dezoito

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Voltaram para a mesa e foram recebidos com elogios e abraços. Minho aceitava, com vergonha, todos os elogios, seu rosto corado e os olhos desviando para os outros, tentando esconder a timidez. Mas o olhar de Bang Chan era diferente, havia algo mais profundo ali, um misto de gratidão e algo que Minho não conseguia identificar. Seus olhos estavam intensos, quase como se carregassem um peso emocional, e isso fazia Minho se sentir desconfortável, como se estivesse diante de algo grande demais para processar. Ele tentou manter o contato visual, mas acabou desviando, sem saber como reagir àquele olhar.

Bang Chan estava com os olhos ainda cheios de lágrimas, uma expressão suave que mostrava como aquele momento era importante para ele. Ele buscava o olhar de Minho, mas sabia que talvez fosse demais para o outro assimilar tudo naquele momento. Por isso, guardou qualquer palavra para um futuro mais apropriado, entendendo que ainda tinham o aniversário de Minho para comemorar, e isso era algo que ele não queria ofuscar com palavras precipitadas.

A noite seguiu tranquila, sem mais surpresas, e logo já era de madrugada quando decidiram ir embora. A rua estava vazia e a noite fria, com o vento cortante que fazia os casacos se fecharem ainda mais. Para a surpresa de Minho, Félix o puxou pelo braço, fazendo-o caminhar lado a lado com ele. Minho, ainda imerso em seus próprios pensamentos, não esperava aquele gesto, mas não o rejeitou. Félix sempre tinha a capacidade de ser espontâneo, e, naquele momento, ele parecia tentar aliviar a tensão no ar.

Jisung e Hyunjin se despediram dos demais, pois iriam dormir juntos naquela noite, restando apenas os três no local. Quando chegaram no dormitório de Minho, uma estranheza tomou conta do ambiente. Félix olhou para os outros dois, achando a situação um tanto cômica, percebendo que ambos queriam algo, mas nenhum deles tinha coragem de dar o próximo passo. A tensão entre os dois parecia palpável, como se uma barreira invisível os impedisse de avançar, e Félix se divertia com isso.

— Obrigado pela companhia, a gente se vê — disse Minho, abrindo a porta do quarto com um sorriso travesso, como se estivesse tentando aliviar o clima tenso.

— Até amanhã, Minho — disse Félix, empurrando Bang Chan de leve, como um empurrão amigável para que ele tomasse alguma atitude.

— Durma bem, Min — foi a única coisa que Chan conseguiu dizer, sua voz baixa e suave. Ele abriu um sorriso tímido e começou a se afastar, sabendo que talvez não fosse o momento certo para dizer mais.

Minho estava, de certa forma, decepcionado. Ele gostaria que a reação de Chan fosse diferente, mais calorosa, mais próxima. Ele se sentiu perdido, como se estivesse sendo deixado para trás, sem que nada tivesse sido resolvido entre eles. Será que Chan não tinha entendido nada? Ele entrou no quarto com um suspiro frustrado, e, sem mais nem menos, foi direto para o banheiro, querendo se afastar um pouco de tudo. O som da água do chuveiro foi o que o acompanhou enquanto ele tentava esfriar a cabeça e dar algum sentido àquelas emoções confusas.

Enquanto isso, Bang Chan e Félix se dirigiam aos seus quartos. O mais velho estava visivelmente aéreo, os olhos focados em nada enquanto sua mente revisava tudo o que aconteceu naquela noite. Félix, com sua percepção aguçada, percebeu que algo estava diferente no comportamento de Chan, como se ele estivesse preso em seus próprios pensamentos.

— Bang Chan, quando você vai tomar alguma atitude? — disse Félix, sua voz rápida e direta, sem espaço para dúvidas. Ele não conseguia mais disfarçar sua curiosidade. Viu Chan olhar para ele com uma expressão confusa, sem entender direito o que Félix estava insinuando. — O cara cantou uma música se declarando e você não vai fazer nada a respeito?

Chan parou por um momento, surpreso pela pergunta, como se estivesse despertando de um transe. Ele hesitou, buscando palavras, mas não as encontrou.

— Félix, eu não posso simplesmente te abandonar aqui, eu vim junto com você, não seria certo... — disse Chan, tentando justificar seu comportamento, mas sua voz trêmula não disfarçava a dúvida em seu coração.

Ily - minchanOnde histórias criam vida. Descubra agora