𝐘𝐨𝐮 𝐌𝐚𝐤𝐞 𝐌𝐞 𝐒𝐢𝐜𝐤 || Segunda Versão.

028 || Início Do Caos.

✵

⎯⎯ Maldita vadia! ⎯⎯  Olhei para a garota no chão, quase explodindo de raiva.

⎯⎯ O que você fez? ⎯⎯ a voz de Gustav soou pela sala. Me viro rapidamente, minha fúria acabou de se tornar desespero ao encará-lo, e em alguns segundos consigo perceber as sirenes policiais do lado de fora da casa.

⎯⎯ Merda! ⎯⎯ Gritei, com os punhos cerrados. ⎯⎯ O que você acha que eu fiz?

⎯⎯ Isso é uma loucura! ⎯⎯ Georg respondeu, olhando para fora da janela.

⎯⎯ Sabia que ela estava fugindo, estava me enganando! E agora, você vê o que aconteceu? ⎯⎯ Berrei com minha frustração transbordando, enquanto gesticulava.

⎯⎯  Tom, porque tem vários policia- ⎯⎯ Ele parou de gesticular, olhou meu rosto ensanguentado, percebendo o que acabara de acontecer. ⎯⎯ As sirenes estão cada vez mais altas. Precisamos fazer algo!

⎯⎯ Você não deveria ter feito isso! ⎯⎯ Gustav começou, enquanto eu não parava de andar de um lado para outro.

⎯⎯ Escute! ⎯⎯ Gritei.  ⎯⎯ Precisamos de munição! Isso não vai acabar aqui!

⎯⎯ Precisamos de armas! Peguem suas armas e munições! Chega de se esconder desses otários. ⎯⎯ Vejo todos ficarem parados enquanto as sirenes ficavam mais altas. ⎯⎯ Vamos caralho! Peguem a porra de suas armas! ⎯⎯ Gritei sem paciência.

Os olhares alarmados de Gustav Georg e Bill cruzaram-se por um breve instante, mas a urgência da situação os impulsionou a agir. A adrenalina corria em minhas veias como um veneno, e a necessidade de controle era desesperadora. O som das sirenes se aproximando me lembrava de que não havia mais tempo para hesitar.

⎯⎯ O que você está pensando, Tom? ⎯⎯ Gustav questionou, enquanto puxava uma outra pistola da gaveta da mesa.

⎯⎯ Pensando em sobreviver! ⎯⎯ Eu respondi, já pegando minha própria arma, um revólver que havia escondido sob uma pilha de roupas. ⎯⎯ Precisamos mostrar a eles que não vamos nos submeter!

⎯⎯ Isso é uma loucura! ⎯⎯ Georg insistiu enquanto subia as escadas para pegar as bolsas de munição e armas. ⎯⎯ Eles são a polícia, Tom! Temos que fugir!

Mas a ideia de fugir nunca havia estado em minha mente. Eu estava cansado de viver na sombra, de me esconder. As sirenes eram agora um lembrete constante do que eu tinha tentado evitar, e não estava disposto a deixar tudo acabar assim.

⎯⎯ Se eles estão aqui, já não temos mais para onde ir! ⎯⎯ Eu gritei. ⎯⎯ Vamos mostrar a eles quem está por cima dessa merda toda.

Com um aceno de cabeça, Gustav e Georg se juntaram a mim. E todos começaram a correr procurando as armas que escondemos pela casa.

Vejo Jade ainda ao chão quando passei pela cozinha, sem pensar duas vezes, peguei a garota em meu colo, apesar de sua luta corporal, consegui levá-la para meu quarto. Coloquei-a na cama e saí do quarto, e corri em direção ao corredor do quarto de Bill, a procura de Ashley.

⎯⎯ Ashley! ⎯⎯ gritei enquanto atravessava o corredor.

Minhas mãos estavam suadas em torno do revólver, e eu podia sentir meu coração acelerar com a adrenalina. A porta do quarto de Bill estava entreaberta, e uma luz fraca se infiltrava pelo vão, iluminando o caminho. Empurrei a porta, pronto para entrar. Mas ela não estava no quarto.

⎯⎯ Mas que- ⎯⎯ Desço rapidamente para a cozinha procurando Bill.

