005 || Outro quarto.

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Depois de uma rápida perseguição, percebo Tom estacionar seu carro em frente a um hotel. Decido fazer o mesmo e saio rapidamente do meu veículo.

⎯⎯ Tom! ⎯⎯ Chamei alto, mas ele parecia tão distante. ⎯⎯ Por favor, acalme-se!

Por um instante, ele interrompeu sua caminhada, permitindo que eu alcançasse seu ritmo.

⎯⎯ O que foi? ⎯⎯ Ele pergunta.

⎯⎯ O que você vai fazer? Mantenha a calma, você está colocando em risco tudo o que temos, nossas normas, nosso grupo, esta vida!

⎯⎯ Como já disse, se ela não vier até mim, eu a procurarei. ⎯⎯ Tom afirmou com um sorriso confiante estampado em seu rosto.

⎯⎯ Você está fora de si! E se a polícia descobrir? E se isso for divulgado na imprensa? Estamos lidando com assuntos graves, Tom. ⎯⎯ Eu tento persuadir, porém ele parece determinado.

⎯⎯ Eu estou ciente das minhas ações, e se você não tem disposição para tentar algo novo, vá para casa. ⎯⎯ Ele comenta enquanto se distancia em direção ao hotel.

Sinto meu coração batendo rápido e um arrepio percorrendo minha coluna. Estamos nos arriscando demais. Tom costuma ser impulsivo, mas agora parece ter ido longe demais.

Tenho consciência de que não consigo detê-lo. Ele é meu irmão, meu parceiro de crime, porém demonstra teimosia e firmeza quando decide algo.

Penso sobre a situação brevemente enquanto observo ele se dirigir rumo à o hall de entrada.

Que droga.

⎯⎯ Aguarde um instante, Tom.⎯⎯ Grito, e ele me encara. ⎯⎯ O que devo fazer?

Tenho consciência de que irei me arrepender desta decisão.

Me mexi um pouco e percebi que estava acordada. Minha pele está gélida, e meu quarto está frio como nunca. Sem falar que ouvi barulhos estranhos do lado de fora da sala.

Minha cabeça dói e sinto cheiro de álcool. Finalmente abri os olhos, estava escuro e não conseguia ver nada. Deitei na cama pensando que já estava noite, meu cobertor nunca esteve tão macio e queria voltar a dormir.

Finalmente as luzes da sala se acenderam.

⎯⎯ Com sua permissão. ⎯⎯Sua voz profunda soou em meus ouvidos, eu rapidamente abri meus olhos para descobrir quem estava na sala. E então percebi que eu não estava em meu quarto e um homem alto de terno preto entrou no quarto.

⎯⎯ O que diabos está acontecendo! o que estou fazendo aqui ? Quem é você? ⎯⎯Ele não respondeu, apenas colocou uma bolsa na cama. ⎯⎯ O que você pensa que vai fazer? Quem é você?

⎯⎯ Você fez muitas perguntas! Vista-se, maquie-se e prepare-se! O chefe está esperando por você.

⎯⎯ De jeito nenhum! Que chefe é este? Eu não estou entendendo! ⎯⎯ Minha voz ficou cada vez mais desesperada.

⎯⎯ Isso não é algo que você possa descobrir, apenas faça o que ele diz. ⎯⎯Sua resposta foi firme. Antes que ele pudesse dizer mais alguma coisa, ele saiu da sala. Alguns segundos depois ouvi a porta ser trancada.

⎯⎯ Não, não, não. ⎯⎯Corri desesperadamente para a porta e tentei abri-la. ⎯⎯ Deixe-me sair! ⎯⎯ Gritei.

Mas tudo que ouvi foi o silêncio do outro lado da porta. Eu estava presa em um lugar estranho com um homem estranho me pedindo para me preparar para encontrar um chefe que eu nem sabia que existia.

Olhei para a bolsa que ele deixou em cima da cama e vi que continha roupas, maquiagem, acessórios e salto alto.

***

Eu não sabia onde estava, muito menos o que estava acontecendo, minha única opção foi cooperar. Optei em colocar apenas o vestido, e o salto.

O quarto obtinha paredes cinzas e persianas azuis. Vasculhei os armários na busca de uma chave reserva, mas as únicas coisas que achei foram, roupas masculinas, bandanas e calçados robustos.

Eu estava completamente irritada e assustada, peguei no sono no meu quarto, e acordei em outro quarto. Estava sentada na enorme cama que tinha no quarto, não estava aguentando aquele nervoso, me levantei e comecei a bater na porta novamente.

No momento onde bati a porta foi aberta, e o mesmo homem alto a abriu.

Porém, inesperadamente ele pegou meu braço e me puxou para a fora do quarto. ⎯⎯ O que acha que está fazendo? ⎯⎯ Gritei para que ele parasse de me puxar, mas ele continuou e não disse absolutamente nada.

Ele me puxou até chegarmos para fora da casa. E continuou me puxando até um veículo preto.

⎯⎯ Mas que droga! Pare de me puxar!⎯⎯ Exigi irritada.

⎯⎯ Entre no carro, moça. ⎯⎯ Ele pediu.

⎯⎯ Para onde vai me levar!

⎯⎯ Estou fazendo meu trabalho, apenas coopere!

⎯⎯ Então me diga para onde irá me levar!

⎯⎯ Ah, o chefe disse que você iria dar trabalho! ⎯⎯ Ele exclama e sem perceber o mesmo me pegou no colo.

⎯⎯ Me coloque no chão! ⎯⎯ berrei. ⎯⎯ Que merda, me ponhe no chão!

Enquanto eu gritava e me remexia o mesmo não me ouvia, logo ele me jogou com força no banco de trás e pois a trava para crianças.

 𝐘𝐨𝐮 𝐌𝐚𝐤𝐞 𝐌𝐞 𝐒𝐢𝐜𝐤 ||  Segunda Versão.Onde histórias criam vida. Descubra agora