O Coelho Preto (Tomarry)

Capítulo 2

Capítulo dois

Logo se tornou comum que o Lorde das Trevas aparecesse no apartamento de Harry sem ser convidado dia sim, dia não. Às vezes, Snape vinha com ele em busca de mais amostras de sangue e pele - não que Harry pensasse que isso lhe ajudaria. E às vezes Draco vinha com ele, só para ser um aborrecimento. Pelo menos foi o que Tom disse uma vez enquanto administrava novamente o bálsamo curativo em suas costas. Harry achou engraçado que até o Lorde das Trevas aturasse as lamúrias de Drake. Ele teria pensado que se Draco agisse como sempre perto dele, o Lorde das Trevas teria matado o loiro há muito tempo. Mas as circunstâncias não eram como sempre pareciam e Harry aprendeu isso rapidamente após as primeiras visitas.

Realmente não era apenas um relacionamento de mestre servo que os Malfoys tinham com Tom. Era como uma família disfuncional. Tom era um estranho tio rico e malvado que mal tolerava o sobrinho chorão e tinha grande prazer em mandar no dito sobrinho; aproveitando o medo que ele poderia produzir no bruxo mais jovem o tempo todo. Harry achou tudo completamente hilário. Mas também era desconcertante ver Tom tendo até mesmo uma pequena quantidade de paciência e compaixão por seus seguidores mais próximos quando tudo que ele já tinha ouvido falar de Lord Voldemort era que ele era um monstro. Não se e ou mas sobre isso. Mais uma vez, este não foi o caso e Harry preocupou-se com sua sanidade quando se viu esquentando ainda mais com Tom.

Durante suas visitas, Tom constantemente pedia para ele ficar em sua casa e Harry recusava teimosamente. Não tinha nada a ver com o fato de ser a casa de Voldemort. Harry acreditou em Tom quando ele disse que não queria machucá-lo. Como ele disse antes, o que Tom poderia fazer com ele que já não tivesse sido feito? Mas Harry queria uma aparência de liberdade que ele não achava que um bruxo possessivo como Tom fosse capaz de lhe dar. Não importava que Tom continuasse a argumentar que poderia curá-lo mais rápido se fosse com o Lorde das Trevas. Agora, isso era uma mentira descarada. Harry sabia por algum motivo desconhecido, Tom realmente o queria em sua casa e até que Harry fosse, o grifinório tinha certeza de que Tom não se importava em mentir descaradamente sobre o porquê.

Quase duas semanas se passaram e Harry se viu sozinho em seu apartamento pela primeira vez, capaz de relaxar apenas um pouco. Ele havia tomado uma poção revigorante alguns momentos atrás, embora tudo o que pudesse fazer neste momento, mesmo com a poção, fosse arrastar os pés, nunca tendo força suficiente para ir além disso. Ele teve força suficiente para se levantar o suficiente para buscar o que precisava antes de cair no sofá e tentar ignorar a dor crescente que lavava seu corpo. Hermione mudou-se logo após a primeira visita dos quatro sonserinos e, embora Harry tentasse protestar contra sua babá, ela rapidamente rejeitou suas objeções; afirmando que ela sabia o quão ruim era a maldição, sabia sobre as poções de pimenta e se recusou a permitir que Harry se deteriorasse sozinho.

Atualmente Harry estava na cozinha verificando o jantar que Hermione estava fazendo. Ela teve que sair por alguns minutos para correr até a loja para comprar um ingrediente que havia esquecido e Harry concordou em ficar de olho na comida. Ele estava prestes a remover a tampa da panela contendo um molho que tinha todo o apartamento com um cheiro delicioso quando de repente suas pernas cederam debaixo dele. Ao cair, bateu brutalmente com a testa na borda do forno. A dor que vinha de sua cabeça era o mínimo que sentia no momento. Ele se sentia frio, entorpecido e literalmente em chamas, tudo ao mesmo tempo. A dor estava em toda parte e ele não conseguia nem respirar direito porque a agonia dobrava se ele movesse uma respiração. Enquanto sua visão ia e vinha e o sangue escorria do pequeno corte que ele acabara de fazer, Harry percebeu que era isso. E Hermione se foi e ele não poderia se despedir. Para dizer a ela o quanto ele a amava e a estimava. Harry lamentou que ela voltasse e o encontrasse assim.