3. Blue Moon e Piano

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Olá!

Mais um capítulo para vocês!
Por favor, deixe seu voto e um comentário para apoiar e uma pobre e indefesa autora *lê-se com voz dramática*

Fiquem com os jikook!



🎷



Os dias após a descoberta da traição, e quando Park Jimin entrou em sua vida, passaram arrastados, quase como se virassem uma gigante bola de neve, uma coisa só, confundindo sua mente machucada.

Jungkook e Jimin manteram uma amizade boa, trocaram os números em uma manhã quando ambos saíram para trabalhar e acabaram juntos no elevador, tendo o Jeon rindo do loiro, pois este estava com pasta de dente na camisa.

E Matt? Bom, ele sequer notou alguma diferença no comportamento do marido, e isso doía no âmago do asiático.

Em um surto acompanhado de uma crise existencial de uma madrugada qualquer, Jungkook arrumou algumas roupas em uma mochila velha. Os primeiros trapos que encontrara. Amassava com raiva e socava dentro da bolsa, com a visão turva pelas lágrimas.

Foi quando uma luz, como se um anjo descesse e tentasse lhe pôr juízo na cabeça, surgiu em sua mente.

Não tinha dinheiro o suficiente para sair agora.

Não tinha para onde ir.

Não estava emocionalmente bem para dirigir para qualquer lugar que fosse. Jamais colocaria sua vida em risco daquele jeito.

Apesar da lucidez ter voltado, Jeon ainda chorava.

Matt não tinha voltado para casa, mais uma vez, sequer fez questão de o avisar.

Já era madrugada quando Jungkook — usando apenas uma calça folgada e escura — com os cabelos soltos, um copo de uísque na mão, e um cigarro na outra, posicionou um disco de vinil na sua preciosa vitrola. Deixando que o som nostálgico e calmo invadisse os ouvidos. Certificou de não deixar muito alto, para não importunar ninguém, sua tristeza e solidão eram suas, somente suas.

O clima estava gelado. Jungkook se encostou na sacada de casa, olhando para a cidade brilhante, tão bonita. Por anos, desejou sentir-se em casa ali, construir um lar, uma família, mas nunca conseguiu.

O vento frio o fez se encolher, sentiu a pele arrepiar e bebeu do conteúdo alcoólico, tragando a fumaça do cigarro e soltando, junto de suspiros cansados. Não era muito de fumar, mas de uns dias para cá, o vício ficou pior. Era o que o salvava do momento conturbado que estava vivendo.

E claro, tinha Park.

Desde o início, Jimin o incentivou a buscar pelo divórcio e desistir daquilo tudo. Já não havia futuro para aquele casamento, era só fachada. Jungkook sabia, óbvio, ele não era burro. Porém, quando se fica tanto tempo com alguém, você se acostuma, a pessoa faz parte da sua rotina, como uma segunda parte de você. Ele não queria, mas já havia se acomodado na dor.

Quando a música chegou em seu refrão, Jungkook cantarolou notas quaisquer, não havia letras, apenas o suave som do saxofone e do piano, Jeon deu voz à música.

Mais uma vez, seus olhos se encheram naquele quase um mês. Um mês. Vivendo naquela neblina constante.

— Durante todos os meus anos como professor, nunca vi um vocal tão perfeito assim de alguém que fuma e nunca teve uma única aula de canto.

Jazz in Korea (Jikook)Onde histórias criam vida. Descubra agora