⎯⎯Bill! ⎯⎯ chamei novamente. ⎯⎯ Onde está Ashley?

⎯⎯ Não sei! Ela sumiu!⎯⎯ Ele me olha balançando os ombros, enquanto carrega sua pistola.

⎯⎯ O que você quer dizer com "sumiu"?

⎯⎯ Tom, eu vou saber onde essa vadia se meteu, me deixe fazer o que pediu antes de os policiais encherem nossa casa de bala, já que o estressadinho resolveu mostrar para eles que somos gângsters.

⎯⎯ Essas vadias me deixam maluco! ⎯⎯ Berrei em frustração. ⎯⎯ Vou procurá-la. Fiquem prontos; assim que eu a encontrar, voltamos e enfrentamos esses malditos juntos.

Gustav concordou com um aceno de cabeça, enquanto Bill parecia relutante. Saí rapidamente da cozinha e voltei para o andar de cima.

⎯⎯ Ashley! ⎯⎯ gritei mais uma vez, adentrando o quarto de Bill. E então a vejo sair de onde estava e ficar paralítica  quando me vê.

⎯⎯ Que droga, garota! Vá para o meu quarto, fique com Jade, procure Grace também!

⎯⎯ Tom, que sirenes são-

⎯⎯ Não tenho tempo para explicar, faça o que eu mandei.

⎯⎯ Mas Tom, eu-

⎯⎯ Agora, Ashley! ⎯⎯ Gritei com a frustração e a raiva transbordando em minha voz. Ela assentiu, com seus olhos cheios de confusão, mas compreendendo a gravidade da situação. Eu a vi correr em direção ao meu quarto e, em seguida, olhei em volta, avaliando a situação. As sirenes estavam quase em cima de nós, e o tempo estava se esgotando. O cheiro de pólvora e adrenalina preenchia a casa. Não havia como voltar atrás.

Voltei rapidamente para o corredor, preparado para dar ordens. ⎯⎯ Gustav!⎯⎯ chamei, e ele apareceu na porta da cozinha.

⎯⎯ Estamos prontos, Tom. O que vamos fazer? ⎯⎯ ele pergunta sério.

⎯⎯ Precisamos defender a entrada principal. Se eles vierem, temos que estar prontos para enfrentar. Não vamos deixar que eles entrem sem uma luta. ⎯⎯ Eu disse, sentindo a adrenalina subir.

⎯⎯ Georg está lá em cima, ele vai ficar de olho na janela. Isso pode nos dar uma vantagem. ⎯⎯ Gustav respondeu.

⎯⎯ Bom. Vamos aproveitar isso. ⎯⎯ Eu murmurei, colocando balas nas pistolas que eu segurava.

Subimos rapidamente as escadas, e o som das sirenes agora era ensurdecedor. Cheguei ao quarto de Bill, onde Georg e Bill estavam espiando pela janela.

⎯⎯ O que você está vendo? ⎯⎯ perguntei, tentando controlar a respiração rápida.

⎯⎯ Eles estão chegando. 20 carros, policiais com armas impostas. Eles estão se organizando. ⎯⎯ Georg respirou pesado.

⎯⎯ Merda! ⎯⎯ Murmurei. Eles não iam parar até nos encontrarem.

⎯⎯ Precisamos de um plano. Não podemos apenas sair atirando, isso seria suicídio. ⎯⎯ Gustav lançou uma sugestão, mas eu estava tão preso em minha própria mente que não queria ouvir.

⎯⎯ Não temos tempo para discutir! Precisamos agir agora! ⎯⎯ eu retruquei, sentindo a pressão aumentar.

Naquele momento, um brilho passou pela mente. ⎯⎯ Então, vamos fazer isso do nosso jeito. Eles pensam que estão no controle, mas eles não sabem com quem estão lidando. ⎯⎯ disse, a ideia surgia claramente.

⎯⎯ O que você tem em mente? ⎯⎯ Georg perguntou, rapidamente se voltando para mim.

⎯⎯ Já atiramos em várias pessoas, sejam gangues e policiais. Se colocarmos medo neles eles param de encher o saco.

⎯⎯ Precisamos usar isso a nosso favor. ⎯⎯ continuei, sentindo a adrenalina pulsar. ⎯⎯ Se eles nos veem como uma ameaça, podem hesitar. Vamos lançar um ataque rápido e coordenado.

