FrᴇᴇɴBᴇᴄᴋʏ •Além do arco-íris• (เหนือสายรุ้ง) Vision

- Capítulo 33

                                               
-- Hey... Te achei. -- Becky disse ainda arfando. Havia corrido muito, muito mesmo. Achou Freen sentada no pé de sua cama, abaixada de um jeito que, se Becky não entrasse no quarto, não conseguiria ver Freen. -- Baby... -- Becky disse ao fechar a porta. As únicas luzes ali eram as vindas do abajur, já que as cortinas estavam fechadas. Se aproximou dela, se sentando cautelosamente ao seu lado no chão.

                     

-- Há quanto tempo? -- Freen perguntou com a voz neutra. Seus olhos estavam escondidos, pois sua cabeça estava encostada em seu braço, apoiado nos joelhos, de modo que Freen olhava para seu próprio colo e ninguém conseguiria ver seu rosto.

                     

-- Desconfio há algum tempo, mas só ontem tive a certeza. -- Confessou deixando um longo suspiro se esvair. Freen levantou a cabeça rapidamente e lhe fitou.

                     

-- Jura? -- Becky apenas fez um leve balançar de cabeça assentindo e Freen se jogou em seus braços de supetão.

                     

-- Pensei que tivesse me enganado também. -- Disse se entregando ao choro que estava preso em sua garganta. Becky sentiu o abraço forte demais, mas como não a machucava deixou Freen assim mesmo. Sua mão direita foi aos cabelos de sua esposa, em uma carícia calma.

                     

-- Eu disse ontem a você que não me cabia te contar isso. -- Falou calma. -- Como está?

                     

-- Horrível. -- Freen disse chorando intensamente. Becky odiava ver Freen chorar assim, mas sabia que seria bom extravasar.

                     

-- Eu sinto muito não...

                     

-- Você não tem culpa de nada, Becky. -- Falou reprimindo alguns soluços. -- Ela não podia ter feito isso comigo. Não podia ser minha mãe. -- A frustração na voz de Freen era notória. Becky apenas continuou sua carícia por vários minutos em silêncio, deixando Freen chorar e desabafar. Não seria fácil para ninguém passar por semelhante situação. Depois de algum tempo Freen foi se acalmando gradativamente.

                     

-- Bae... Eu não entendo algo... -- Becky decidiu quebrar o silêncio. -- Se você ama tanto Rosália, que agora sabemos que se chama Clara, por que é tão ruim a ideia de ela ser sua mãe?

                     

-- Você não entende...? -- Freen disse se aninhando mais nos braços da mais nova. -- Ela mentiu para mim a vida inteira. Ela sempre esteve aqui, mas me fez acreditar que não, que minha mãe não me amava o suficiente. -- Falou com a voz embargada. -- Ela me traiu, Becky. Me fez achar que eu não era digna do amor de uma mãe. Me fez pensar longas noites em qual seria meu defeito, no porquê de uma mãe abandonar uma filha tão pequena.

                     

-- Vem aqui. -- Becky disse retirando os sapatos e se levantando, se deitando na cama. Freen a seguiu e em segundos voltou a se aninhar em seu abraço como um filhote de gato. -- Você deveria terminar de ouvir a história dela.

                     

-- Becky, você é a minha esposa. Deveria estar ao meu lado. -- Freen disse fazendo um bico. Ainda chorava, mas Becky soube que dessa vez era manha.