O Coelho Preto (Tomarry)

Capítulo 6

Capítulo Seis

Algumas horas antes do amanhecer, Nagini ergueu a cabeça do ombro de Harry para espiar a porta fechada do outro lado da sala. Ela esperou sem se mover, exceto pelo movimento ocasional de sua língua bifurcada para farejar o ar. O mago abaixo dela se mexeu ligeiramente, como vinha fazendo durante a noite. Seu sono atormentado por sonhos. Sonhos que seriam afugentados por seu mestre quando ele voltasse. Como se estivesse na fila, a porta se abriu silenciosamente.

Nagini ergueu a cabeça um pouco mais, embora ainda assim o resto de seu corpo permanecesse onde estava sob as cobertas, curvado sobre o braço do mago, descendo por seu lado e sobre suas pernas, onde ele permitiu que ela passasse a noite e o anteriores desde a partida de seu mestre. Uma figura escura preencheu a entrada vazia. Nagini sibilou suavemente de prazer. Seu mestre havia voltado para casa. Para ela e para seu jovem bruxo. Ela sibilou novamente antes de abaixar a cabeça para descansar no ombro do mago mais uma vez, embora seus olhos permanecessem na figura parada como uma estátua no limiar.

Tom ficou na porta, consumindo a visão do jovem dormindo de lado, de costas para a porta. E como ele esperava, a visão de Harry fez muito mais bem do que sua cura apressada. Seu tempo fora não apenas trouxe as coisas em perspectiva para Harry, mas também para ele. Da mesma forma. Ele sentia falta das manhãs juntos. as tardes e as noites. Ele sentia falta do silêncio confortável que compartilhavam. Ele sentia falta das brincadeiras e discussões significativas. E Tom não sabia que era possível não olhar nos olhos de alguém do jeito que ele sentia falta de olhar nos olhos de Harry.

Algumas de suas revelações foram absolutamente surpreendentes no último mês. Tom não havia percebido que era capaz de sentir emoções com tanta profundidade. Em algum lugar ao longo do caminho, seu desejo de possuir Harry Potter se transformou em uma emoção necessária muito mais profunda e complicada. Ele ainda não estava confortável em admitir - nem mesmo mentalmente - o que era. Mas ele havia tomado a decisão. Ele ia tornar suas intenções conhecidas. Imediatamente. E ele não se importava se Harry estava pronto ou não.

Os olhos de Nagini chamaram sua atenção e ele notou como ela estava aconchegada contra Harry para se aquecer sob as cobertas. Ele sorriu um pouco enquanto entrava no quarto para ficar no final da cama. Vejo que tem se aproveitado da boa índole dele.

Sim mestre.

Há quanto tempo isso vem acontecendo, meu bichinho?

Por muitas noites agora, Mestre. Seu jovem bruxo é muito afetuoso.

Tom balançou a cabeça para ela. Ele nunca permitiu que Nagini se enrolasse na cama com ele. O gemido quase inaudível de Harry rapidamente desviou sua atenção de seu familiar e ele contornou a cama.

Ele foi ferido, Mestre. Mais cedo. Seu jovem bruxo diz que sentiu sua dor. Vi você ser atacado. Ele tem estado muito preocupado com você.

Tom xingou baixinho enquanto se ajoelhava ao lado da cama, a mão estendida para pairar sobre a bochecha de Harry. Ele tentou evitar que isso viajasse pelo link, mas ele literalmente lutou por sua vida e não poderia ter gastado energia extra protegendo o link, mesmo quando queria.

"Harry," ele sussurrou, finalmente decidindo colocar a mão naqueles cachos negros selvagens. Não demorou muito para que olhos verdes sonolentos o encarassem. Olhos verdes mais brilhantes agora que os óculos não os obscureciam. Tom observou mentalmente para garantir que Harry se livrasse daqueles óculos em um futuro próximo. "Quem te deu permissão para estragar meu familiar, Potter?"