RAIKA BERNARDES 5

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Analisei o meu reflexo através do espelho, checando pela última vez a roupa que estava vestindo antes de sair de casa. Gabriel e Arthur estariam me esperando na entrada lateral da boate, e eu já estava atrasada em decorrência do horário que havíamos marcado.

O vestido vermelho com brilho se apegava às curvas do meu corpo, circundando-as, os saltos escuros me deixavam bons centímetros mais alta do que eu realmente era. Na mão direita, segurava uma bolsa preta onde continha dinheiro, identidade, distintivo, e claro, uma arma. Meus cabelos estavam como sempre: soltos e lisos.

Mesmo de folga, não deixava de ser uma policial, portanto, era obrigada a andar armada, não importava aonde eu fosse.

Eu não era muito boa em me maquiar, mal sabia contornar os olhos direito, então fiz o que eu conseguia, uma maquiagem bem leve, mas com uma máscara de cílios pesada e um batom forte cobrindo a boca.

Desbloqueei o celular para checar as horas, havia inúmeras mensagens dos meninos, eles já estavam me esperando e pareciam impacientes com a minha demora.

Lançando um último olhar no espelho, deixei o meu quarto para trás. Atravessei o apartamento enquanto digitava uma mensagem para Gabriel, informando que estava saindo de casa. Estava tão concentrada em meu celular que não reparei na multidão de pessoas que comprimia o corredor. Ergui os olhos lentamente, fixando-os nos de Killiam.

- Boa-noite - cumprimentei, assumindo uma postura altiva. Ao seu lado havia outros três homens, todos eles concentrados em mim. Eles eram tão altos e intimidadores quanto Killiam, e dois deles possuíam características muitos semelhantes com o novo vizinho, o que me deixava ciente de que deveriam ter algum parentesco. Killiam abriu um meio-sorriso incrivelmente sexy com traços de ironia. - Boa-noite, Raika, como vai? - murmurou, a voz rouca me fazendo fincar os pés no chão para evitar estremecer.

Eu odiava o fato de que este homem parecia ter um tipo estranho de feitiço sobre mim, era só ele falar ou se aproximar o suficiente para que o meu corpo ganhasse vida própria.

Pigarreei.

- Estou bem, e você? - perguntei, mesmo não me importando nem um pouco com a resposta.

Killiam ampliou o sorriso e os olhos assumiram um brilho predatório, como se estivesse lendo os meus pensamentos e soubesse exatamente o meu desapreço em relação ao seu bem-estar.

Eu não costumava destilar ódio por pessoas aleatórias, mas não conseguia me conter quando se tratava dele porque, embora minhas pesquisas soassem o contrário, tudo em mim dizia que deveria confiar no meu sexto-sentido, e ele gritava fervorosamente que Killiam parecia suspeito.

- Estou ótimo, obrigado por perguntar. - Virou-se para um dos homens ao seu lado e espalmou a mão em seu ombro. - Estes são meus irmãos, Teodoro e Nery, e este é meu amigo mais confiável, Stefano. - Apresentou cada um deles com certo orgulho.

A semelhança entre eles fez todo o sentido para mim, sabia que havia um laço familiar, mas não conseguia distinguir qual era. Os homens sorriram graciosamente, mas nenhum deles se interessou em estender a mão em cumprimento.

Olhei entre eles, analisando suas roupas e a forma como se portavam diante de mim. Eles se vestiam impecavelmente, assim como Killiam, camisa, calças e sapatos caros.

Nery parecia o mais amável de todos, ele me encarava com certa condescendência, o que me fazia não saber dizer se era bom ou ruim. Stefano era muito silencioso e sério, o rosto uma máscara impassível e absolutamente impecável, que me deixava sem poder ler seus pensamentos. Já Teodoro parecia diferente, como se ele se destacasse mais diante de todos..., como se fosse... irracional. Ele não tinha a mesma leveza dos demais, tudo em si exalava conflito.

sob a mira do mafioso ( NA AMAZON)Onde histórias criam vida. Descubra agora