006 || Brutamontes.

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⎯⎯ Seu brutamontes! ⎯⎯ Respondi, após o homem me tirar bruscamente do carro.

Eu não fazia ideia do que estava acontecendo. Tentei racionar do porquê isso haveria de acontecer. O rapaz me trouxe em um lugar com muitas pessoas, e de fato estava lotado.

O grande homem parecia ser algum tipo de segurança, o mesmo tinha uma escuta no ouvido, isso ia me assustando cada vez mais.

⎯⎯ O que está acontecendo? Por que me trouxe aqui desse jeito? ⎯⎯ Perguntei, tentando manter a calma.

O segurança apenas me encarou com uma expressão séria, sem dizer uma palavra. Fiquei nervosa, sem entender o que estava acontecendo. Será que foi algum engano? Será que eu estava sendo confundida com outra pessoa?

⎯⎯ Por favor, me explique o que está acontecendo. Eu não fiz nada de errado. ⎯⎯ Insisti, olhando ao redor e notando que algumas pessoas me observavam com curiosidade.

Mas novamente ele não me deu ouvidos, e me puxou para andar, ele dava passos largos, eu mal conseguia acompanhá-lo. Desisti de perguntar onde estaria, e apenas "cooperei" para saber o que aconteceria.

Mas de fato eu reconhecia o lugar. Corridas idiotas.

Por um minuto, suspirei e o frio na minha barriga se alastrou ao ver o homem trancado da Bang se levantando do lugar onde estava sentado, para chegar a encontro conosco.

⎯⎯ Foi difícil trazê-la!? ⎯⎯ Ele debocha e o segurança responde com um suspiro.

⎯⎯, Mas que-

⎯⎯ Porra! Que diabos está acontecendo aqui? ⎯⎯ Berrei, mas ele apenas fez um gesto com os dedos para que eu me calasse.

⎯⎯ Você sempre recusou os convites para me conhecer, só dei um empurrãozinho para que mudasse de ideia! ⎯⎯ Ele responde sorrindo ladino. ⎯⎯ Marcus, pode voltar para seu turno. ⎯⎯ O rapaz diz e o segurança se vai.

⎯⎯ Quem é você? O que você quer de mim? ⎯⎯ Perguntei, ainda confusa e assustada, com a situação.

⎯⎯ Me conhecer vai ser um pouquinho difícil, mas eu, quero te conhecer melhor. Desde que te vi, não consigo tirar você da minha cabeça, e já lhe disse isso antes. ⎯⎯ Ele respondeu, se aproximando de mim.

Me senti ainda mais desconfortável com a situação. Não sabia o que fazer, estava completamente perdida e vulnerável naquele lugar lotado.

⎯⎯ Desculpe, mas eu não estou interessada. Por favor, me deixe ir embora. ⎯⎯ Pedi, tentando manter a calma e controlar o medo que sentia.

⎯⎯ Não vai ser tão fácil, querida. Você vai me dar uma chance. ⎯⎯ Ele disse, segurando firme em meu braço.

Foi nesse momento que decidi que não iria deixar aquilo acontecer. Com um movimento rápido, consegui me soltar de seu agarro e sair correndo em direção à saída.

O rapaz tentou me seguir, mas não conseguiu me alcançar.

Foi isso que imaginei. Inesperadamente, senti meu corpo ser puxado e mãos se agarrando à minha cintura.

⎯⎯ Me solte! ⎯⎯ Berrei.

⎯⎯ Não seja tão difícil! ⎯⎯ Eu sentia sua respiração em meu pescoço. Desesperada, comecei a gritar por ajuda, chamando a atenção de algumas pessoas ao redor.

⎯⎯ Porra, porra! Cale a boca! ⎯⎯ Ele colocou sua mão áspera e gélida em minha boca, não me permitindo gritar. ⎯⎯ Grite mais uma vez e irá se arrepender.

Desesperadamente, mordo sua mão e ele me solta, mas não consegui correr, pois o mesmo foi mais rápido e segurou novamente. Estávamos um pouco afastados das pessoas, então ninguém me escutaria.

⎯⎯ Vadia! ⎯⎯ Ele murmura, e puxa meu braço, me levando para algum lugar.

⎯⎯ Ah, chega! ⎯⎯ Berrei, puxando meu braço de volta. ⎯⎯ Fui puxada por aquele brutamontes tantas vezes que já me irritei com isso. Me diz que merda que está acontecendo, agora mesmo! Exijo uma explicação!

⎯⎯ O que pensa que aconteceu? ⎯⎯ Ele ri. ⎯⎯ Junte as peças! ⎯⎯ Ele me olhou com um sorriso ladino. ⎯⎯ Vamos lá! Sei que você não é boba! ⎯⎯ Ele passou uma mecha de meu cabelo para trás de minha orelha, mas tirei rapidamente sua mão de meu rosto. ⎯⎯ Você acordou em outro quarto, sua amiguinha insistindo para vir a essa corrida, o cheiro de álcool no nariz, seguranças, eu.

Perdi meu fôlego ao escutar tudo isso. ⎯⎯ Voc-

⎯⎯ Voc-

⎯⎯ Te sequestrei!? ⎯⎯ Exclamou ele, com os olhos sombrios.

Ele apenas riu, como se aquilo fosse engraçado.

⎯⎯ Se preferir chamar assim, pode chamar. Mas prefiro dizer que te dei uma oportunidade que você recusou várias vezes. Agora você vai ficar aqui e vai aproveitar a noite comigo. ⎯⎯ Ele disse, deixando claro que não havia opção.

Eu me senti impotente e assustada, sem saber o que fazer. O que ele queria de mim? Por que ele estava fazendo aquilo?

⎯⎯ Eu não irei ficar aqui. ⎯⎯ Digo, com a voz trêmula.

⎯⎯ Ah, meu amor! Você sabe que não tem opção! ⎯⎯ Ele apenas ignorou.

⎯⎯ Droga! Não! Eu não vou fazer parte dessa merda. ⎯⎯ Berrei, me afastando dele.

Mas o mesmo puxou minha mão e colocou-a na cintura do mesmo, me fazendo sentir um objeto gélido.

⎯⎯ Você sabe muito bem o que está tocando! Ou você faz a merda que eu estou mandando, ou teremos problemas.

Eu sabia que precisava encontrar uma maneira de sair daquela situação, mas a presença intimidadora do rapaz ao meu lado me impedia de agir. Senti que estava presa em um pesadelo, sem saber se conseguiria acordar.

Sem pensar direito, gritei por ajuda, mas a música alta do local impediu de alguém me ouvir. Por outro lado, novamente o rapaz me prendeu em seu corpo e colocou sua mão em minha boca.

Me debati, para sair de perto do mesmo, mas ele não me deixava por conta de sua força.

⎯⎯ Eu não quero te machucar, caramba! ⎯⎯ Lágrimas contactaram meu rosto. ⎯⎯ Se eu tirar a mão, você promete não gritar? ⎯⎯ Eu conseguia ouvir sua respiração desesperada.

Fiz que sim com a cabeça e o mesmo soltou sua mão devagar, olhando no fundo de meus olhos.

Eu me senti aliviada quando ele finalmente retirou a mão da minha boca, mas não pude evitar o impulso de gritar por ajuda. Eu sabia que a música alta abafaria o som, mas precisava tentar de qualquer maneira.

 𝐘𝐨𝐮 𝐌𝐚𝐤𝐞 𝐌𝐞 𝐒𝐢𝐜𝐤 ||  Segunda Versão.Onde histórias criam vida. Descubra agora