Neverland

Capítulo sete.

Meus sonhos, de acordo com o passar dos dias, me despertava fracas esperanças de que eu sairia do limbo, já que estive andando à dias sem nada mudar, que me fazia ficar cada vez mais cansado e inquieto. A única coisa boa que encontrei havia sido Taehyun, porque de resto, tudo era a mesma monotonia de sempre.

E mais uma vez, de várias outras, encarando o céu sem vida do  limbo, converso com Taehyun sobre nosso paraíso. 

— Ouvi dizer que lá é tudo quieto e belo, onde as estrelas repousam de forma graciosa no céu. - Taehyun disse-me enquanto brincava com um pequeno vagalume que ele havia pego. 

— Eu me preocupo em ênfase com nossa caminhada, até agora, nada encontramos. - Suspirei, observando as poucas e minúsculas estrelas que podiam ser vistas entre o mar de galhos acima de nossas cabeças. 

— Nós vamos siar dessa, Gyu. Apenas devemos continuar. - Ele me mostra o pequeno inseto pousado em sua mão. Eu sorri para ele. 

— E como iremos saber que estamos chegando lá? - Perguntei, focando o meu olhar em sua bela figura.  

— Bem.. - Ele pigarreou, antes de continuar a falar. —, em meus sonhos, sempre aparece um portal de pedras e flores bonitas. 

— Sinto falta das flores da Terra do Nunca.. 

— Beom, a Terra do Nunca fica no passado. Lembrar-se dela só vai te ferir ainda mais. 

Me semblante caiu, e meu sorriso aos poucos murchou-se. Taehyun, logo notando, suspirou e chegou mais perto de mim, fazendo um leve carinho em minha bochecha com o polegar. 

— Me desculpa ter que dizer isso de forma tão grosseira.. Mas é que você precisa superar o passado, Gyu.  - Ele sorriu fraco, e eu retribui. 

— Eu sei.. É só que.. - Eu desviei o meu olhar do seu, cabisbaixo. — É impossível não se lembrar de lá. 

— Olha, eu te prometo que se eu aprenderei a desenhar flores só para você se não houver nenhuma no outro paraíso. Eu vou cuidar de você, vou te proteger. Eu prometo.. 

E antes que ele terminasse sua fala, eu o abracei forte, sentindo um enorme peso nos deixar. Talvez, o peso da falta. 

— Se você apenas desenhar uma única margarida, já vai ser mais do que suficiente, Tae.

— Mesmo?

_ Uhum, com toda a certeza. 

Ele sorriu docemente, enquanto eu admirava com atenção cada pedaço de sua beleza.

— Você foi a melhor pessoa que conheci na vida. - Ele me disse, baixo como um sussurro. — Obrigado por ter sido criado pelas fadas, Gyu. 

— E você foi a minha. - Eu toquei a ponta de seu nariz, o fazendo rir. — Obrigado por ter nascido, Tae. 

Demos um sorriso caloroso um para o outro, daqueles que esquentam o coração de qualquer pessoa, e nos abraçamos. Ele me deu um beijo estalado na testa e se deitou, e eu deitei-me ao seu lado, para conversamos e rirmos de nós mesmos quando crianças. E sem perceber, dormimos ali mesmo.

E mais dias caminhando sem rumo de passavam, e nada era encontrado. Até que finalmente, houve sinal de que estávamos perto. Bem abaixo de nossos pés, aos poucos apareciam pedras coloridas no meio grama cinzenta e sem vida. Taehyun e eu sorrimos como crianças ao ver que enfim estávamos chegando a algum lugar. 

— Veja, Beom! Estamos chegando! - Exclamou Taehyun, com entusiasmo. 

Sorri largamente, dando-me conta de que mais para frente haviam flores. 

— Flores, veja! - Corri até as pequeninas flores brancas, colhendo algumas do belíssimo amontoado que se formava bem diante de nós. 

Então, a caminhada repentinamente se tornou esperançosa e cheia de expectativas. Taehyun segurava a minha mão enquanto cantarolava alegremente. Nós éramos como personagens de um conto de fadas antigo. Não sendo os que sempre há princesas no meio de animais falantes, mas um conto de dois garotos que sonham com suas chegadas à um novo paraíso. 

À esta altura, meus sentimentos por Taehyun estavam intensos e constantes, o que deixava-me em frequente confusão, pois eu não sabia como identificar um sentimento como aquele. Não sabia se era amor, ou se era apenas afeto. 

Nas histórias que eu ouvia quando pequeno, Peter Pan sempre dava ênfase na parte do felizes para sempre, que toda vez era com um príncipe e uma princesa, e não com dois príncipes ou vice-versa. Eu mal sabia como reagir a isso, pois as memórias dos contos de fadas sempre me martelavam quando eu pensava no que sentia por Taehyun. Meu coração sempre batia forte quando nossos olharem se encontravam, todavia eu nem sequer sabia o que era um beijo até pouco tempo atrás, quem dirá uma verdadeira paixão.