Capítulo 001

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O tempo corria

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O tempo corria. Nós corríamos. Sujos, molhados, sem dormir, na chuva, sequestrados e açoitados como animais, em cativeiro e sem resgate.

Ninguém viria nos procurar tão cedo, ninguém saberia onde nos encontrar, não a tempo. Graças aos desgraçados que armaram toda essa emboscada, estávamos sozinhos.

Apenas nós, por nós mesmos.

Todos estavam chocados, amedrontados e desmotivados. Cansados de fugir, tentar se salvar e ajudar quem precisasse de ajuda.

Avistamos, não muito longe da floresta onde estávamos, uma luz, uma cabana iluminada, fumaça, e ao que parecia ser, um telefone. Localização? Zero.

Não sabíamos onde estávamos, que lugar era aquele, e nem como pedir ajuda.

Na situação em que nos encontrávamos, era difícil saber se podíamos confiar em alguém, naquele lugar estranho e assombroso, às margens das montanhas e de um rio, um lago não muito longe dali, próximo à cabana.

— Acham que deveríamos tentar? Pedir ajuda, algum telefonema, qualquer coisa. — diz Sophia ofegante e quase rouca, de tanto gritar por ajuda em sua "cela" no cativeiro.

Já fazem cinco dias, desde que fomos atrás de respostas, uma chance de encontrar meus irmãos, ao menos uma notícia, mas ninguém soube de nada, em nenhuma cidade vizinha, nada. Em nossa cidade, apenas boatos, ninguém havia visto nada, ouvido falar, a não ser o que todos comentavam, fofocas e mais fofocas.

A polícia estava atrás de respostas, assim como nós, estavam tentando encontrar meus irmãos, mais do que tudo, mas nada se resolvia, as peças não se encaixavam, ligações, mensagens, fotos, todas desnecessárias, nada ajudava, mas eu tinha que fazer alguma coisa, meus pais não nos compactuava a pouco mais de dois meses, então não sabiam do ocorrido até então.

Não podíamos ficar parados, esperar a resposta cair do céu, ou eles simplesmente aparecerem como se nada tivesse acontecido. Fomos atrás de respostas, e encontramos uma armadilha.


23 de Maio de 2023...

— Como assim não podem fazer mais nada? Meus irmãos ainda estão desaparecidos. Como podem simplesmente arquivar o caso? — eu estava chocada, decepcionada e apavorada.

Queria respostas, notícias, qualquer coisa que me desse sinais de que eles estavam bem, pelo menos... vivos.

— Peço perdão por todo o ocorrido, mas infelizmente não podemos fazer mais nada. Usamos todos os recursos possíveis nas últimas semanas para encontrá-los, reviramos a cidade inteira e nada, todas as casas, bairros, lojas, estabelecimentos, tudo. Não temos mais o que fazer. — um dos policiais responde na sala do delegado, na presença do mesmo.

— Isso... é um tremendo absurdo! Uma estupidez! — digo e saio do local, estressada e indignada.

Ligo para Mary, e em seguida para Karen, mando mensagem para Gregor, Peter, Jackson.

Deliberados | PAUSADAOnde histórias criam vida. Descubra agora