?
Nosso futuro não é nenhum mistério
Estaremos enterrados em algum cemitério

Sei que um dia eu vou morrer
E saiba que isso também vale pra você
Mas enquanto esse dia não vem
Quero passar todos os outros ao seu lado

A música começou de forma mais filosófica, do jeitinho que Cellbit gostava  — e também era o jeito que Roier gostava, o mexicano amava o jeito enigmático e pensativo de seu namorado — O de olhos claros parou de olhar seu namorado que parecia que ia desmaiar a qualquer momento se continuasse a ser encarado.

Meu bem, você precisa entender
Que a minha vida só se torna tolerável com você
Tem que concordar, enquanto nossa hora não chega
A gente pode se beijar, pode aproveitar
Enquanto nossa hora não chega, a gente pode se beijar

A música parecia seguir o coração de Roier, ambos aceleravam juntos, o mexicano agarrou o braço de Fit e o balançou levemente por causa da emoção. Cellbit pulava no palco e brincava com os outros membros da banda, todos estavam dando risadas baixas por ver a emoção do casal, já que mesmo parecendo tranquilo, o vocalista estava se segurando para não descer do palco e beijar o namorado.

É, às vezes o tempo se fecha
Nem prece, nem reza vai mudar
Por que se a gente se conheceu
Não foi obra do destino, nem desejo de Deus
Até por que esse cara aí já morreu

Meu bem, você precisa entender
Que a minha vida só se torna tolerável com você
Tem que concordar, enquanto nossa hora não chega
A gente pode se beijar, pode aproveitar
Enquanto nossa hora não chega, a gente pode se beijar

Cellbit dançava alegremente em cima do palco e se balançava junto do microfone, ele virou para trás e viu no canto do palco Cucurucho, parado encarando o brasileiro com um olhar mortal como se dissesse “vocês não deveriam estar tocando, acabem com isso agora.”  Porém Cellbit não se importava, sua única reação foi dar o dedo do meio para o empresário, os outros membros notaram aquilo e deram risada da atitude do amigo. Enquanto o instrumental tocava, Cellbit voltou a encarar o público e caminhou um pouco mais pra perto de onde seu guapito estava, Roier notou e quase se jogou na grade, os dois estavam frente a frente agora com os sorrisos mais brilhantes do mundo.

O brasileiro se agachou e pediu algo pro segurança que estava na frente do palco, que acenou com a cabeça e se virou para Roier informando que Cellbit pediu para ele subir no palco. O mexicano quase gritou com aquilo e não pensou duas vezes em pular sobre a grade com ajuda dos amigos e estender a mão para seu gatinho, que o puxou rapidamente.

— Desculpa te puxar aqui pra cima do nada, mas essa parte eu preciso cantar olhando nos teus olhos, guapito  — Sorriu Cellbit, que respirou fundo e puxou Roier pra mais perto de si, esse que só conseguia sorrir incrédulo e escutar os gritos animados de seus amigos. Os olhos do casal se encontraram de novo, azul no castanho, tudo parecia que estava no lugar. O vocalista aproximou o microfone de seu rosto e sorriu, antes de começar a cantar novamente.

Meu bem, você precisa entender
Que a minha vida só se torna tolerável com você
Tem que concordar, enquanto nossa hora não chega
A gente pode se beijar, pode aproveitar
Enquanto nossa hora não chega a gente pode se beijar,

Enquanto nossa hora não chega a gente pode se beijar
Enquanto nossa hora não chega a gente pode se beijar.

Cellbit terminou de cantar e jogou o microfone no chão, ao seu lado, ele nem pensou duas vezes antes de puxar Roier para um beijo apaixonado, o mexicano retribuiu na mesma intensidade, soltando alguns sorrisos no meio do beijo. Todos os gritos, a música tocando, nada importava pro casal, os dois se afastaram e encostaram suas testas, olhando um ao outro com um carinho enorme.

Aquele momento parecia ser só dos dois e só aquilo importava.

𖦹 𝐒𝐄𝐑𝐄𝐍𝐀𝐓𝐀 𝐄𝐗𝐈𝐒𝐓𝐄𝐍𝐂𝐈𝐀𝐋𝐈𝐒𝐓𝐀, 𝘨𝘶𝘢𝘱𝘰𝘥𝘶𝘰.Onde histórias criam vida. Descubra agora