RAIKA BERNARDES 9

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Perambulava de um lado para o outro na sala do meu apartamento, avaliando e colocando os pensamentos em ordem.

Não voltei para a delegacia depois que fomos até o corpo de Joshua. Fingi estar muito fragilizada com a hipótese de que estivéssemos com um alvo nas costas e embora isso não fosse bom para a minha reputação, precisei mentir para que pudesse vir para casa sem desconfianças, mas não sem antes implorar para que Arthur e Gabriel não contassem a minha situa- ção para Heitor, pois não queria ser removida do grupo da investigação.

Nada fazia sentido em minha mente atordoada e o fato de que eu estava quase tendo uma síncope não ajudava.

Encarei minha arma em cima da mesa, meu coração retumbava, bombeando sangue com força total.

Seria suicídio o que eu estava pensando em fazer, mas me parecia uma situação bem viável na minha mente impulsiva.

Perambulava de um lado para o outro na sala do meu apartamento, avaliando e colocando os pensamentos em ordem.

Não voltei para a delegacia depois que fomos até o corpo de Joshua. Fingi estar muito fragilizada com a hipótese de que estivéssemos com um alvo nas costas e embora isso não fosse bom para a minha reputação, precisei mentir para que pudesse vir para casa sem desconfianças, mas não sem antes implorar para que Arthur e Gabriel não contassem a minha situação para Heitor, pois não queria ser removida do grupo da investigação.

Trinquei a mandíbula com tanta força que o músculo estalou e meus dentes rangeram.

Foda-se!

Caminhei até a mesa e recolhi a arma, conferindo se estava carregada antes de colocá-la no cós dos meus jeans e escondê-la debaixo da blusa preta da PF que eu vestia.

Parei por um segundo, o juízo duelando com os meus instintos impulsivos, mas perdendo a disputa vergonhosamente e me fazendo ceder. Deixei o meu apartamento para trás, o corredor vazio servindo como uma onda de adrenalina em meu sangue. Toquei a campainha de Killiam e esperei.

Eu tinha estudado sobre o comportamento humano, sabia que as pessoas costumavam desviar os olhos nem que fosse por um segundo quando contavam uma mentira. Assim como sabia identificar em um depoimento quando alguém se sentia nervoso, pois todo mundo emitia um comportamento repetitivo em situações des- confortáveis. O meu era bater o pé no chão, e quando identifiquei, passei a me policiar para que soubesse disfarçar, como agora.

Uma agitação nervosa retumbou em meu peito quando ouvi passos vindo do outro lado da porta. Killiam apareceu segundos depois.

- Raika, que prazer vê-la aqui - ciciou, abrindo um meio-sorriso despudorado. - Precisa de alguma coisa?

- Sim, eu preciso falar com você.

Killiam se afastou, puxando a porta para trás e liberando a passagem. Eu não sabia bem o que iria fazer, só que tentaria descobrir alguma  verdade e que enfiaria a arma em sua cabeça caso ele me ameaçasse.

Entrei no apartamento calculando os meus movimentos, não queria parecer agitada ou nervosa, então fiz o possível para parecer o mais confortável.

- Estou ouvindo disse, apontando para que eu ocupasse um lugar no sofá, enquanto se dirigia até o bar -, quer uma bebida?

- Não, obrigada.

Killiam se serviu de uísque puro e retornou, ocupando uma das poltronas à minha frente.

- O que seria tão importante que me concedeu a honra da sua presença, policial? - murmurou, bebericando um gole da bebida âmbar.

Não deixei de notar a forma depreciativa como expressou o apelido que me deu. Ele estava zombando de mim, como se soubesse exatamente o que tinha ido fazer em seu apartamento, como se estivesse esperando pela minha visita.

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⏰ Última atualização: Sep 05, 2023 ⏰

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