Georg colocou a cabeça para fora da janela novamente. ⎯⎯ Eles estão se preparando. Precisamos agir rápido! ⎯⎯ Ele apressou.

⎯⎯ Está certo. Gustav, e Georg vão ficar aqui e atirar pelas janelas. Eu e Bill temos mais pontaria para lutar cara a cara com eles. ⎯⎯ fiz a última distribuição das funções.

⎯⎯ Agora, vamos mostrar a eles quem realmente está no controle. ⎯⎯ declarei. Escutei os gritos distantes, o som das sirenes e os passos pesados da polícia se aproximando. Gustav e Georg estavam posicionados, prontos para defender. Bill e eu trocamos um olhar de compreensão. Era hora de mostrar a esses malditos que éramos mais do que apenas uma gangue qualquer. A rua estava cercada por policiais, as luzes azuis refletiam em nossas paredes.

⎯⎯ Na contagem de três. Um, dois... ⎯⎯ contabilizei, sentindo meu coração disparar. ⎯⎯ Três!

Assim que disse isso, a janela estourou em uma chuva de vidro enquanto Gustav e Georg começaram a disparar. O som explosivo das armas ecoou pela sala, e eu senti o impulso do combate correr por mim. Vários policiais caíram, seguido por gritos e confusão do lado de fora.

⎯⎯ Isso! Isso é o que precisamos! ⎯⎯ eu gritei, impulsionado pela adrenalina. Bill e eu saímos em direção à escada, prontos para nos juntar à luta.

Georg e Gustav continuaram atacando de suas posições, e a visão do caos fora da janela era quase hipnotizante. Como os policiais tentavam se reorganizar, nós precisamos aproveitar a vantagem.

⎯⎯ Vamos! ⎯⎯ eu gritei para Bill e ele foi atrás, descendo as escadas rapidamente em direção à porta da frente. Minha mente estava focada apenas em um pensamento: eles nunca nos vencerão.

Ao chegarmos à porta da frente, notei o tumulto lá fora, os policiais tentando se proteger ao mesmo tempo em que gritavam ordens descontroladas. Virei para Bill e ligeiramente assenti. Era hora de agir.

⎯⎯ Dê cobertura! ⎯⎯ gritei, antes de abrir a porta com força e sair. Minha intenção era abalar a moral deles, mostrar que éramos uma força a ser reconhecida. As balas zuniram ao nosso redor. Eu não tinha tempo para pensar em recuar. O que eu queria era fazer uma declaração, precisava que eles ficassem com medo.

Bill estava logo ao meu lado, sua linguagem corporal expressava uma mistura de determinação e raiva.

Com os policiais recuando, eu gritei para Georg e Gustav: ⎯⎯ Precisamos pressioná-los! Não deixem que se reagrupem!

⎯⎯ Vamos, caralho! ⎯⎯ Berrei, empunhando meu revólver e mirando na direção dos policiais que tentavam organizar, mas estavam em pânico. A expressão de medo em seus rostos era tudo o que eu precisava. Bill estava ao meu lado, disparando sua arma com precisão, e vi alguns oficiais caírem. Eles repostavam atrás de carros policiais, mas qualquer espaço que pensassem ter para se esconder, nós iríamos acabar com isso.

⎯⎯ Georg, Gustav! Cobertura! ⎯⎯ gritei, enquanto começava a avançar, suas balas voavam para a frente, criando uma cortina de fogo. Era isso que fazíamos; éramos caçadores, e os policiais eram nossa presa.

⎯⎯ Isso é do caralho! ⎯⎯ Bill gritou, enquanto recarregava sua arma e avançava comigo.

Com os policiais tentando se reagrupar, eles não perceberam que estávamos flanqueando-os. Georg e Gustav disparam à esquerda e à direita, fazendo-os hesitar. A vantagem estava conosco.

⎯⎯ Vamos acabar com eles! ⎯⎯ gritei, dando o sinal para avançar. Corremos em direção a um grupo que estava atrás de um carro e, antes que pudessem reagir, nossa resposta foi rápida e letal. As balas voaram e a confusão se espalhou ainda mais.