008 || Documentos.

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Enquanto minha mente voltava à lucidez, percebi uma sensação leve de formigamento se espalhando por todo o corpo, as pálpebras cansadas se abrindo vagarosamente. Gradualmente, as figuras difusas se tornaram itens familiares, no entanto, o ambiente ao redor ainda me parecia estranho, como se estivesse em um local desconhecido. Aos poucos, os olhos foram se acostumando com a pouca luz do local, revelando as paredes cobertas por um papel de parede refinado, móveis luxuosos e uma decoração requintada. Tudo ali era tão diferente da minha humilde morada. Uma sensação de desconforto tomou conta de mim, ao mesmo tempo, em que lutava para recordar como tinha chegado até ali, naquele lugar totalmente estranho.

Um instinto de sobrevivência tomou conta de mim e corri em direção à porta, batendo com força e suplicando para que me permitissem sair. O barulho ressoava pelo cômodo, ecoando em meus ouvidos, enquanto eu tentava entender a situação em que me encontrava. Os batimentos do meu coração acelerado reverberavam no silêncio do ambiente, quase sufocando os passos se aproximando. Como um alerta, aumentando a velocidade do meu coração em antecipação.

Tentei com desespero abrir a porta, em vão, minhas mãos tremiam enquanto a maçaneta resistia ao meu esforço. Meus olhos fixos na porta, aguardando o momento em que seria liberta daquele local desconhecido. A respiração acelerada e a mente confusa deixavam meu corpo em alerta, pronto para reagir diante de qualquer perigo iminente. Contudo, fiquei surpresa ao ver uma senhora de meia-idade entrar na sala com uma bandeja de comida. Seu olhar sereno e acolhedor amenizou minha agitação, mesmo que eu ainda estivesse confusa tentando compreender a situação.

⎯⎯ Quem é você? Onde estou? O que está acontecendo aqui? ⎯⎯ Perguntei com a voz trêmula.

⎯⎯ Fique tranquila, não vou fazer mal a você, de jeito nenhum. Me chamo Grace e sou responsável pelos serviços domésticos dessa residência. Aqui é onde o Sr. Kaulitz mora ⎯⎯ respondeu Grace com uma voz calma e reconfortante.

Com um olhar calmo e afetuoso, Grace se aproximou de mim, colocando a bandeja de comida sobre a mesinha ao lado da cama ao entrar no quarto.

Acomodei-me na cama do quarto, analisando com cautela a mulher diante de mim. Kaulitz, ao menos descobri o sobrenome daquele maníaco. Minha cabeça estava confusa, lutando para recordar os acontecimentos passados que me trouxeram até este cômodo.

⎯⎯ Estou perdida, não faço ideia de como vim parar aqui. Por favor, me ajude a sair. Eu realmente preciso voltar para casa ⎯⎯ supliquei, com lágrimas nos olhos.

Grace respirou fundo, percebendo o emaranhado de sentimentos presentes naquele momento. Ela se aproximou com delicadeza, apoiando gentilmente sua mão no meu ombro.

⎯⎯ Compreendo que esteja com medo, querida. Eu não tenho conhecimento do que o Sr. Kaulitz está planejando, mas ele irá explicar em breve. Enquanto isso, estarei aqui para cuidar de você. ⎯⎯ Sugeriu Grace, indicando a bandeja de comida ao lado da cama. ⎯⎯ Por favor, coma um pouco, descanse e se acalme.

Observei com desconfiança a bandeja à minha frente e, em seguida, encarei Grace: ⎯⎯ Não desejo absolutamente nada deste local, a menos que tenha certeza de que não estou correndo o risco de ser envenenada.

⎯⎯ Garotinha boba! Irá morrer de fome desta forma. ⎯⎯ Ela deu um sorriso e se dirigiu até a bandeja, retornando em seguida para me entregar. ⎯⎯ Se eu tivesse más intenções, quem estaria em perigo seria eu. Minha intenção é apenas ajudar.

 𝐘𝐨𝐮 𝐌𝐚𝐤𝐞 𝐌𝐞 𝐒𝐢𝐜𝐤 ||  Segunda Versão.Onde histórias criam vida. Descubra agora